Dignidade sempre

Vivi os tempos do jejum, vivi a queda para a Série B, vi meu time ser roubado pela arbitragem e por dirigentes e pensei que já havia vivenciado as experiências mais dolorosas e angustiantes. 
Mas, vi também, jogadores com poucos recursos técnicos se esforçando em campo, vi técnicos tirando leite de pedra e conseguindo resultados satisfatórios com elencos limitados, mas esforçados e valorosos. Vi derrotas com times caindo de pé, lutando até o fim, não se entregando nem se acovardando. E a torcida sempre reconheceu o esforço, tanto que cresceu muito no tempo do jejum. 
Mas, não pensei que presenciaria o que estou vendo hoje nem que teria razões para maiores tristezas, porque triste mesmo é presenciar o elenco mais caro do país, que treina num CT de 1º mundo e que tem a melhor estrutura possível, ser mal aproveitado, mal utilizado, apresentar um futebol de péssima qualidade e não conseguir vencer nem o pior time do campeonato.
Triste é saber que o presidente do clube declarou ao Conselho que já não tem mais o que fazer e não ter a capacidade de reverter uma situação caótica e por fim à displicência e à incompetência.
Triste é ver jogadores soberbos declararem que não devem ser cobrados porque venceram a Libertadores e o Mundial. 
Triste é ver técnico jogar a toalha e desistir do título e, depois de tudo perdido, fazer o discurso de chegar ao G4 se o G4 virar G5 ou G6,  na tentativa de iludir os torcedores, como se fôssemos crianças ingênuas e não tivéssemos discernimento.
Triste é ver torcedor achando que pelo Corinthians ter ganho vários títulos, está tudo bem, que é só uma fase, que vai passar e que diagnosticar os problemas e cobrar solução é ser corneta e anti corinthiano.
Triste é chegar o fim do campeonato sem ter conquistado nada, entrar na 33ª rodada ainda precisando de pontos para não ser rebaixado e ver declaração que resta apenas o foco de um fim de ano digno para o time, quando num clube com a grandeza do Corinthians a dignidade deveria ser o foco desde o início da temporada.
Afirmar que o foco é ter um fim de ano digno é o reconhecimento de não ter havido dignidade até agora? Se faltou dignidade, os que assim se comportaram, são indignos de fazerem parte do Corinthians e, portanto, independentemente da função que ocupam no clube, que tenham a dignidade de se desligarem para que pessoas dignas ocupem dignamente seus lugares.
É preciso ser digno o tempo todo e não só no fim do ano.
DIGNIDADE SEMPRE

Créditos e fonte de imagem
Cleber Akamine/globoesporte.globo.com

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