Instabilidade e indecisão

Muitas atitudes da diretoria do Corinthians, em especial de sua diretoria de futebol, são preocupantes. Não se percebe uma linha de ação, uma coerência e uma continuidade, o que é falado não se sustenta e tal qual biruta de aeroporto, as decisões mudam ao sabor dos ventos, criando-se uma instabilidade com repercussões negativas no campo e extra campo. 
Após a saída do Tite fomos surpreendidos com a contratação de um técnico que, pela sua experiência e tarimba, dificilmente daria certo naquele momento e que, mesmo com um desempenho sofrível, teve a garantia do então diretor de futebol, de que seria mantido no cargo, independentemente do resultado do clássico com o maior rival. Com a derrota alvinegra, o presidente demitiu o técnico no vestiário e declarou em entrevista que o auxiliar Fábio Carille seria o treinador do Corinthians até o final da temporada. Mas passados 8 jogos, por opção exclusiva da presidência, foi contratado o técnico Oswaldo de Oliveira, demitido ao final do Campeonato Brasileiro por não ter conseguido classificar o time para a Libertadores. Ninguém entendeu a contratação do Oswaldo, que fazia uma péssima campanha no Sport, onde conquistou apenas 33% dos pontos disputados, e havia sido, anteriormente, demitido do Santos e do Palmeiras devido aos maus resultados. Na reunião prévia à sua demissão, houve um pedido para que ele abrisse mão da multa, o que obviamente não foi aceito, E, na manhã seguinte, foi demitido através de um telefonema do garoto de recados, ops, gerente de futebol, Alessandro. 
Até o momento, muita especulação e pouca definição em relação ao novo técnico. Entre os nomes especulados, Reinaldo Rueda, técnico do Atlético Nacional, time da Colômbia campeão da Libertadores e 3º colocado no Mundial de Clubes da FIFA, finalista da Copa Sul Americana e que ficou mundialmente conhecido após o acidente aéreo com o Chapecoense, foi inicialmente rechaçado pelo atual diretor de futebol corinthiano Flávio Adauto que declarou não conhecê-lo. Em que mundo vive esse senhor que ignora fatos recentes de repercussão mundial no mundo do futebol? Será que seu universo é limitado pelas fronteiras do Brasil, já que desconhece a realidade Sul Americana. Será que essa diretoria não é capaz de, quando se trata de contratações, raciocinar além dos limites das Séries B e C?
Na realidade, o Corinthians é hoje uma nau sem rumo no meio de uma tempestade, correndo sério risco de naufrágio diante de desmandos, contradições, acusações e omissões. A diretoria está rachada, o presidente sofre um processo de impeachment, o diretor de futebol fala, fala e não diz nada, o time é limitado, os reforços necessários são barrados por falta de verba e o gerente de futebol é usado como pelego para amaciar os erros da diretoria. Diante de um mercado escasso, corremos o risco de iniciar a temporada sem técnico ou com um técnico meia boca, pois os mais capacitados ou são muito caros ou já estão empregados. Falta dinheiro, falta competência, falta comando, falta coerência, falta autoridade e sobra autoritarismo. A diretoria está mais perdida que cego em tiroteio. Decisões são tomadas ao sabor dos ventos, sem um mínimo de coerência. Impera o improviso e parece que não existe planejamento. 
Esperei ansiosamente o término de 2016, na esperança de um 2017 melhor. Mas, do jeito que as coisas estão acontecendo, temo pelo pior. Sem reforços de peso, o time que terminou a temporada corre o risco de fazer feio até no Paulista. Sem técnico, fica mais difícil trazer reforços. Sem técnico e sem dinheiro a situação torna-se dramática. Os outros times, nossos adversários na temporada, já estão se reforçando e nós, qual nau sem rumo, estamos soçobrando nas ondas da indecisão.

Crédito e fonte de imagem
Fernando Dantas/Gazeta Press/gazetaesportiva.com 

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