Vamos ao que interessa: o Corinthians

Com o término da Copa do Mundo, vamos ao que interessa: o Corinthians, minha única Seleção. Terminada a Copa, alguns comemoram, outros lamentam... Eu agradeço a possibilidade de voltar a torcer com paixão, mesmo sabendo que tivemos perdas e que, por conta da sua boa performance na Rússia, Fagner está na mira de grandes times mundiais. Não bastasse o ônus de sua ausência em jogos que nos custou pontos importantes no Brasileirão, ainda corremos o risco de perdê-lo para algum time europeu. Por isso e por outras, não me entusiasmo com jogos da seleção. 

Mas vamos ao que tem importância: a volta do Corinthians aos gramados em campeonatos oficiais: Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores. O que esperar de um Corinthians que perdeu seis membros de sua comissão técnica e três jogadores titulares. Será que a parada da Copa e a curta intertemporada foi suficiente para o entrosamento e a integração dos que chegaram? 

Na comissão técnica, Carille fez a rapa, levando para seu novo time o auxiliar Leandro Silva, o observador técnico Mauro Silva, o preparador físico, Walmir Cruz, o preparador de goleiros Mauri Lima e o chefe do CIFUT Denis Lupp.

Para a maioria dos desfalques, o clube buscou uma solução caseira. Com exceção do chefe do CIFUT, onde foi buscar no mercado Bebeto Sautier, que atuava no Chapecoense e teve passagens por Flamengo, Tianjin Quanjian, da China, e seleções brasileiras de base, os demais cargos e funções foram preenchidos com pessoal da casa. Osmar Loss, auxiliar de Carille, foi promovido a técnico e as demais funções foram supridas por profissionais da base. Dyego Coelho, auxiliar técnico, Anselmo Sbragia, preparador físico e Leandro Idalino, preparador de goleiros passaram a compor a nova comissão técnica. 

Para suprir os desfalques do elenco, Danilo Avelar foi contratado para substituir Sidcley na lateral esquerda, e na zaga, o então reserva Pedro Henrique substituirá Balbuena. Para a função de segundo volante, mesmo tendo Renê Júnior e Thiaguinho, o Corinthians está em negociações avançadas com o Fluminense para contratar o volante Douglas. Ainda, para reforçar o ataque, chegou o centro avante Jonathas. 

Apesar dos bons resultados dos jogos amistosos na intertemporada, a situação não é tranquila. Além de problemas de entrosamento dos novos membros da comissão técnica e do elenco, ainda podemos perder mais jogadores na janela de transferência europeia. E, com problemas financeiros graves, teremos dificuldades para repor novas perdas e reforçar o time.

Temos pela frente três campeonatos, dois em fase de mata mata e outro em que não podemos perder, pois estamos no meio da tabela e precisando recuperar pontos valiosos. O calendário é apertado, com dois jogos por semana e com pouco tempo para treinos, e os reajustes terão que ser feitos muito na base da conversa e de vídeos. É como se tivéssemos que regular o motor e trocar peças com o carro em movimento. Os desafios serão enormes e qualquer previsão é temerária. Precisamos, acima de tudo, manter a serenidade e evitar cobranças prematuras. O grupo que aí está, incluindo comissão técnica e jogadores, não criou as atuais dificuldades, embora seja o responsável por enfrentá-las. 

A saída inesperada do Carille e a rapa na comissão técnica redundaram em problemas sérios e de difícil solução. Além disso, a caótica situação administrativa do clube e suas finanças deterioradas determinaram uma solução predominantemente caseira para os problemas que surgiram. 

Diante do quadro que se apresenta, precisamos entender o momento que estamos vivenciando, evitar uma caça as bruxas e apoiar o trabalho realizado. Mesmo cientes que teremos dificuldades, não podemos perder a esperança. Sem abrir mão das cobranças, mas cobrando quem é devido, vamos dar um voto de confiança àqueles que hoje são os responsáveis pelo time. E que a garra e o comprometimento seja o gatilho capaz de vencer as dificuldades físicas, técnicas e táticas na busca de vitórias e de conquistas. 

Créditos e fontes de imagens 

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Marcos Ribolli/globoesporte.globo.com
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