Brasileirão - Um mal começo

Melhores momentos
À medida que a Libertadores vai se afunilando, a cabeça dos responsáveis pelos clubes participantes, diretoria, comissão técnica, jogadores e mesmo parte dos torcedores, fica mais focada na dita cuja ao ponto de se esquecer do outro campeonato. Com a desculpa de que o Brasileirão é um torneio longo e de que um resultado adverso pode ser recuperado mais pra frente, correm o risco de transformar um campeonato de pontos corridos num início de pontos perdidos. 
No Corinthians, a coisa não é diferente e corremos um sério risco de transformar esta neurose, tão alimentada pelos antis, em uma grave psicose capaz de nos fazer  perder o juízo. 
E essa perda de juízo já começou a se manifestar quando , logo na 1ª rodada, já entregamos na bandeja 3 pontos para o adversário. Jogando todas as fichas na Libertadores, o Corinthians mandou para o campo uma equipe desentrosada, sem ritmo de jogo e o resultado foi uma derrota em pleno Pacaembu, mesmo jogando com o time reserva do Fluminense, que também poupou os jogadores do seu time principal.
Obviamente ninguém é louco de achar que o Tite deveria ter escalado todos os titulares, pois alguns, por estarem vindo de lesão ou pela idade, não aguentam dois jogos por semana. Mas, também não precisava escalar 10 reservas, alguns com muita deficiência técnica e outros improvisados. O ideal seria um time mesclado, poupando-se apenas aqueles que necessitassem do descanso. Mas, já que fomos de reservas, que todos mostrassem vontade e raça dentro de campo. 
Estatísticas
Com 59% de posse de bola, continuamos errando nas finalizações. Nosso meio campo foi seriamente prejudicado pela falta de habilidade do William Airão e pela improvisação do meia atacante Ramires na posição de 2º volante, que pouco rendeu. 
Nas laterais, duas avenidas de trânsito livre, felizmente pouco aproveitadas pelos reservas adversários. A situação foi tão precária que o Liedson, que é centro avante, veio desarmar o Carleto no meio campo e marcar no campo de defesa. Douglas, apesar de ainda fora de forma, um tanto lento e sem ritmo de jogo, continua preciso nos passes, chamou o jogo e deu algumas bolas açucaradas para nosso ataque... de nervos. Gilsinho nada produziu, William correu muito, mas parecia mais preocupado em disputar posição com o Liedson para o próximo jogo do que jogar pelo coletivo, deixando de passar a bola pro colega melhor posicionado. Liedson, apesar do recondicionamento físico, ainda não está em condições pra jogar no esquema Tite, que exige que o atacante se multiplique simultaneamente em lateral e volante.
Tite não foi capaz de, no intervalo, corrigir os problemas das laterais, do meio campo e do ataque e, nem de mexer com os brios do time. Além disso, mesmo tendo no banco o lateral Denner, que na Copinha deu um show na marcação e cobrança de faltas, que chega bem no ataque e é bom nos cruzamentos pra área, voltou do vestiário com o inoperante e atrapalhado Ramon. E, tendo ainda no banco os habilidosos meias Giovanni e Matheus, que chegam bem ao ataque, insistiu com o Gilsinho, que nada produzia. Enquanto isso, o Abel Braga, mesmo estando suspenso da partida, deu um belo esculacho nos reservas do Flu, que voltaram pro 2º tempo com outro ânimo. 
E numa cobrança de escanteio, Leandro Euzébio subiu mais que a marcação e fez o gol que deu a vitória pros cariocas. Gol indefensável para o Cássio.
No desespero, Tite mexeu no time, colocando Élton, que continua o estabanado de sempre, e nada fez além de faltas, no lugar de Gilsinho, trocando menos seis por menos meia dúzia. Depois colocou o Adilson, com dois dias de treino, sem entrosamento com o grupo, que também nada produziu, no lugar de William Arão, deixando o meio campo ainda mais fragilizado e o time com três centro avantes. E Giovanni e Matheus, mofando no banco. Tite devia mesmo estar com a cabeça no jogo da Libertadores e não no que estava acontecendo domingo no Pacaembu.
Avaliação do treinador
Na avaliação da partida, Tite, apesar de evasivo, reconheceu o baixo nível técnico do jogo e atribuiu o fracasso da equipe à falta de entrosamento e ao fato do jogo ter sido muito acelerado devido ao desejo de se fazer logo o resultado, ou seja, à afobação e à falta de objetividade. Pela sua entrevista, parece que ele não percebeu que com quatro atacantes, com laterais que pouco chegam a linha de fundo e, quando chegam, não acertam um cruzamento e com um meio campo defasado não dá pra reverter um resultado adverso. Com a cabeça na Libertadores, parece que ele não foi capaz de enxergar o jogo, nem durante nem após a partida.
Na etapa inicial o Fluminense contou com uma ajudinha da arbitragem, que não marcou um pênalti de Carleto em Willian. Mas, desta vez a mídia ficou quietinha e o lance sequer foi mostrado nos melhores momentos editados pela TV Globo, como não vimos nenhum comentarista esportivo tendo chilique. Diante do apito inimigo do Corinthians, os abutres ficam cegos, surdos e mudos.
O destaque da partida foi o zagueiro Marquinhos. Seguro, objetivo, centrado e preciso, nem parece um garoto de 18 anos. Jogador diferenciado, apesar da pouca idade, atua melhor que muitos veteranos e ouso dizer que o zagueiro Marquinhos não é apenas uma promessa, mas sim que já é uma realidade. 
Em relação à partida, espero que esses três pontos perdidos não façam falta no final do campeonato. Não custa lembrar do sufoco e da tensão da conquista do Penta, ganho por dois pontos de diferença e só definido no último jogo. O jogo de domingo evidenciou claramente que nosso elenco não é tão bom como muitos afirmam, que temos sérias defasagens e que precisamos com urgência de reforços nas laterais, no meio campo (volantes) e no ataque. Temos alguns jogadores sem a mínima condição de vestirem nosso manto sagrado. Mas que venham reforços pra assumir a posição e resolver e não apenas apostas, muitas das quais não vingam. 
E quando for para apostar, que apostemos na nossa base e não na base alheia. Gomes, Denner, Giovanni, Matheus e outros que foram emprestados ou que nem no banco ficam, já mostraram que têm mais qualidade que alguns dos contratados de outros times e de outras bases. Aliás, hoje chegou mais um, da base do Avaí. Espero que nossos garotos não passem o ano inteiro só treinando, para depois serem emprestados para o Bahia, para o Paraná ou outro clube menor. Aí não venham cornetar jogador que preferiu ir pra Europa do que renovar com o Corinthians.

Ficha técnica - Corinthians 0 X 1 Fluminense

Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 20 de maio de 2012, domingo
Horário: 16h (de Brasília)
Árbitro: Fabrício Neves Corrêa (RS)
Assistentes: Altemir Hausmann e José Chaves Filho (ambos do RS)
Cartões amarelos: Ramon, Douglas (Corinthians); Matheus Carvalho, Rafinha (Fluminense)
Gol: Fluminense: Leandro Euzébio, aos 26 minutos do segundo tempo
Público: 14.791 pagantes
Renda: R$ 419.729,00
Corinthians: Cássio; Welder, Antonio Carlos, Marquinhos e Ramon; Willian Arão (Adilson), Ramírez e Douglas; Gilsinho (Elton), Willian e Liedson. Técnico: Tite
Fluminense: Ricardo Berna; Wallace, Wellington Carvalho, Leandro Euzébio e Carleto; Digão, Fábio Braga (Rafinha) e Lanzini (Jean); Matheus Carvalho (Carlinhos), Marcos Júnior e Samuel. Técnico: Leomir de Souza (auxiliar)

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