Repertório esgotado






Vagner Mancini não foi demitido pela derrota por 2 a 0 pelo rival. O resultado adverso pode ter sido a gota d'água, mas não a causa principal. Ele foi contratado para livrar o Timão de um possível rebaixamento e cumpriu a tarefa com maestria, classificando-o para a Copa Sul Americana, a segunda divisão da Copa Libertadores da América. Tendo cumprido a tarefa, foi ficando e, apesar de um aproveitamento de 54,07%, (20 vitórias, 13 empates e 12 derrotas) não resistiu à duas eliminações em menos de uma semana e, após a derrota para os porcos, foi demitido no vestiário. 

Apesar de ter sob sua responsabilidade um time tecnicamente limitado, ele não conseguiu tirar o máximo de cada jogador, além de se equivocar nas escalações e nas substituições. O time oscilava muito, tanto no desempenho quanto nos resultados. Obviamente, ele não era o único nem o maior responsável pela situação. Técnicos anteriores e a diretoria que manteve e contratou os jogadores do elenco têm a maior responsabilidade por tal fragilidade. Mas Mancini tornou-se corresponsável pela situação quando, no seu limite, não mais conseguiu fazer o grupo evoluir. Assim, podemos afirmar que sua demissão não ocorreu por uma derrota, mas pelo conjunto da obra. 

No derby, foi possível perceber que diante de um time tecnicamente superior, o Corinthians mostrou-se desorganizado e demonstrou a sua ineficiência e limitações técnicas e táticas, além da ausência de garra e da tão propalada raça corinthiana. Sem padrão tático, vacilante na defesa e sem criatividade, o Timão jogou como um timinho e foi totalmente dominado pelo time da Rua Turiaçu. Diante de adversários mais fracos, o Corinthians consegue melhores resultados e suas deficiências técnicas e táticas são camufladas pela inferioridade do outro time. Mas, diante de times bem treinados e organizados o time padece e sua fragilidade torna-se evidente. Outro fator negativo é a ausência da torcida que, como o 12º jogador, motiva e carrega o time, quando as dificuldades se apresentam. 

Mancini, embora seja um técnico sério, responsável e trabalhador, também tem suas limitações. Nem sempre faz a leitura correta do time adversário e do jogo, o que resulta em erros frequentes nas escalações e substituições. No último jogo, o que vimos em campo foi um time sem identidade, mal treinado e mal escalado. E, no banco, um técnico que chegou ao seu limite, não conseguindo tirar mais nada dos jogadores que comanda. Se o elenco está precisando de uma chacoalhada, Vagner Mancini não seria o profissional mais adequado para fazê-lo. A situação exige mudanças, principalmente de estratégia de jogo. E tais mudanças só concretizar-se-ão com novas ideias e um novo comando. Pela sua grandeza e pelo peso de sua camisa, o Corinthians não pode continuar sendo o time que mais perde a bola e mais erra passes no Campeonato Paulista. Nesse sentido é plenamente justificável a demissão do técnico Vagner Mancini, de seu auxiliar Anderson Batatais e do analista de desempenho Cláudio de Andrade. 

O próximo compromisso de Corinthians será contra o Sport Huancayo, pela Copa Sul Americana, na quinta feira, 20/05, às 21:30 horas, na Neo Química Arena, em Itaquera, São Paulo, SP. Sem chance de classificação, o Timão vai apenas cumprir tabela. Sem ainda ter definido o próximo técnico, o time será comandado pelo analista de desempenho Fernando Lázaro, filho do ídolo corinthiano José Maria. 


Crédito e fonte de imagem

placar.uol.com.br/Marcos Ribolli/globoesporte.globo.com 

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