Caindo pelas tabelas

Os últimos jogos evidenciaram um momento crucial para o Corinthians. Parece que estamos chegando ao fundo do poço com um time desorganizado, com atletas desligados, desconcentrados e displicentes e com a comissão técnica sem conseguir mudar tão nefasta situação. O time está desmotivado e parece que os jogadores ligaram o piloto automático, (para não dizer algo mais pesado e deselegante), deixando-nos atônitos e assustados. Perplexos, não queremos acreditar nessa queda que começou a se delinear no segundo turno do Brasileirão/2017, que só vencemos devido a gordura acumulada no início do campeonato. O novo técnico não está sabendo o que fazer diante da situação calamitosa e em que pese o atenuante de desfalques (de jogadores e da comissão técnica) e elenco limitado, nada tem contribuído para estancar os maus resultados. Não vou responsabilizá-lo totalmente pelo que vem acontecendo, mas, como novo comandante, cabe-lhe a tarefa de conduzir a equipe e de melhorar o desempenho.

O último jogo foi um festival de horrores, um verdadeiro filme de terror. Com erros em todos os fundamentos, o time conseguiu perder para uma equipe que briga para não cair. Com 55% de posse de bola, mas desorganizado taticamente, errou 36 passes, 15 cruzamentos dos 18 tentados, acertou apenas uma finalização e errou 8 (contra 11 certas e 7 erradas do Bahia) e sofreu 18 desarmes. 

Como já afirmei em outro post, parece que a saída do Carille abalou o time. Mas, tudo indica que existem outros fatores desestabilizadores. Acredito que a mudança do técnico não seria a única nem a principal causa da queda de rendimento, pois o time já vinha oscilando com o Carille e Osmar Loss já fazia parte da comissão técnica. Os desfalques, na comissão e no elenco, influíram, mas não ao ponto de se chegar ao fundo do poço. 

Considero que o fator preponderante para uma queda tão acentuada decorre da postura e da atitude do time em campo. A desconcentração e a displicência durante os jogos têm sido uma constante. Os jogadores parecem avoados e desmotivados, atuam sem entusiasmo e parecem estar com o pensamento em outro lugar. O problema é descobrir as razões dessas atitudes. Algumas hipóteses têm sido levantadas com possíveis explicações para essa postura indigna de um time com a grandeza do Corinthians. 

  • Os jogadores estão fazendo corpo mole porque estariam com dívidas não quitadas pelo clube (bichos, direito de imagem e outras).
  • Osmar Loss teria problemas de relacionamento com alguns jogadores e eles estariam tentando derrubar o técnico.
  • Muitos jogadores estariam mais preocupados com possíveis transferência para o exterior e, por isso, perderam o foco. 
  • A situação financeira e os problemas administrativos do clube estariam refletindo no campo. 
  • O elenco é limitado e sem peças de reposição para os desfalques. 
  • Osmar Loss ainda não estaria maduro para dirigir o Corinthians. 
Essas têm sido as hipóteses mais frequentes na mídia esportiva, incluindo a imprensa e as redes sociais. É preciso que as mesmas sejam avaliadas com responsabilidade e isenção pelos responsáveis pelos destinos do clube (diretoria, comissão técnica, jogadores e torcedores). E que se tomem as medidas necessárias para reconduzir o Corinthians ao caminho da vitória e das conquistas. 

Se durante a parada da Copa, Loss terá o tempo necessário e todo o elenco disponível, corremos o risco de perder jogadores na janela de transferências. Sem dinheiro, o clube terá dificuldades para repor as possíveis perdas e o elenco, já limitado, só poderá ser complementado com garotos promissores e com veteranos que voltaram ao país para se aposentar. Em ambos os casos, uma incógnita. 

Embora os prognósticos não sejam os melhores, não podemos desesperar. Cabe à torcida cobrar soluções e apoiar o time. Cabe à diretoria buscar soluções para os problemas existentes e à comissão técnica criar um padrão tático compatível com as características do elenco e aprimorar as condições físicas e técnicas dos jogadores para diminuir os recorrentes erros de fundamentos. E aos jogadores, cabe entender a responsabilidade de jogar no Corinthians e honrar a camisa, jogando com garra, raça e determinação. Infelizmente, em que pesem as deficiências físicas, técnicas e táticas, também está faltando raça e comprometimento por parte de muitos jogadores que atuaram nos últimos jogos. Pois, somente com uma nova postura e com atitudes propositivas será possível superar os graves problemas e vencer os desafios que temos pela frente. 

Fonte de imagem 
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