Para que servem as categorias de base?
Se ficasse na base do Corinthians, poderia ganhar muitos títulos e até subir para o profissional. Mas, ficaria só treinando, às vezes seria relacionado e entraria apenas eventualmente em alguns jogos, geralmente nos últimos minutos ou com o time perdendo. E depois, seria emprestado para ganhar experiência, na melhor das hipóteses para o Bahia ou para a Ponte Preta. Senão, para o Bragantino, para o Atlético-GO, para o América MG, para o Guaratinguetá, para o Oeste ou JMalucelli.
Não sei o que acontece, mas quando a molecada sobe para o profissional, os jogadores somem. Eu sei que é diferente jogar na base e no time principal, mas será que dos campeões das duas últimas Copas São Paulo que vencemos, não tinha ninguém para ser aproveitado? Ou será que falta vontade, paciência e competência para trabalhar com os jogadores oriundos da base?
Porque aos jogadores comprados é dado todo o tempo necessário para se adaptarem ao clube enquanto os meninos, no 1º tropeço, já são alijados até do banco e logo emprestados. O próprio Danilo, com todo o seu talento, precisou de quase um ano pra engrenar no Corinthians...
E ainda tem coisa pior. Contratamos um jogador da base de outro time, que lá era reserva e emprestamos o jogador da nossa base, da mesma posição, titular absoluto e campeão da Copinha, para um time totalmente inexpressivo.
Se a função principal da base é revelar jogador e não ganhar títulos, nosso time está andando na contramão. Os poucos que conseguimos revelar, revelamos para os outros. Ou emprestamos ou vendemos precocemente. Exemplos, a venda do William, do Jô e do Marquinhos. E, por falar no Marquinhos, na época em que ele foi para a Roma, até cheguei a ficar com raiva, por ele ter querido sair do Corinthians. Mas, analisando o que aconteceu e está acontecendo com os campeões das duas últimas Copas São Paulo, chego à triste conclusão que ele estava certo. Se ficasse aqui, corria o risco de ser emprestado para a Ponte Preta ou para o Bragantino ou para o Oeste ou para o América MG ou para o Atlético GO ou para qualquer outro time da série B ou ainda inferior.
Em compensação, os jogadores comprados, não só os medalhões, estão tendo suas oportunidades e sendo testados. E alguns, principalmente os medalhões, têm sido assíduos no DM. Mas, disso não podemos reclamar, pois antes de contratá-los, todos sabiam dos seu históricos de lesões.
Pela despesa e pelo trabalho que a base dá ao clube e considerando que o Corinthians não usufrui desse investimento e prefere contratar jogadores prontos ou garimpar os jovens nos times de 2ª e 3ª Divisões, às vezes me vem uma ideia esdrúxula. Acabar com a base, pois se ela estiver dando lucro, e não me refiro apenas ao lucro financeiro, não é para o Corinthians. Porque, de nada adiantará a construção do CT da base ao lado do CT Dr Joaquim Grava, se não houver a mudança de mentalidade e de gestão, não só da base, mas da Diretoria de Futebol, implantando-se uma política capaz de aproveitar as potencialidades dos garotos e dar continuidade à formação dos atletas. Se não acontecer essa mudança, continuaremos jogando dinheiro no ralo, favorecendo os empresários e, possivelmente, outros envolvidos nas transações de jogadores. E quem mais perde com isso é o Corinthians.
Créditos e fontes de imagens
Agência Estado/espn.estadao.com.br
Marcos Ribolli/globoesporte.globo.com
timaonoar.blogspot.com
timaonoar.blogspot.com
facebook.com/GRÊMIO GAVIÕES DA FIEL TORCIDA
Tom Dib/lancenet.com.br
loucoporticorinthians.com.br
Este é um tema que aparece com bastante frequência nos blogs que frequentamos. De um lado os que defendem o maior aproveitamento da base e outro aqueles que acham que ela não serve pra nada. Estes pensam apenas nos Neymares e nos Lucas da vida, esquecendo-se que um time também se faz com os Rosineis. Historicamente, o Corintians não valoriza os seus garotos. Eu li sobre isto num artigo escrito pelo Vital Bataglia na Gazeta em 94. Ele falava do quanto o grande Neco se entristecia ao ver o clube trazendo jogadores de fora, desprezando seus meninos. A matéria foi escrita num período em que o Corinthians fora atrás de medalhões como Paulo Roberto, Branco, Luisinho Quintanilha e Marco Antonio Boiadeiro...O time acabou sendo vice brasileiro, mas sem fazer um campeonato convincente. Fora um ou outro jogo. No ano seguinte a base voltou a ser valorizada. Os medalhões foram embora sendo substituídos por garotos como Silvinho e André Santos. O resultado? O time campeão paulista e da Copa do Brasil. Em 2001, após um péssimo começo no paulistão, o time reagiu e chegou ao título graças ao futebol de dois oriundos do Terrão: o Gil e o Ewerthon. Então, vc tem um clube que muitas vezes despreza suas categorias de base, mas que ao longo de sua história sempre colheu bons frutos quando dela fez uso. E não esqueçamos do time mitológico dos anos 50, que tinha uns 5 jogadores formados no clube. Então, diante de tudo isso eu não consigo entender a política atualmente adotada pelo clube com a conivência do Adenor. Eu não consigo acreditar que ele não tenha percebido que o Arão joga menos do que o Gomes; que entre o Walace e o Marquinhos era muito melhor ficar com o segundo mesmo que este tivesse a metade do tamanho do primeiro. Eu digo que independe de treinador porque isto vem desde os tempos de Mano Menezes que queimou muitos dos campeões de 2009, assim como o Adenor está fazendo com os campeões de 2012. Eu acho, por exemplo, que o Igor deveria ser titular, mas como disse o Rogério no blog do Silvinho, o clube está atrás de um lateral da Chapecoense. Isto quer dizer que o Igor vai acabar dançando, ou tendo o mesmo destino do Dodô. É lamentável tudo isso.
ResponderExcluir(Múcio Rodolfo)