Afastamento do Sidcley, uma atitude pedagógica

Fazia tempo que eu não via o Corinthians tão dedicado em campo e com a quase totalidade de seus jogadores suando a camisa e jogando com muita intensidade. No primeiro tempo, o time anulou o meio campo do Internacional e, mesmo com menos posse de bola durante todo o jogo, não perdeu o controle da partida e não foi ameaçado pelo time gaúcho, tanto que o Cássio não fez nenhuma defesa difícil. Com um padrão de jogo e com uma estratégia bem definidos, mesmo jogando em casa, o time atuou fechado no campo de defesa saindo em velocidade nos contra ataques. Com uma defesa sólida, bem postada, segura e com o time bem organizado, veloz e aguerrido, vimos em campo os jogadores com uma nova postura, com maior comprometimento e empenho. O resultado desse novo posicionamento foi um Corinthians mais consistente. 

Embora com mais posse de bola, (65%) o Internacional não conseguiu ser superior no jogo. O Timão, com apenas 35% de posse, finalizou 8 vezes contra 7 do time gaúcho, com 3 finalizações no gol contra nenhuma (0) do adversário. Ambos os times tiveram 4 finalizações para fora e o Corinthians teve 1 chute travado contra 3 travados dos gaúchos. O gol do Timão saiu aos 32 minutos de jogo. Cazares recebeu bom passe na direita, chapelou o Cuesta e cruzou para Davó abrir o placar em Itaquera. Em desvantagem no jogo, o Inter partiu para cima mas bem cercado e bem marcado teve muita dificuldade na criação. Merecem destaque as atuações de Fábio Santos, Ramiro, com muita intensidade na marcação e muita entrega, Cazares, Davó e Xavier. Léo Natel não entrou bem e Luan, apesar de ter um gol mal anulado, ainda está longe do rendimento que tem condições de apresentar. 

O Corinthians fez um bom jogo e surpreendeu pela sua entrega e comprometimento. Com uma apresentação bem diferente de jogos anteriores, os jogadores correram, marcaram e se doaram em campo. E até conseguiram correr os 90 minutos mais os acréscimos. É provável que que a nova postura possa ter influência do novo preparador físico ou dos dias de treino em dois períodos. Mas considero que o que mais interferiu nessa nova postura foi a entrevista do Vagner Mancini dizendo-se irritado com o desempenho do time e cobrando publicamente os jogadores, bem como o afastamento do Sidcley por falta de empenho e dedicação. Sem dúvida, essa atitude do treinador foi um alerta e um recado: Corram, empenhem-se, dediquem-se e mostrem serviço em campo ou caiam fora. Tanto o afastamento do lateral esquerdo como a declaração da irritação do técnico com a apatia do elenco mostraram claramente aos boleiros de quem é o comando do time. Esse foi um primeiro passo para resgatar o DNA corinthiano, ressuscitar a garra e a raça alvinegra. E, também, para quebrar de vez a panela de jogadores que dominava o elenco. Não resta dúvida que deixar claro de quem é o comando do time e do afastamento do jogador por falta de comprometimento com o desempenho coletivo, foi uma atitude pedagógica que já começou a dar resultado. E vencer o líder do campeonato foi o sinal de que o recado foi entendido. 

Com o resultado, o Timão, com 24 pontos, 6 vitórias. 6 empates, 7 derrotas e 42% de aproveitamento ocupa o 11º lugar na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, e o Internacional lidera o campeonato com 35 pontos, 10 vitórias, 5 empates, 4 derrotas e 61% de aproveitamento. 

O próximo compromisso do Corinthians pelo Brasileirão será contra o Atlético-GO no sábado, 07/11, às 21:00 horas, no Estádio Olímpico, em Goiânia, GO. Mas, antes desse jogo, enfrentará o América-MG pelo jogo de volta da Copa do Brasil na quarta feira, 04/11, às 21:30 horas no Estádio Independência, em Belo Horizonte, MG. O Internacional, pelo Campeonato Brasileiro receberá o Coritiba no Estádio Beira Rio no domingo, 08/11, ás 16:00 horas. Antes disso, porém, receberá no Beira Rio o Atlético de Goiás pelo jogo de volta da Copa do Brasil na terça feira, 03/11, às 21:30 horas. 

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uol.com.br - Marcos Ribolli/globoesporte.globo.com