Misto frio e futebol gelado

Desfigurado e desentrosado, em alguns momentos desatento, desleixado e desnorteado. Esse foi o Corinthians que vimos em Floripa. Os desfalques, por seleções, prevenção, lesão e expulsão fizeram falta e mostraram que, se temos no elenco jogadores com qualidade, temos outros que não servem nem pra gandula do Timão. O jogo revelou, também o desentrosamento do mistão e que nem todos agarraram com vontade a oportunidade da titularidade. Poupamos jogadores e alguns pouparam futebol.

E olha que o adversário era o lanterna e tecnicamente fraco. Mas, jogou com raça, fez tudo o que podia e o que sabia. Era pouco, porém, com uma noite inspirada do goleiro Wilson e com a desatenção generalizada da defesa corinthiana, conseguiram o que interessa numa partida de futebol, um golzinho salvador. 

Do nosso lado, além de uma inhaca danada, tivemos erros bizarros. A começar na escalação. Embora tendo no elenco um meia jovem e habilidoso, entramos com Edenilson, volante de origem e que quebrou um galho como lateral, escalado mais adiantado. Perdido na posição, foi um fiasco, mas só foi substituído pelo meia aos 12 minutos da etapa final, com o time já perdendo de 1 a 0. Moleque da base é sempre desvalorizado e só entra em roubada, com o time perdendo, como se fosse um santo milagreiro. Com a substituição, o jogo até melhorou, mas do outro lado tinha um goleiro que estava numa noite iluminada.

Romarinho, totalmente perdido como centro avante e com os pés descalibrados, ficou até o fim, para continuar perdendo gol. Adilson, centro avante de ofício, só entrou aos 37 minutos do 2º tempo e para substituir o volante Guilherme, o melhor jogador em campo. Esta eu não entendi.

Eventos

E aos 23 minutos, já havia entrado Welder, para não fazer nada, no lugar do Guilherme Andrade. Este, embora ainda desentrosado no time, atuou bem melhor.

No mais, coisas bizarras aconteceram, susto com Danilo Fernandes que quase mandou a bola pro próprio gol, atrapalhada de Fábio Santos, que mais tarde se redimiu ao tirar a bola que seria um gol, um carrinho desastrado do Chicão, que perdeu o tempo da bola, Ralf errando na marcação, Wallace, o atrapalhado de sempre, principalmente quando joga na esquerda, e um gol do Figueirense no 1º minuto do 2º tempo, numa bola cruzada de Helder para Caio, que passou por 3 corinthianos. E, nos 44 minutos restantes de jogo, não tivemos competência nem para empatar. De quebra, ainda perdemos o Chicão e o Douglas para o próximo jogo, por terem levado o 3º cartão.

De bom no jogo foi poder constatar a habilidade do volante Guilherme e do atacante Martínez. Com certeza, têm tudo para conquistarem a titularidade.

E, depois de ter ganho do líder no Pacaembu, amargamos uma derrota vergonhosa para o lanterna do campeonato. 

Entrevista do Tite

Tite atribuiu a derrota à falta de entrosamento. Para mim foi mais falta de raça e de vontade, além de uma escalação com improvisações e substituições equivocadas, pois nossa superioridade técnica, mesmo com o mistão, é indiscutível.

Mas, ainda tem gente satisfeita. 

Tem jogador, pasmem,  que, apesar do time não ter jogado nada, ficou satisfeito e achou o resultado injusto.
E tem torcedor que gostou do resultado. Até cheguei a ouvir: "...ganhamos a Libertadores invictos e prejudicamos a porcada..."

Nada mais pobre e desmerecedor para uma torcida da grandeza da Fiel, que não pode compactuar nem se transformar numa torcida anti, nem numa torcida de Libertadores e de modinha.

Eis os melhores momentos, a ficha técnica e a estatística do jogo:

Melhores momentos

Ficha Técnica - Figueirense 1 X 0 Corinthians 

Local: Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis (SC) 

Data: 5 de setembro de 2012, quarta-feira 

Horário: 22 horas (de Brasília) 

Árbitro: Márcio Chagas da Silva (RS) 

Assistentes: Bruno Boschilia e Ivan Carlos Bohn (ambos do PR) 

Cartões amarelos: Aloísio, Roni e Jackson (Figueirense). Douglas, Chicão (Corinthians) 

Público: 11.119 pagantes 

Renda: R$ 249.110,00 

Gol: Figueirense: Caio, a 1 minuto do segundo tempo 

Figueirense: Wilson; Elsinho, João Paulo, Edson e Helder; Jackson, Túlio, Claudinei e Roni (Botti); Caio (Júlio César) e Aloísio (Doriva). Técnico: Márcio Goian 

Corinthians: Danilo Fernandes; Guilherme Andrade (Weldinho), Chicão, Wallace e Fábio Santos; Ralf, Guilherme (Adílson), Edenílson (Giovanni) e Douglas; Martínez e Romarinho. Técnico: Tite

Estatística

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