Um choque de realidade


Apesar de ocupar o sexto lugar na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, o Corinthians não apresenta um bom desempenho e sua colocação engana quem analisa sua produção apenas pelos dados estatísticos. Mas, estes revelam as dificuldades enfrentadas pelo time. Mesmo atuando em casa, a maioria das suas vitórias são pelo placar mínimo, até quando enfrenta times da parte inferior da tabela e os que estão na zona de rebaixamento. 

Hoje temos um elenco bastante qualificado, mas que não está apresentando um rendimento compatível com o alto nível dos atletas. Temos um repertório pobre em que faltam variações de jogadas e um jogo previsível, facilmente anulado por um técnico adversário minimamente atento. Geralmente o time é mal escalado e os erros da escalação precisam ser corrigidos no segundo tempo. Mas, parece que o técnico é avesso a mexer no time e sempre o faz parcial e tardiamente. Não é por acaso que geralmente só vencemos e/ou empatamos ao final dos jogos. 

Não sei se é por inexperiência em comandar times grandes,  por dificuldades em fazer a leitura do jogo ou por teimosia, mas Sylvinho, mesmo em situações adversas, demora muito para substituir jogadores e mudar o jogo. Isso quando não troca seis por meia dúzia, isto é, troca jogadores, mas não muda o esquema tático. 

Infelizmente, os empates e as vitórias pelo placar mínimo, camuflaram essas dificuldades. Porém, bastou pegar um time com a camisa mais pesada fora de casa, mesmo estando na zona de baixo da tabela (São Paulo, derrota por 1 a 0 no Morumbi) bem como o líder do Campeonato para tomar um choque de realidade. 

Temos ótimos músicos e a orquestra desafina, temos um Boeing com dificuldade de decolar, temos um bom elenco, mas não temos um time vencedor, temos qualidade técnica, mas faltam melhores condições físicas e uma boa estratégia de jogo. Sentimos a falta de um maestro, de um bom piloto, de um técnico experiente, qualificado e que seja capaz de tirar o máximo de cada atleta. 

Infelizmente não é o que acontece hoje no Timão. Sylvinho é boa gente, corinthianíssimo e teve um bom desempenho como jogador. No entanto, falta-lhe vivência como treinador. Seria mais efetivo se tivesse estagiado anteriormente em times mais modestos, Indubitavelmente, o Corinthians pela sua história, pela sua grandeza e pelo peso de sua camisa não é time para estagiários realizarem sua aprendizagem. É time para treinadores devidamente formados e qualificados. Com sua experiência pregressa, Sylvinho seria um bom auxiliar para só mais para frente assumir com êxito o comando alvinegro, mas nas atuais condições, o Corinthians é muita areia para o seu caminhãozinho. 

Se formos classificados para a Copa Libertadores da América e não ocorrer um "milagre" poderemos passar vexame no torneio continental. Falta-nos um repertório mais diversificado, somos carentes de um jogo coletivo e dependentes de qualidades individuais dos jogadores. Ou corrigimos essas falhas, ainda no decorrer do campeonato e na curta pré temporada ou colocaremos em risco a próxima temporada. Se este é o ano da reconstrução. é urgente que se comece a reconstrui-lo. É como trocar os pneus com o carro em movimento. Temos "borracheiro" para isso? 

Crédito e fonte de imagem 

placar.uol.com.br 

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