Derretendo a gordura

Mais um tropeço. Mais uma vacilada. Mesmo com o pênalti não assinalado pelo árbitro, que pode ter interferido diretamente no resultado do jogo, não podemos ignorar que o Corinthians, também nessa partida, ficou devendo um bom futebol. Apesar de ter maior posse de bola, o time não foi efetivo. Errou muitos passes, (36), acertou apenas dois cruzamentos, (errou 17), finalizou menos que o adversário, com 4 finalizações certas e 4 erradas, contra 7 finalizações certas e 7 erradas do Botafogo, falhou na marcação, pouco criou e acabou tomando dois gols de escanteio em vaciladas da sua defesa. 
Faltou qualidade técnica, faltou atenção e precisão. Alguns jogadores, Fagner, Arana, Maycon, Jadson e Rodriguinho, com desempenhos abaixo da média, continuam prejudicando muito o setor ofensivo, mas continuam intocáveis no time. Jô também caiu de produção, mas tem sido atrapalhado pela falta de criatividade do meio campo e pela pouca chegada dos laterais ao ataque. Romero começou no banco, mas entrou durante o jogo e não correspondeu. E Kazin ainda precisa provar que é jogador de futebol. 
Se o desempenho foi ruim, o resultado foi péssimo, pois a distância para o segundo e o terceiro colocados caiu para seis pontos. Seria uma boa vantagem se os adversários não estivessem numa boa fase, vencendo seus jogos, e o Corinthians não estivesse em queda livre no segundo turno, com apenas dose pontos conquistados em 33 disputados, com três vitórias, três empates e cinco derrotas. 
O sinal vermelho está aceso e já passou da hora de mudar essa situação caótica em que o time se encontra. Com os mesmos jogadores e com a mesma comissão técnica, o time é diferente do que atuou no primeiro turno. Desconcentrado, desatento, afobado e desequilibrado emocionalmente, com alguns jogadores na maior tiriça, apresentando um futebol pior que de times amadores, o Corinthians está irreconhecível. Com algumas exceções, o time está sem garra, sem raça e sem vontade, além de apresentar falhas bisonhas, não cometidas nem pelos jogadores da base. E se não forem tomadas as devidas providências, perderemos o título em decorrência do nosso mau desempenho e fraco rendimento. Mesmo que a arbitragem tenha nos prejudicado, o Corinthians, neste segundo turno, não está fazendo a sua parte e é o maior responsável pela sua situação calamitosa. 
Parece que só agora a diretoria de futebol acordou e hoje fez uma reunião com o técnico. Técnico que começou muito bem, mas se perdeu na mesmice e na fidelidade aos seus jogadores prediletos. Técnico que passa a mão na cabeça dos jogadores e desculpa suas falhas. Técnico que não consegue mudar, que não varia o esquema tático, que não apresenta alternativas e parece não estar conseguindo chamar na chincha aqueles que estão omissos, andando em campo e na maior tiriça. Carille precisa mudar sua postura em relação ao time, para que o time mude sua postura em campo. Tem jogador que não está rendendo nada, que precisa ser substituído em todos os jogos, mas que tem cadeira cativa no time titular (Jadson). Outro não está jogando nada, não consegue ficar com a bola, anda em campo, joga sem objetividade, mas não sai do time (Rodriguinho). E tem aqueles que sempre entram para não jogar nada (Kazim e Giovanni Augusto). Enquanto isso Danilo e Pedrinho, já recuperados e Carlinhos não tem tido chance de entrar no jogo, nem na etapa final. 
A comissão técnica, talvez com medo de perder o grupo, não tem coragem de colocar no banco quem não está rendendo. Enquanto Carille afirma que não desiste de jogador, tem jogador que já desistiu de jogar futebol. Se não se mexe em time que está ganhando, é preciso mexer em time que está perdendo. Para isso é necessário coragem para sair da mesmice, de buscar alternativas táticas e de lideranças capazes de incendiar o vestiário com as fagulhas da raça, da vontade e da determinação.
Tecnicamente, se estão maus nos fundamentos, que se aprimore os treinamentos, com menos academia, piscina e corridas ao redor do campo e mais treino com bola com ênfase na troca de passes, cruzamentos e finalizações. Afinal, o CT Joaquim Grava é um centro de treinamento e não um SPA. 
Neste momento de sérias dificuldades, a torcida está fazendo a sua parte, cobrando e apoiando. Mas a diretoria omissa, a comissão técnica e os jogadores precisam fazer a parte deles, voltando a jogar futebol. 
A gordura que tínhamos no campeonato está derretendo e se não mudar o rumo e retomar as vitórias, acabaremos fritos em nossa própria gordura. 

Crédito e fonte de imagem 
oquehaprojantar.blogspot.com.br 

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