Não só podemos. Devemos jogar mais

Minhas críticas e de outros blogueiros corinthianos são repetitivas e um leitor que não acompanhasse o Corinthians poderia até pensar que elas se referissem a um único jogo. Posicionamento equivocado, saída de bola, erros de passes, bolas paradas, falta de articulação entre o meio campo e o ataque, atacantes isolados e finalizações. Repetindo o que outros já disseram, eu também pergunto. Dá para corrigir tudo isso as vésperas da decisão? O tempo de treinabilidade será suficiente? O que está sendo feito nesta semana decisiva? 

Não tenho a pretensão de escalar e dirigir o time na final, mas como observadora, torcedora e sofredora, assim como mais 30 milhões de fiéis, tenho o direito de palpitar. Portanto, aqui vão minhas sugestões:
1 - Ter um posicionamento tático claro e definido. Não dá pra jogar com o meio campo embolado, com os atacantes marcando no campo de defesa e sem ninguém pra receber a bola no ataque.
2 - Evitar chutões na saída de bola. Trabalhar as jogadas com paciência e sem afobação. Júlio César querido, muito cuidado com os tiros de meta. Observe o posicionamento do adversário. Chicão e Castan, não passem a bola direto para os zagueiros deles.
3 - Acertar passes é obrigação. Portanto, muita atenção e nada de afobação. Treinar muito também ajuda. Que tal ver uns vídeos dos jogos do Barcelona?

4 - A articulação entre o meio campo e o ataque tem que ser na raça. Os laterais tem que ajudar; o Bruno César de 2010 precisa ressuscitar; o Paulinho tem que incorporar o Elias e aparecer de surpresa na área; o Jorge Henrique precisa recondicionar o Motorzinho e o Ralf, como já fez em outros jogos, sufocar o Ganso. Sei que a missão mais difícil é a do JH, atacante transformado pelo Tite em jogador multiuso, apelidado de meia de sustentação, mas que na prática virou um volante-meia-atacante, tudo junto e misturado e com desempenho em queda livre. Força e coragem Jorginho. Agarre-se ao seu xará da Capadócia, que é o nosso padroeiro, peça-lhe ajuda, proteção, inspiração e volte a ser o nosso São Jorge Henrique. E, por favor, passem a bola para o Liedson, que deve ficar mais na área, sem precisar ir buscar a bola e nem marcar no campo de defesa do adversário. 

5 - Na dúvida entre Dentinho e William, algumas poucas considerações. Dentinho já não vem jogando bem há algum tempo, aliás, bem antes de tornar-se jardineiro. Está sem ritmo de jogo, pois, ficou três jogos de gancho, voltou doente, não aguentou e foi substituído, voltou na semifinal, não jogou nada e, novamente, foi substituído. Portanto não se justifica o argumento do entrosamento. William tem entrado bem e sido decisivo, está em melhores condições físicas e técnicas, em campo tem mostrado mais garra e confiança que o Dente e pelos bons jogos que tem feito já provou que está entrosado e preparado para a decisão.
6 – Calibrar os pés e as cabeças. Arriscar mais de fora da área. Caprichar nas bolas paradas Não cabecear de olhos fechados e, uma vez que o Tite não coloca o Paulo André nem no banco, é bom perguntarem para ele como faz para marcar um gol de cabeça e observarem seus cabeceios durante os treinamentos.
7 - Na defesa todo o cuidado é pouco. Cortar as asas do Ganso, não deixar que ele abra o bico e não dar espaço para o Máscara. Lugar de dancinha é em casa de shows e estaremos jogando no Pacaembu, nosso estádio por usucapião. Vamos acabar logo com o baile! Por isso Júlio César, todo cuidado na formação das barreiras e nas saídas do gol. Chicão, não é por acaso que você é chamado de Xerife. Portanto, tranque a zaga com cadeado. Castan, pare a peixada sem faltas dentro da área. Repita o que você fez contra o Oeste. Ralf, nosso cão de guarda da zaga, proteja nossa casa, mas sem machucar o ladrão. Fábio Santos e Moradei ou Moacir, marquem bem, mas não se esqueçam de ajudar na armação.
8 - Tite, por favor, mantenha o equilíbrio e a objetividade, escale quem estiver melhor, substitua certo e na hora certa. Depois do empate com o Palmeiras no tempo regulamentar, já deve ter passado sua crise de abstinência. Portanto, fique calmo, lembre-se que precisamos descer a serra para o último jogo com um bom saldo de gols e que, por isso, no jogo do Paca, 1 a 0 não é goleada. Teria algumas sugestões a fazer, mas sei que você é conservador e não aceitaria outro esquema tático. Está certo que não deu para perceber qual foi o esquema do último jogo, mas na teoria parece que foi um 4-4-2, embora na prática, mais parecia que não havia esquema tático nenhum... Mas, mudar agora nem pensar, né Tite...


Agora uma última observação Todos sabem que vencemos, mas não convencemos. Em muitos momentos nem parecia que era o meu Corinthians que estava jogando. Faltou garra. No final, administramos o resultado e parecíamos satisfeitos com o empate. Aos trancos e barrancos chegamos à fase final. O título está ao nosso alcance. Não podemos vacilar. A velha raça corinthiana tem que entrar em campo e fazer a diferença. O adversário está cansado e com a cabeça na Libertadores. Temos que ter inteligência para explorar suas dificuldades. É preciso jogar com garra, com raça, com inteligência e com o coração. É hora da atitude, da determinação, de jogar como Corinthians, de honrar a camisa... 
Nós, torcedores, sonhamos com esse título. E o merecemos mais do que ninguém.

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