Lei de ação e reação - 2014, pagando pelos erros do ano anterior

O Corinthians, campeão paulista de 2013, corre o risco de nem se classificar para a próxima fase do campeonato de 2014. Embora em franca evolução no torneio estadual, o Timão não depende só dele para continuar na competição. Por conta de um regulamento que não prevê disputa com os integrantes do seu grupo, poderá inclusive, ver times classificados com menos pontos que ele.
Se a grande responsabilidade desse regulamento esdrúxulo, estranho e ilógico é da FPF, o Timão não é totalmente vítima do mesmo, pois não soube se preparar devidamente para o início da temporada de 2014. E o sufoco do início do ano, nada mais é que o reflexo dos erros de 2013 e de um mau planejamento.
Um erro que começou com contratações equivocados no início de 2013, com o descarte de jovens da base e que continuou com a manutenção na equipe de jogadores desmotivados, mascarados e acomodados, bem como de um esquema tático manjado. Mesmo com o time em queda livre e, em determinado momento, beirando a zona de rebaixamento, nenhuma providência foi tomada.
Quanto às contratações, gastamos quarenta milhões com um jogador de grife, mas que depois de brilhar nos juniores e de um início promissor no Internacional, não conseguiu manter o mesmo ritmo na Europa e nem na seleção. Veio com problemas físicos, tratou-se no CT Dr Joaquim Grava, recuperou-se fisicamente, mas o mesmo não ocorreu com suas propaladas qualidades técnicas. De temperamento morno e tranquilo, sem entusiasmo e sem garra, sem as qualidades primordiais de um autêntico corinthiano, jamais daria certo no Corinthians. E deu no que deu, foi emprestado por dois anos e o Corinthians acabou pagando o Pato, ou seja, banca metade de seu salário e do direito de imagem. Negócio bom, pro jogador, que veio bichado e hoje, graças ao trabalho desenvolvido pelos profissionais do Corinthians, está inteiro, e para o Milan. Ou alguém acredita que o time italiano iria abrir mão de um jogador que lhe fosse útil e ainda mais, genro do dono do time?
Veio também o Renato Augusto, meia de grande qualidade técnica, mas de ossos de cristal e músculos de porcelana chinesa. Com um histórico de lesão no prontuário maior que a folha corrida de um criminoso top, até hoje não se firmou. Mais de um ano de contrato e o poderoso staff dos departamentos médicos e físicos do Corinthians não conseguiu recuperar o jogador e dar-lhe uma sequência e jogos.
E ainda vieram o Ibson e o Maldonado, cujos desempenhos foram tão ruins, que nem merecem que eu perca meu tempo falando deles.
Eternamente grato aos jogadores que lhes deram os maiores títulos de sua carreira, Tite manteve os seus pupilos, mesmo quando eles nada mais produziram em campo e até minimizou atos de indisciplina e excessos extra campo. Deitados sobre os louros do passado, ninguém parecia ver o time em queda livre e a deterioração do mesmo. E ai de quem ousasse questionar o campeão da Libertadores e do Mundial. Eram execrados, principalmente pelos news corinthianos, aqueles que hoje não mais comparecem no estádio, pois não tem Libertadores nem necessitam, no momento, dos pontos do Fiel Torcedor.
Empurrando com a barriga, somente no final do ano, a diretoria acordou e começou a mudança. Mas, só mudaram o técnico, esquecendo-se que para melhorar o banquete, não basta trocar o cozinheiro, tem que descartar os maus e adquirir bons ingredientes.
Mas, por conta de contratos longos, alguns renovados, e por falta de mercado, a pré temporada iniciou com a turma antiga. E como o cachimbo entorta a boca, foi difícil pro time engrenar no novo esquema e na nova filosofia.
Embora digam que não, precisou de uma ajuda da torcida para iniciar a mexida. E quando apertou, quem não servia espanou e espirrou. Com alto$ cu$to$ pro Corinthians, que mesmo diminuindo sua folha de pagamento, ainda tem que pagar salário para os emprestados. Mas, pelo menos, ficamos livres de alguns encostos.
Com a saída de alguns e a chegada de outros, tendo que arrumar o time durante o próprio campeonato, mas com sangue novo injetado, o time começou a se acertar. embora ainda tenha muito a melhorar, na defesa e no ataque.
Importante lembrar que Gil, a aquisição mais barata e menos badalada do trio que chegou no início de 2013, foi o único que vingou, formando hoje, com o Cléber, que veio da Ponte Preta após o Paulista 2014, nossa muralha negra.
Hoje, com novos jogadores e novo técnico, a cara do time e, principalmente a vontade, é outra. Embora ainda careça de alguns ajustes nas laterais e melhorar as finalizações, já se vislumbra um meio campo com mais criatividade e mais produtivo. Tal evolução, talvez não seja suficiente para continuarmos vivos no Paulistão, pois já não mais dependemos só de nós.
Estamos pagando o preço da imprevidência, de aquisições perdulárias e equivocadas, do protecionismo, de uma má gestão e de um mal planejamento. Em 2014, estamos pagando pelos erros cometidos em 2013.

Créditos e fontes de imagens
globoesporte.globo.com
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Daniel Augusto Júnior/ Agência Corinthians/globoesporte.globo.com
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