Mais três pontos - Mais sufoco

O adversário não era nenhum bicho papão e o Corinthians poderia ter feito um jogo tranquilo, mesmo com um time alternativo. Logo aos dois minutos, Romero abriu o placar. Edílson roubou a bola no meio de campo, avançou, chutou cruzado e o paraguaio desviou sem chances de defesa para o goleiro Pedro Henrique.
O Timão começou com tudo e até parecia que ganharia fácil, mas sofreu com a desorganização e o desentrosamento de um time com 6 jogadores diferentes. Embora o adversário não apresentasse grandes qualidades técnicas, teve um bom volume de jogo, muita vontade e persistência, soube se fechar, travou o jogo com duas linhas de quatro e aos 29 minutos conseguiu empatar numa cobrança de escanteio. Ah! O Corinthians e suas eternas dificuldades com as bolas altas. E depois de empatar, o time visitante passou a controlar o jogo até o final do 1º tempo.  

Gols
Na etapa final, no 1º minuto, Guilherme, após cobrança de escanteio e corte parcial, bateu de primeira, a bola desviou em Jácio e entrou no cantinho esquerdo, depois de tocar na trave. Tudo indicava que o Corinthians passaria a ter o controle do jogo e que a vitória seria tranquila. Mas, para ter mais emoção, Edílson xingou o juiz, foi expulso e aí o jogo complicou. Com um a mais, os capivarianos se animaram, seu técnico reforçou o ataque, e a defesa do Timão teve muito trabalho para segurar o resultado até o apito final. 
Tite precisou mexer no time, colocando Fagner no lugar de Guilherme, para recompor a lateral, e Giovanni Augusto no lugar de Romero. Apesar do sufoco, o Timão conseguiu segurar o resultado e continuar com 100% de aproveitamento no Paulistão. 
Foi um jogo bastante movimentado e não faltaram emoções. A desorganização e o desentrosamento do time, natural em início de temporada, e potencializados com a entrada de novos jogadores, recém contratados, e do recém promovido Maycon, bem como os problemas na armação e na transição para o ataque, que por si já seriam fatores negativos e complicadores do bom desempenho, foram agravados pelo descontrole emocional e pela grosseria do Edílson. E assim, um jogo que poderia ter sido tranquilo, apenas um treino na Arena, tornou-se dramático, devido ao desequilíbrio e a irresponsabilidade de um jogador grosso e grosseiro, que pela experiência que tem no mundo da bola, já deveria ter aprendido, pelo menos a se comportar em campo. 
Os melhores em campo foram Danilo e Romero. O meia, improvisado de centro avante, ajudou na armação e na marcação, deixando evidente a qualidade do seu passe, e mesmo com 36 anos resistiu bravamente aos 90 minutos de jogo. Romero, além de ter aberto o placar, mostrou boa movimentação, oportunismo, muita raça e vontade. Guilherme, apesar do gol que garantiu a vitória alvinegra, teve dificuldade na armação e na transição. Talvez atue melhor jogando mais adiantado. Ou seria problema de entrosamento? Marlone estava muito ansioso, afoito e afobado. Perdeu gols imperdíveis, inclusive duas vezes numa mesma jogada. Tem potencial, mas está sentindo o peso da camisa. Giovanni Augusto entrou bem no jogo, quase fez um gol e demonstrou qualidade, prenunciando grandes possibilidades futuras. Vilson foi bem na zaga, apesar do desentrosamento natural de um 1º jogo. Willians, apesar de ter melhor saída de bola que o Ralf, mostrou-se muito estabanado e cometeu faltas duras e com violência desnecessária. É para destruir apenas a jogada, e não o jogador adversário. Maycon não foi brilhante, mas foi participativo e não comprometeu. Problema de entrosamento e de estreia num time novo e em reconstrução. Uendel errou muitos passes e cruzamentos e pode perder a posição para o Guilherme Arana. Lucca me fez ter saudades do Lucca de 2015, do Lucca do 6 a 1. Cássio, Fagner e Felipe tiveram uma atuação normal, embora tenham sofrido com o desentrosamento do time como um todo.
Do lado do adversário, méritos para o goleiro Pedro Henrique que, com boas defesas, impediu que o Corinthians ampliasse o placar.
A arbitragem foi muito confusa e atrapalhada, cometendo erros pueris, prejudicando não só os times, mas o próprio futebol. O árbitro demonstrou falta de critério, deixando de marcar faltas e inventando outras inexistentes. Entre os inúmeros erros, duas lambanças que poderiam ter definido o jogo. Deixou de assinalar dois pênaltis, um para cada lado. Totalmente perdido e atrapalhado. 
Apesar de todas as dificuldades, o jogo evidenciou a existência de muitas possibilidades. Entre os titulares estreantes percebemos algumas qualidades essenciais: bom toque de bola, oportunismo, raça, boa saída de bola, mas também algumas falhas a serem corrigidas, tanto na técnica quanto na postura em campo, muitas das quais ligadas ao emocional e ao equilíbrio. Grandes desafios para a comissão técnica e para o Tite psicólogo. Já o comportamento do Edílson, considero ser mais grave; caso para psiquiatra. Ou de uma babá Super Nani. 
Apesar dos sustos, foi um bom jogo, um treino de luxo, com muita intensidade e exigências. Se é no fogo que se depura o metal, o jogo serviu para, além dos três pontos, tornar o time mais cascudo diante da adversidade.
Melhores momentos
Ficha Técnica - Corinthians 2 X 1 Capivariano 
Local: Arena Corinthians, em Itaquera, São Paulo (SP)
Data: 11 de fevereiro de 2015, quinta-feira
Horário: 21:00 horas (de Brasília)
Árbitro: Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza
Árbitro Assistente 1: Emerson Augusto de Carvalho
Árbitro Assistente 2: Anderson José de Moraes Coelho
Quarto Árbitro: Rodrigo Santos
Público: 23.143 pagantes
Renda: R$ 1.113.209,00
Cartões amarelos: Fagner (Corinthians); Everton Dias (Capivariano)
Cartão vermelho: Edílson (Corinthians)
Gols: Corinthians: Romero, aos dois minutos do primeiro tempo, e Guilherme, a um minuto do segundo tempo; Capivariano: Marlon, aos 29 minutos do primeiro tempo
Corinthians: Cássio; Edílson, Felipe, Vilson e Uendel; Willians, Romero (Giovanni Augusto), Maycon, Guilherme (Fagner) e Marlone (Lucca); Danilo; Técnico: Tite 
Capivariano: Pedro Henrique; Maguinho, Wagner, Leandro Silva e Marlon; Everton Dias, Jácio (Chico), Samuel e Kleiton Domingues (Romão); Rogerinho e Rodolfo (Carlão); Técnico: Evaristo Piza 

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