Caindo pelas tabelas

Acabaram-se as gorduras e já começamos a perder os carboidratos, as proteínas, as vitaminas e os sais minerais. Como o jogador sorte resolveu sair de férias e foi substituído pelo jogador competência dos adversários, descemos mais um degrau na tabela de classificação. Não! Não precisam me lembrar que nem tudo está perdido e que o campeonato ainda não acabou. Isto eu sei, como sei, também, que se não melhorarmos muito e, rapidamente, não recuperaremos os pontos perdidos e a liderança. Se o campeonato tivesse acabado nesta rodada correríamos o risco de estar disputando mais uma pré-libertadores. É  só olhar a tabela.
No último jogo sofremos para empatar com um velho freguês, além de termos estourado nosso artilheiro, recém operado, fazendo-o buscar a bola na lateral do campo adversário e correr o campo inteiro para marcar. 
De positivo, a segurança do Júlio César e a firmeza da nova zaga, apesar do nervosismo do Wallace no início do jogo, que abusou dos chutões e perdeu um lance no 1º tempo que por pouco não saiu um gol do adversário. Merece destaque a competência técnica, o equilíbrio e o comprometimento do Paulo André, que mostrou firmeza nos desarmes e no jogo aéreo, ganhou todas pelo alto, foi muito bem na saída de bola e nos cabeceios. Importante destacar, também, a atuação corajosa do Fábio Santos, que, vindo de cirurgia e, mesmo sem treinamento adequado, substituiu Castán que se contundiu, não se poupando e dando mais qualidade no setor que, até então sobrecarregava muito na marcação, o atacante William. Émerson foi um dos que mais lutou, movimentou-se muito, buscou o jogo o tempo todo, perdeu um gol feito e com a contusão do Liedson, acabou o jogo como centro avante. 
Se o treinador continuar sobrecarregando o Liedson, fazendo-o marcar e buscar a bola no campo adversário, o jogador vai acabar se estourando, como bem alertou o Dr Joaquim Grava em entrevista na Rádio Bandeirantes.
Mas, os aspectos negativos superaram os acertos. Alessandro continua fora de forma física e técnica, não ganhou uma dividida e levou várias bolas nas costas, uma delas levando muito perigo e, milagrosamente, parada pela trave. E o Welder no banco.
No meio campo, Ralf aparentou certo nervosismo, foi bem nos desarmes, mas, errou muitos passes. Paulinho, mais tenso e menos efetivo que no início do campeonato, levou o 3º cartão e está fora do próximo jogo. Alex, bem marcado, atuou mais como volante e foi péssimo na armação e criação. No final do jogo foi substituído por Jorge Henrique, que também nada acrescentou. Danilo, substituiu Liedson, errou muitos passes e pouco contribuiu. Sem criação no meio campo, o ataque sofreu muito, pois os atacantes precisavam buscar a bola e construir as jogadas, além de ajudar na marcação. E as poucas oportunidades de gol foram desperdiçadas.
A forte marcação do esquema Titeano conseguiu segurar o empate. Aliás, pelo que o time mostrou em campo, ficou muito claro que a meta era não tomar gol. Com exceção da atuação de Alessandro, a defesa cumpriu seu papel. Mas, foi um dos jogos mais feios que já assisti. Felizmente, do lado de lá estava o Adilson Batista, que demorou para tirar o Cícero e por o Rivaldo. Por sua vez, o Casemiro, apesar da bola na trave teve alguns apagões, o Lucas parece ter sido um tanto travado pelo seu passado corinthiano e o Dagoberto não conseguiu chutar de fora da área.
Até entendo, em parte, a tensão do time que foi pro jogo pressionado pelo mal momento vivenciado e com uma nova defesa, que acabou sendo o ponto positivo ao conseguir estancar a hemorragia de gols de bola parada que vínhamos sofrendo. Creio que a "deserção consentida" do até então capitão, que deixou a concentração às 23 horas da véspera do jogo, também pode ter abalado os jogadores. Pelo que assistimos, parece que o emocional do grupo não estava 100%. Ainda bem que apenas um resolveu  debandar.
A perda da titularidade do Chicão é lamentável. Ninguém duvida  do seu potencial, já demonstrado no passado, mas, no momento seu desempenho deixa muito a desejar. Com pouca mobilidade e com reflexos lentos, parece estar desatento. Não acerta a maioria das cobranças de falta, não chega na bola a tempo e fez até dois gols contra. Emocionalmente, anda muito tenso, tem tomado cartões bobos e chegou a dar um tapa em jogador adversário, situação em que foi advertido, o que saiu barato. Não vou compará-lo com nenhum outro zagueiro e sim com ele próprio e com o seu glorioso passado. O fato é que há mais de um ano não vemos em campo o Chicão raçudo, guerreiro, eficiente, inflamado, contagiante, líder e vitorioso e sim uma sombra do velho Chicão. Seu afastamento foi uma necessidade e uma das poucas atitudes corajosas do treinador, não apenas por colocar para jogar quem está num melhor momento, mas, principalmente para mexer com os brios de um jogador que precisa e pode resgatar suas qualidades e seu profissionalismo. Desejo que ele compreenda a lição e aproveite a oportunidade para dar a volta por cima e voltar a ser o grande zagueiro que já foi um dia. Só tenho um receio. Seus empresários são os mesmos que contribuíram para que o goleiro Felipe fizesse tanta besteira e saísse do Corinthians pela porta dos fundos.
Espero que a coragem do Tite não pare por aí e que ele também afaste do time outros jogadores que estão, visivelmente, em franca decadência, o Alessandro e o Jorge Henrique, dando-lhes, igualmente, a oportunidade do necessário resgate profissional.
Não idolatro jogadores, técnicos nem qualquer outro profissional ou diretor do Corinthians. Aplaudo seus acertos, vibro com suas jogadas, torço pelo seu sucesso, louvo-lhes a dedicação e o profissionalismo e congratulo-me com suas ações exitosas. Da mesma forma, aponto os erros e peço o afastamento do time daqueles que estão em má fase ou que não honram a camisa  do clube que paga os seus salários  e não tem pelo Corinthians o carinho, a dedicação e o respeito que ele merece. E quando a falta de atitude e de comprometimento levam-me a pedir tais afastamentos, faço-o com o coração apertado e amargurado. Numa carreira tão exigente e de curta duração, é previsível uma queda de rendimento pelo avançar da idade, levando até os melhores craques à aposentadoria e em busca de outras atividades, muitas vezes no próprio meio esportivo. Estes deixarão saudades e ficarão sempre em nossas memórias, em nossas mentes e em nossos corações. Triste mesmo é quando a queda do rendimento ocorre por falta de profissionalismo e de responsabilidade.
Por mais que sejam importantes para o Corinthians e devam ser valorizados conforme seu empenho e dedicação, seus profissionais não são e jamais serão maior que o Corinthians. Acho que alguns deles, que hoje só são conhecidos, bem remunerados e famosos porque o Corinthians proporcionou-lhes tais condições, ainda não perceberam isso.


Créditos e fontes de imagens e vídeo
marcusavila.blogspot.com
meutimao.com.br
Dib_LANIMA/lancenet.com.br
You Tube/paulomonteiro.wordpress.com
promocaolegal.com.br
Bruno Winccler/esporte.ig.com.br
fotolog.com

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