Desmanches do Sanches

O que está acontecendo no Corinthians é uma vergonha. Parece lojinha de 1,99 e a xepa da feira. Chegou, pechinchou, levou. E esse balcão de negócios, esse mercado livre está refletindo negativamente no desempenho e nos resultados dos jogos de futebol. Com a saída do Carille e cinco importantes auxiliares para a Arábia Saudita houve o desmanche da comissão técnica. Com a abertura da janela de transferências para o exterior, continuam os desmanches com perda de jogadores importantes. E o pior que saem por preço de pinga de boteco, causando prejuízo aos cofres do clube, além de danos para o time em campo. 
Obviamente, isso resulta num clima de insegurança para a comissão técnica que não sabe com quem irá contar para o próximo jogo. E num momento em que a própria comissão está tentando se organizar e se reestruturar. Como já afirmei em outro post, estamos vivenciando algo semelhante a ter que mexer no motor e trocar peças de um veículo com ele em movimento. Tal situação cria insegurança no time e desmotiva os profissionais envolvidos. O resultado é o que vimos sábado no Morumbi: um time desmotivado, desorganizado, sem entrosamento e afobado após sofrer o gol. Um time perdido e desconcentrado, incapaz de reagir e cometendo erros primários e juvenis. Um time com problemas táticos, técnicos e físicos, (as lesões têm sido recorrentes e no último jogo saíram dois por problemas físicos), mas, sobretudo sem postura e sem atitude de vencedor. Um time acuado, amedrontado, inseguro e sem capacidade de reação, com dificuldades em todos os setores do campo. Com problemas nas bolas altas, com dificuldades na saída de bola, sem criatividade, sem velocidade nos contra ataque, cometendo muitos erros individuais e com muito nervosismo, o time não conseguiu apresentar um futebol razoável diante de um adversário bem postado e seguro, jogando em casa e com o apoio de sua torcida. 
Na realidade, facilitamos o jogo para o São Paulo, uma vez que os gols tricolores resultaram de erros individuais de nossos jogadores. Segundo dados do Footstats, fomos mal em todos os fundamentos, além de abusarmos das faltas, resultantes do nervosismo dos jogadores após os gols. 
Se Osmar Loss não foi o único responsável pela derrota, teve grande responsabilidade pelo mau desempenho e mau resultado. Escalou mal e demorou para mexer no time. Poderia ter voltado do intervalo com um time mais agudo, com Jadson, Pedrinho e Matheus Vital. Rodriguinho, vendido horas antes do início do jogo, nem deveria ter sido escalado, pois sua cabeça já estava no país dos faraós. A prova disso é que atuou como uma múmia, sendo um dos piores em campo. 
O time como um todo foi mal, o que dificultou o aparecimento das individualidades. Apenas foi possível perceber que Jonathas, o autor do gol de honra corinthiano, com um meio campo criativo, poderá ser útil na temporada. Além de Rodriguinho, Renê Júnior e Gabriel também foram destaques negativos e até o Cássio, herói do jogo contra o Botafogo, teve um péssimo desempenho. Romero e Jonathas foram os que menos comprometeram, mas estiveram longe de uma boa atuação. 
Mas, o maior responsável pela derrota e pelo mau desempenho corinthiano não se encontra no CT e sim no quinto andar do Parque São Jorge. É o grupo responsável pelas últimas administrações do clube, que sem renovação e sem transparência, vem dilapidando o patrimônio do Corinthians com a venda por preços irrisórios de seus principais jogadores, vendas essas decorrentes de contratos que só favorecem os intermediários, empresários que têm o monopólio dos principais jogadores do elenco. Grupo liderado por Andres Sanches, que mesmo quando esteve fora da diretoria continuou como mentor da política implementada por seus antecessores. 
Após o tsunami chinês, que fez a rapa no elenco campeão de 2015, e de contratações equivocadas, conseguimos nos reerguer em 2017, mas iniciamos 2018 com novas perdas, continuamos contratando mal e a prova disso é que 20 jogadores do elenco estão emprestados para outros times, com ônus salarial para o Corinthians, e continuamos perdendo jogadores importantes, sem a devida reposição com a mesma qualidade técnica. E assim, de desmanche em desmanche, o Corinthians tem que se reinventar após cada janela de transferências sem que para isso tenha reposições à altura de suas reais necessidades. Consequentemente, cria-se uma situação de instabilidade, com reflexos no campo, recaindo a responsabilidade na comissão técnica e nos jogadores e livrando a cara dos seus verdadeiros responsáveis, o grupo (sem) Renovação e (sem) Transparência, que vem dirigindo o Corinthians há mais de uma década. 

Créditos e fontes de imagens 
blog.muquiranaseguros.com.br-Marcos Ribolli/globoesporte.globo.com 

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