É preciso sair da zona de conforto

O Corinthians está muito manjado. Não tem uma variação de jogada, não faz nada diferente para surpreender o adversário, não tem um jogador que chame a responsabilidade para si e decida a partida. E para piorar a situação, jogadores que já foram decisivos estão numa péssima fase, andando em campo, errando os fundamentos elementares do futebol e comprometendo o rendimento do time. A dupla Jadriguinho, que nos encantou no primeiro turno, não se entende em campo, deixou de criar e parece desmotivada. Consequentemente, a bola chega quadrada para os atacantes, obrigando-os a buscá-la no meio campo. Romero, cada vez mais afobado e descontrolado, mais reclama do que joga. Briga mais com a bola do que pela bola, erra passes e finalizações e pouco produz. Arana anda desatento, parece estar desconcentrado e não é nem sombra do jogador que brilhou no primeiro turno. Fagner não acerta um cruzamento, além de estar nervosinho e estabanado. Maycon é outro que teve queda de produtividade. Do time considerado titular, salva-se a zaga, o goleiro, o volante Gabriel e Jô, cujo rendimento tem sido prejudicado pela inoperância do setor de criação. A queda de rendimento do time é nítida e os resultados colocam em risco tudo o que foi feito no primeiro turno do Brasileirão.
Nessa situação caótica, Carille parece estar perdido e amedrontado. Parece um bichinho acuado, sem coragem de mudar. Contra a evidência da melhora do time com as entradas de Marquinhos Gabriel e Clayson, insiste em iniciar o jogo com Jadson e Romero. Na ausência de Jô, não tem coragem de mudar o esquema tático e coloca o Kazim em campo. Somente com o resultado adverso promove as mudanças necessárias, como ocorreu nos últimos jogos. Deve ter alguma cláusula no contrato do Camacho exigindo sua entrada em todos os jogos, mesmo que ele não consiga acrescentar nada ao rendimento do time. Nas entrevistas, o treinador parece estar sempre satisfeito com o desempenho dos seus atletas, mesmo com os resultados desfavoráveis. Até parece que está tudo bem, que está tranquilo, que está favorável. 
A gordura acumulada no primeiro turno está derretendo e muita coisa tem que ser mudada, a partir dos treinamentos. Que se aproveite a experiência do Osmar Loss com a base para treinar os fundamentos. Já que nesse aspecto, os erros tem sido juvenis, talvez um técnico com experiência na formação de jogadores consiga dar um jeito naqueles que desaprenderam  dar um passe, fazer um cruzamento e finalizar para o gol. Taticamente, que mude o esquema tático, variando jogadas e introduzindo algo que possa surpreender o adversário. E no aspecto psicológico, que se desça do salto, que se restabeleça a humildade e que se recupere a concentração perdida. Que se volte a jogar como um time de operários, conscientes de que ninguém é craque e que não tem nada ganho. Que se retome a postura do início do campeonato, que se abandone a soberba e que todos saiam da zona de conforto criada pelos resultados do primeiro turno. 
Hoje a situação mudou e, consequentemente, é preciso mudar a postura. O Corinthians não é mais o time a ser batido, pelo contrário, é o time que precisa voltar a vencer. Se só depende de si mesmo para ser campeão, tem que fazer a sua parte e assumir a responsabilidade diante dos desafios do campeonato. Mas, para isso, precisa sair da mesmice, precisa ter coragem para mudar o que deve ser mudado e, principalmente, recuperar o foco perdido, mudar de atitude e voltar a jogar com a mesma postura que surpreendeu a todos no Campeonato Paulista e no primeiro turno do Brasileirão.  

Crédito e fonte de imagem 
Marcos Ribolli/globoesporte.globo.com/MAON 

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