Tô voltando

Após uma cirurgia para colocação de uma prótese no joelho, estou voltando para o blog e para as mídias sociais. Confesso que gostaria de voltar comemorando, mas diante do atual quadro futebolístico, só me resta voltar lamentando. Lamentando a decepção da Nação Corinthiana, que se iludiu e acreditou num Corinthians Barça's Cover e que achou que o rei da retranca havia mudado radicalmente, como se fosse possível fazer transplante de DNA. Mas, quem tem os gens da Escola Gaúcha de Futebol, mais cedo ou mais tarde tem uma recaída e tudo volta ao "normal". E quando uma péssima administração atrapalha, o desastre acontece bem antes que o esperado. 
Mas, meu objetivo não é caçar culpados para crucificá-los, mas sim refletir sobre o momento atual, em que fomos do paraíso ao inferno. No início do ano, com uma base mantida e com os outros times em formação, nadamos de braçada, vencemos rivais históricos e outros times de menor expressão. Ainda não tínhamos ganho nada, mas os bons resultados no início da Libertadores e do Paulista, potencializados pelos incensos de comentaristas esportivos, insuflaram o ego dos corinthianos e nosso técnico, alçado a categoria de pop star, exibia na mídia seus novos conhecimentos, suas táticas e estratégias, enaltecendo seus estudos com expoentes do futebol mundial. Estudos que não passaram de assistir alguns jogos, algumas conversas e entrevistas, eufemisticamente chamados de estágios. Simultaneamente, nosso jogadores já se achavam craques imbatíveis e se comportavam como estivessem disputando a Champions League. 
Enquanto isso, nossos adversários se reforçavam e seus técnicos estudavam nossas jogadas que, não apresentando grandes variações, eram fáceis de serem anuladas. E, não foi preciso ser nenhum Guardiola para encontrar o caminho da pedras. Sofremos pra empatar com o Red Bull e com o Ituano e após o 1º tempo com o Santos no Campeonato Paulista, não fizemos nenhum bom jogo e só vencemos a Ponte Preta no 1º mata devido a um erro de arbitragem. Resultado: eliminados do campeonato estadual e da Libertadores.
No 1º caso, a "culpa" foi do cansaço, apesar de termos sempre alternado os jogadores nos dois campeonatos que disputávamos. Na eliminação da Libertadores, está difícil até pra encontrar uma desculpa, pois na realidade, subestimamos o adversário, fizemos um péssimo jogo no Paraguai, jogamos sem raça e sem vontade, erramos passes, o Cássio frangou e ninguém se empenhou. No jogo de volta, mostraram mais vontade, mas o time errou muito, não apresentou nenhuma variação tática e foi facilmente anulado pelo adversário. E com os nervos descontrolados, com faltas bobas e desnecessárias acabamos o jogo com duas expulsões, o que tem sido recorrente neste início de temporada. Perdemos o jogo e amargamos outra eliminação.
Mas, a maior perda não foi a do jogo e sim do futebol corinthiano, da humildade, do respeito ao adversário. Perdemos para nós mesmos, da soberba, da incompetência da diretoria, que contrata jogadores sem critério, que administra mal nossos escassos recursos, das estratégias de jogo manjadas e equivocadas, do exibicionismo tático, dos treinos insuficientes e/ou mal conduzidos, das substituições erradas, da falta de ousadia e da mesmice, da insistência com jogadores que já não têm mais lenha pra queimar...
É triste ter que admitir que nosso sucesso inicial não passou do voo da galinha e que nosso time não tem humildade para admitir seus erros, a única maneira existente para corrigi-los. As entrevistas pós jogo de ontem deixaram claro que ninguém assume nada e que para eles as eliminações não passaram de acidente de percurso.
Espero que quando a poeira baixar, diretoria, comissão técnica, jogadores e torcedores caiam na real e que se faça a necessária faxina. Não tem cabimento pagar salários altíssimos pra quem não produz em campo e pra jogador que não serve nem pra compor o banco. Nem pra quem não sabe tirar de cada jogador o máximo que ele poderá dar.
E pra terminar, nada mais patético do que aplaudir um time que foi eliminado por falta de raça, de empenho, de humildade e por excesso de soberba. Sou contra a violência, contra depredar estádio e agredir jogadores. Mas, acho absurdo aplaudir jogadores que não produziram o necessário e que foram eliminados por falta de empenho e por descontrole emocional. Na realidade, eles, a comissão técnica e a diretoria mereciam apenas uma sonora vaia.

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