A estratégia possível

É óbvio que nenhum corinthiano aprecia ver o time jogar na retranca e abdicar de atacar. Queremos uma defesa sólida aliada a um meio campo que cria e a um ataque que faz gols. Esse é o nosso sonho de consumo. Mas, nas atuais circunstâncias, com um time tecnicamente limitado e taticamente bagunçado, não tomar gol já é meio caminho andado, um bom recomeço. 
Sem tempo hábil para treinar, Jair Ventura priorizou fechar a casinha e trazer a decisão para o jogo de volta, em Itaquera. Se o resultado não foi o que a torcida queria, ele nos dá a esperança de buscar a vitória em casa, quando, com mais tempo de trabalho, será possível arrumar o setor ofensivo. 
Todos sabemos que, numa situação de mudança, é impossível arrumar tudo de uma vez. Assim, a opção mais lógica foi arrumar primeiramente a defesa e em segurança, se possível, sair no contra ataque. Mas, desde a escalação, ficou claro que a prioridade era se defender e não tomar gol. 
E, nesse sentido, a estratégia deu certo. Já deu para perceber um time mais compacto, com um melhor posicionamento, com uma organização defensiva, com jogadores mais dedicados e mais combativos. Isso não significa que o time jogou bem, mas sim que cumpriu aquilo que se propôs fazer: não tomar gol e trazer a decisão para a Arena Corinthians, diante da torcida. 
Diante do ferrolho corinthiano, o Flamengo, mesmo com 66,9% de posse de bola e 21 finalizações (6 certas e 15 erradas) não conseguiu abrir o placar. Méritos da dupla de zaga (Henrique e Léo Santos), do Ralf e sobretudo do Cássio, o melhor jogador em campo. Com todos os atletas envolvidos na defesa, quase nada foi criado e tivemos apenas 4 finalizações, todas erradas. 
O jogo indica que temos muito a melhorar, principalmente na criação e no ataque. Continuamos errando passes (41 errados e 188 certos), lançamentos (25 errados) e tivemos apenas um cruzamento (errado). Como todo o time, nossos laterais priorizaram a defesa e os atacantes mais auxiliaram os laterais que atacaram. 
Em situação normal, eu estaria criticando o jogo feio, a retranca exacerbada e a inoperância do meio campo e do ataque. Mas, diante do que o time não estava produzindo nos últimos jogos, não tomar gol foi um progresso. Espero e desejo que Jair Ventura consiga também arrumar os demais setores do time e que o Corinthians reencontre-se com as vitórias.  

Fonte de imagens 
globoesporte.globo.com 


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