Sucumbindo à catimba chilena

Foi um jogo pegado, catimbado, um típico jogo de Libertadores. Um jogo para atletas experientes, onde a técnica e a tática são tão importantes quanto a frieza, a serenidade e o equilíbrio emocional. Um jogo em que o adversário faz de tudo para desestabilizar seu oponente e em que leva vantagem quem não entra na pilha e mantém a frieza necessária para continuar jogando só futebol. Um jogo em que a experiência e a maturidade contam tanto para provocar, ludibriando a arbitragem, como para não cair nas provocações e nas armadilhas.
Maturidade que o Corinthians não teve, em parte pela juventude e inexperiência de alguns jogadores, mas principalmente pelo desequilíbrio de alguns dos mais rodados, que não tiveram a serenidade necessária para não responderem as provocações e, assim, desestabilizaram o time e prejudicaram o seu desempenho técnico e tático. 
O Corinthians até que começou bem, assumindo o controle do jogo, mas sucumbiu à marcação e a catimba chilena, entrou na pilha do adversário e abdicou de jogar futebol. Afobado, passou a errar passes, pouco criou e a bola não chegou ao ataque, tanto que o primeiro lance de perigo só aconteceu aos 33 minutos da etapa final, numa jogada de Pedrinho, desperdiçada pelo Danilo Avelar. 
Com muitas falhas defensivas, o gol chileno saiu de uma sucessão de erros decorrentes da falta de atenção e desequilíbrio dos corinthianos. 
E outros gols teriam acontecido não fosse a segurança e a precisão do goleiro Cássio, o melhor corinthiano em campo. 
No extremo oposto, Gabriel, estabanado e descontrolado, acabou expulso por falta dura, recebendo o 2º cartão amarelo, pois já havia sido penalizado por reclamação. Que falta faz o Ralf na cabeça de área, jogador que mesmo numa posição de marcação, nunca recebeu um cartão vermelho. Com a expulsão, Jadson, que quase nada produziu em campo, foi sacado do time para, numa tentativa de redução de danos, recompor o esquema defensivo e não tomar mais gols. Aí virou jogo de ataque contra a defesa e, graças ao Cássio, ainda temos esperança de reverter o resultado em Itaquera. 
Romero destacou-se pela garra, ajudando muito na marcação após ficarmos com 10 jogadores em campo. Emerson entrou bem e deu algum alento ao setor ofensivo, embora insuficiente para reverter o resultado. Clayson não teve uma boa atuação e não entendo porque Matheus Vital não é titular. A defesa foi mal, a zaga bateu cabeça e Henrique, substituído no final por problema na coxa, foi mais um veterano que entrou na pilha dos chilenos. 
Com um elenco enxuto, Osmar Loss tinha no banco poucas opções para mudar o jogo. Mas demorou muito para mexer no time e poderia ter promovido a entrada do Emerson mais cedo, pois Clayson esteve mal desde o início. 
Perdemos o jogo mais pelo fator psicológico do que pela técnica e pela tática. O Colo Colo, mesmo tecnicamente inferior, mas com jogadores mais experientes, soube usar a catimba e a malandragem a seu favor. Ao Corinthians, emocionalmente descontrolado, faltou experiência e frieza em campo. Com muitos jovens inexperientes e sem os mais velhos conseguirem se impor e ditar o ritmo, a equipe foi envolvida pelo adversário e se perdeu totalmente. Faltou um ponto de equilíbrio, faltou frieza e controle emocional, mas sobretudo faltou maturidade à maioria dos jogadores, que se deixaram levar e aceitaram as provocações chilenas. 
Diante do que foi o jogo e graças ao Cássio, o resultado foi satisfatório. Poderia ter sido muito pior. Na partida de volta, para reverter o resultado adverso, é preciso mudar a postura em campo, principalmente no quesito equilíbrio psicológico. 
Corinthians e Colo Colo voltam a se enfrentar no dia 29 de agosto, na Arena Corinthians. Com o resultado em Santiago, o Timão precisa ganhar por dois gols de diferença para não depender dos pênaltis para passar para a próxima fase. Triunfo alvinegro por 1 a 0, a decisão vai para os pênaltis. Empate ou vitória mínima com gol do Colo-Colo (2 a 1, 3 a 2…) dão a classificação aos chilenos.
Antes desse embate, o Corinthians segue sua caminhada no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil e o próximo adversário é o mesmo nos dois torneios. O time enfrenta a Chapecoense, no domingo, 12/08, pelo Brasileirão, e, na quarta-feira, 15/08, pela Copa Libertadores, ambos os jogos na Arena Condá, em Chapecó. 

Créditos e fontes de imagens 
globoesporte.globo.com 
youtube.com/Reprodução TV/globoesporte.globo.com 

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