Quando só a raça não é suficiente

Após perder na Arena por 2 a 0 e empatar no Equador por 2 a 2, o Corinthians foi eliminado pelo Independiente del Vale na semifinal da Copa Sul Americana. Sabíamos que seria um jogo difícil, com o complicador de jogar numa altitude de 2.850 metros, mas acreditávamos, (ou desejávamos) ser possível a classificação. Confiávamos que a raça corinthiana seria capaz de superar o time equatoriano e que iríamos para a final. 
As modificações feitas pelo Carille, com as entradas de Ralf, Ramiro e Boselli, funcionaram e fomos para o vestiário vencendo o jogo por 1 a 0, com gol de Boselli, e, naquele momento, nem o mais pessimista torcedor corinthiano desacreditou da possibilidade da classificação.
Não faltou raça aos jogadores do Timão. Mas, embora imprescindível, nem sempre só a raça é suficiente para conquistar uma vitória. É preciso, também, técnica e tática de jogo. E nesses quesitos, os equatorianos, com seus contra ataques rápidos e mortais, mostrou-se superior tecnicamente e melhor treinado que a equipe alvinegra. Ao contrário, o Corinthians, lento nos contra ataques e na recomposição, não conseguiu manter o mesmo ritmo do primeiro tempo e, num contra ataque em que nossa defesa vacilou, Sanches empatou o jogo. Aos 41 minutos da etapa final, Clayson, de pênalti, marcou para o Corinthians, mas nem deu tempo para comemorar. Aos 44 minutos, em outro contra ataque, Cabeza deixou tudo igual, carimbando o passaporte dos equatorianos para a final da Copa Sul Americana. 
Individualmente, merecem destaque as atuações de Ralf, o melhor corinthiano em campo, Boselli, Vagner Love e Pedrinho. Destaque negativo para os jogadores da defesa; Cássio, mal posicionado nos dois gols do del Valle, Fagner, que esqueceu seu futebol nos treinos da seleção, também fora de posição nos dois gols, Manoel, com atuação bizarra, falhou nos dois gols equatorianos, Gil, teve uma atuação confusa, e Danilo Avelar, cujo melhor lance no jogo foi ter sofrido o pênalti. 
Será que fica difícil para o Carille entender que não adianta inflar o time de atacantes se não existe poder de criação no meio campo? Com Pedrinho pelas pontas, tendo que marcar lateral, e com Vital no banco, a bola pouco chegou ao ataque, obrigando os atacantes buscá-la na intermediária. Assim fica complicado, principalmente para o time que entrou no jogo precisando fazer 3 gols e não tomar nenhum. 
Eliminado da Sul Americana, resta ao Corinthians, na temporada, apenas o Campeonato Brasileiro. Com 35 pontos e em 5º lugar na tabela de classificação, com um jogo a menos e com 13 pontos atrás do líder Flamengo, precisará de muito esforço para vencer a competição. Carille terá mais tempo para treinar o time, mas só terá êxito se encontrar outra estratégia de jogo, com variação de jogadas e com um meio campo mais criativo. Se continuar com o mesmo esquema tático, extremamente manjado e facilmente anulável, ficará difícil até uma vaga para a Copa Libertadores. 
O próximo compromisso do Timão será contra o Vasco da Gama no domingo, 29/09, às 11:00 horas, em sua Arena, em Itaquera, São Paulo. 

Créditos e fonte de imagens 
globoesporte.globo.com-Bruno Cassucci/globoesporte.globo.com 

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