Experimentando o próprio veneno

Não foi desta vez que derrubamos a Macaca da Ponte. Depois de um jogo brilhante contra o Grêmio, 4ª feira apenas empatamos, e de novo empacamos... E o empate foi no sufoco. A Ponte Preta nem tomou conhecimento que o jogo era no Pacaembu e que o adversário era o campeão brasileiro e da Libertadores. Armou um ferrolho e não deixou passar nada. Iniciou o jogo com forte marcação na intermediária, parando o jogo com faltas, dificultando a criação e nossa chegada ao ataque. E o Corinthians, resistindo como podia, respondia com chutões. Enquanto eles chegavam em nossa área com certa facilidade, nós poucos o ameaçávamos. A Macaca até conseguiu marcar, mas fomos salvos pela linha de impedimento e assim, fomos para o intervalo empatando sem gols.

Gols

No 2º tempo, a Ponte continuou com sua forte marcação e as dificuldades continuaram. Aliás, até demos mais espaço. Tite, para aumentar a velocidade do time, trocou Douglas por Jorge Henrique, mas não deu resultado. Aos 22 minutos, numa cobrança de falta mais que manjada, com todo mundo dentro da área, a Ponte abriu o placar. Ai Alessandro!

Aos 28 minutos, saiu o baleado Alessandro para a entrada do Giovanni, deixando a equipe mais ofensiva e levando perigo à meta adversária. Aí, partimos pro abafa e após várias tentativas e bolas perdidas Émerson, aos 44 minutos, após uma cabeçada do Paulo André, que estava na área,  empatou para o Timão

Considerando o que o Corinthians não jogou, o empate ficou de bom tamanho, pois a Ponte Preta foi superior nos dois tempos. Armou um ferrolho e não conseguimos sair de sua forte marcação. O Corinthians estava desconcentrado e um pouco desentrosado. Embora com mais posse de bola, 60%, quase nada produziu. Os laterais pareciam baleados e pouco foram ao ataque. A dupla inédita de volantes foi prejudicada pela falta de sintonia, além de Guilherme estar improvisado como 1º volante. Sem o poder de marcação do Ralf e com a má atuação dos laterais, a dupla de zaga ficou sobrecarregada. Os atacantes voltavam pra ajudar na marcação e Romarinho foi mais um volante que atacante. Quando Douglas tentava armar uma jogada, precisava recuar a bola, pois com os atacantes marcando, não tinha como completar a jogada. Com a substituição de Alessandro por Giovanni, Jorge Henrique, ainda fora de ritmo, passou a atuar na lateral.

Eventos

Tite demorou para mexer no time e quando mexeu, substituiu mal. Danilo não vem apresentando um bom rendimento e Romarinho, muito estabanado, correu muito, se atrapalhou na marcação e pouco produziu ofensivamente. Fábio Santos e Alessandro não estão bem física e tecnicamente e com o meio campo da Ponte congestionado, as jogadas pelas laterais, também não saíram e as "grande jogadas" do Timão resumiram-se nos chutões e não foi por acaso que foi assim que se iniciou a jogada do empate.

Dois jogadores se destacaram nesta partida. Émerson foi o que mais se empenhou e procurou o jogo. Giovanni, embora não tenha marcado o seu, deu um novo gás e incendiou o jogo, mostrando muita maturidade e tranquilidade, apesar de sua idade e pouca experiência no time principal. 

Nesta partida, algumas falhas foram recorrentes. Das 16 finalizações, tivemos apenas 3 chances claras de gol e das 19 faltas e dos 8 escanteios cobrados erramos tudo. Deve estar faltando intensidade nos treinamentos.

Entrevista do Tite

Aliás, o próprio treinador reconheceu os méritos da equipe adversária ao declarar que "é muito difícil jogar contra a Ponte pelos resultados que fez fora de casa. Ela dá a bola e, se você errar, ela tem uma transição rápida. Estrategicamente, é uma equipe que marca bem e quebra o ritmo do jogo. Não conseguimos botar volume no primeiro tempo. No segundo, melhoramos e, felizmente, buscamos o empate." De fato, Gilson Kleina conseguiu dar um nó tático no Tite, fazendo o Corinthians experimentar o próprio veneno.

Apito inimigo

Quanto a arbitragem, nenhuma novidade. Tudo normal dentro do padrão da arbitragem nacional, isto é, tudo péssimo. Arbitragem confusa e perdida com inversão de faltas, faltas e pênaltis não marcados, faltas assinaladas em jogadas normais, dando margem a muitas reclamações.

 Pênalti de René Júnior

Aos 42 minutos do 1º tempo, René Júnior, com os braços abertos pôs a mão na bola dentro da área e o árbitro ignorou e no final do jogo, pouco antes do empate, Romarinho levou a pior numa dividida, dentro da área, com Ferron e, também, passou batido. E aqueles espantalhos de quero quero, que assistem o jogo atrás dos gols, mais uma vez puderam sair cantando: "... a gente somos inúteis..."

Não gostei do jogo. O Corinthians experimentou seu próprio veneno e, novamente, quase caiu da Ponte. Tite demorou pra mexer no time e errou no tempo e nas substituições. Danilo, Alessandro e Fábio Santos parecem estar com fadiga de material, Jorge Henrique sem ritmo de jogo e Romarinho muito mal. Mas, quem saiu foi o Douglas e a armação, que já estava complicada, pelos atacantes estarem atuando como volantes, ficou pior. Giovanni entrou e pôs fogo no ataque, mas sem criação e na base dos chutões, tudo continuou difícil.

Ainda bem que o Émerson sabe como lidar com a Macaca e conseguiu o empate. Ufa!

Ficha Técnica - Corinthians 1 X 1 Ponte preta

Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)

Data: 12 de setembro de 2012 (quarta-feira) 

Horário: 19h30 (de Brasília) 

Público: 21.416

Renda: R$ 551.183,72

Árbitro: Rodrigo Braghetto (SP) 

Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis e Bruno Salgado Rizo (ambos de SP) 

Cartões amarelos: Chicão, Guilherme, Alessandro, Fábio Santos (Corinthians); Ferron, Nikão, Cicinho (Ponte Preta)

Gols: Corinthians: Emerson, aos 44 minutos do segundo tempo Ponte Preta: Tiago Alves, aos sete minutos do segundo tempo

Corinthians: Cássio; Alessandro (Giovanni), Chicão, Paulo André e Fábio Santos; Guilherme (Adilson), Edenílson, Douglas (Jorge Henrique) e Danilo; Romarinho e Emerson. Técnico: Tite

Ponte Preta: Edson Bastos; Tiago Alves, Ferron e Diego Sacoman; Cicinho (Xaves), Baraka, Renê Júnior, Marcinho, Nikão (Bruno Sabino) e Uendel; Roger (Luan). Técnico: Gilson Kleina

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