Empacando e preocupando

Muito triste o que está acontecendo com o Corinthians. Após o último desmanche, o time não se encontra e não se acerta. Prevendo que não mais conseguiria continuar tirando leite de pedra, Carille preferiu aceitar dois caminhões de dinheiro dos árabes e se mandou para o Oriente, levando consigo quase toda a comissão técnica e deixando a bomba para estourar no colo do Osmar Loss, que nada conseguiu fazer com um time defasado e limitado. Rebaixado o Loss e despachado para a Europa para estudos e estágios, chegou Jair Ventura, com o status de Salvador da Pátria, que até deu uma ajeitada no time, mas, como não é santo milagreiro, não conseguiu evitar os maus resultados. 
Mesmo estando na final da Copa do Brasil, o time não está num bom momento, vem de três derrotas consecutivas, empacou na 11ª colocação no Campeonato Brasileiro, podendo cair uma posição se o Botafogo vencer o Ceará. E, enquanto aumenta a distância dos primeiros colocados, afastando-se da classificação para a Copa Libertadores, diminui a diferença de pontos dos times da zona de rebaixamento. 
Jogando todas as fichas na Copa do Brasil. Jair Ventura encarou o clássico com o Santos com apenas três jogadores titulares. E, se o time titular não está obtendo bons resultados, o que se poderia esperar do time reserva, eufemisticamente chamado de time alternativo? 
O que vimos em campo foi um time desfalcado, desfigurado, desentrosado e desastrado. Vacilante na defesa, pouco efetivo na criação e no ataque, o time foi derrotado pelo Santos. E não dá para cobrar muito do técnico, pois sem jogadores de qualidade, nem Guardiola e Deschamps juntos, conseguiriam melhores resultados. O elenco é limitado, nem todos os titulares reúnem as condições técnicas necessárias para competir em alto nível, temos jogadores jovens e inexperientes que sentem o peso da camisa e o aspecto psicológico tem pesado negativamente no desempenho da equipe. 
A situação vigente, fruto de um planejamento equivocado, ou mesmo da falta de planejamento, infelizmente, não é uma surpresa, mas sim uma tragédia anunciada. A venda de jogadores decisivos e grandes lideranças do elenco sem reposição à altura, contratações de jogadores sem um mínimo de qualidade, 18 emprestados e alguns atuando no time, inclusive como titulares, comissão técnica com profissionais pouco experientes em campeonatos expressivos (alguns só haviam atuado nas categorias de base) são alguns fatores responsáveis pelos maus resultados e pelo baixo rendimento da equipe alvinegra. E sem qualidade técnica dos jogadores, ninguém forma uma equipe competitiva em pouco tempo de trabalho. 
Num esforço de superação, até podemos conquistar a Copa do Brasil, se a defesa não vacilar, o meio campo criar e pararmos de perder gols. No entanto, a situação no Campeonato Brasileiro é preocupante e, se não reagirmos, corremos o risco de despencar ainda mais na tabela e nos aproximarmos da zona de rebaixamento.
Urge um esforço maior por parte de todos para evitar o pior. Sei que é difícil cobrar de quem pouco pode oferecer e, infelizmente, temos no elenco jogadores nessas condições. Mas, aqueles que ainda têm lenha para queimar precisam dar o seu máximo, o seu melhor para que possamos encerrar essa temporada com um mínimo de dignidade e evitar que ocorra um desastre. 
Quando o time campeão se aproxima da beira do precipício devido a um planejamento equivocado e totalmente furado, a responsabilidade maior não deve ser creditada nem aos seus jogadores nem à sua comissão técnica, mas sim à omissão, incompetência e má fé de seus dirigentes, do seu presidente André Sanches e sua diretoria. 

Créditos e fontes de imagens 
globoesporte.globo.com-luciliadiniz.com 

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