Com o gol de Alex, o chimarrão virou tererê




Fomos buscar três pontos, mas só conseguimos um. Mesmo assim, considerando-se as circunstâncias do jogo, o resultado não chegou a ser um desastre, pois, mesmo jogando um tempo inteiro com um jogador a menos, eliminamos um concorrente direto ao título. Perdemos a liderança, pois o Vasco venceu o Bahia e, agora, está dois pontos à nossa frente, mas temos condições de recuperá-la, pois ainda estão em disputa 21 pontos. Como prevíamos, não foi um jogo fácil. Hoje somos para o time do DVD um rival maior que o Grêmio. A cada peleja seus velhos traumas vêm à tona e os velhos fantasmas voltam a assombrá-los. Já é um caso para psicoterapeuta. A torcida compareceu em massa e tudo fez para nos provocar, os jogadores entraram com sangue nos zóios e ainda contaram com um árbitro gaúcho para ajudar. Não vou descrever o jogo. Passou na TV aberta e todos puderam a partida acompanhar. Vou apenas comentar, apontar o que foi relevante e as razões que nos fizeram neste embate, sair de lá só com um empate. 
E aqui vai a primeira razão: Na hora de fazer valer o equilíbrio emocional e a determinação, não é que o nosso capitão, numa atitude desequilibrada fez uma falta dura no meia do Inter e foi expulso aos 40 minutos do 1º tempo. Talvez o desespero, por saber que não alcançaria o Andrezinho na corrida, tenha levado o Alessandro a tentar pará-lo no momento em que saia com a bola em direção ao campo de ataque. Em más condições física e técnica, nosso lateral direito titular vem levando bolas nas costas, perdendo as divididas, ficando pra traz nas corridas e abrindo imensas avenidas. Está muito longe de ser o guerreiro que já foi um dia, além de não demonstrar mais equilíbrio e segurança no desempenho de suas funções. Seu desequilíbrio tornou-se mais evidente quando, ao ser expulso pelo carrinho violento e desnecessário, descontrolado, atirou ao chão a braçadeira de capitão. Até o momento da expulsão, com a ajuda de William na marcação, o jogo estava equilibrado e tínhamos tudo para, a qualquer momento, abrir o marcador. 
Tite esperou o intervalo para mexer no time e, mais uma vez, equivocou-se nas mudanças. Na tentativa de recompor o sistema defensivo, tirou William, atacante, e colocou Welder, lateral direito, desarticulando totalmente o esquema do ataque ao deixar Liedson sozinho, além de, com a saída de William, perder uma alternativa de contra ataque. Liedson, sem férias e vindo de lesão, jogando no sacrifício, além de ser fortemente marcado pelos zagueiros, teve sua produtividade, ainda mais prejudicada. Para corrigir o erro da saída do William, Tite foi obrigado a queimar uma substituição, colocando Jorge Henrique no lugar do Levezinho. Só no final, resolveu substituir o Danilo, que não estava bem, pelo Edenilson. O ideal seria, já na volta do intervalo, ter substituído Danilo, que não atuava tão bem como em jogos anteriores, por Welder e Liedson por Edenilson, que tem sido mais ofensivo e objetivo que Jorge Henrique. Com um jogador a mais. o adversário criou mais chances que no 1º tempo e, aos 21 minutos da etapa final, num cruzamento de Kleber, Nei abriu o placar, num lance em que a zaga bobeou e Fábio Santos, vindo de lesão e sem ritmo de jogo, não conseguiu acompanhar a jogada. Com o placar favorável, o time gaúcho passou a administrar a vantagem e tirou o pé. 
E o Timão continuou tentando, pelo menos chegar no empate, apesar do árbitro, que deveria estar com a camisa do Inter debaixo do uniforme, continuar atrapalhando. Faltas a nosso favor foram invertidas e Nei, que já havia recebido o cartão amarelo, ainda antes de fazer o gol matou uma bola no braço e, em outro lance, atropelou Jorge Henrique, mas não recebeu o 2º amarelo, que o tiraria do jogo. Mas, quando Paulinho caiu na área foi advertido por simulação. Aos 43 minutos Alex foi derrubado por D'Alessandro, que já estava amarelado. Com o Inter em vantagem e nos últimos minutos do jogo, a falta foi marcada e o Argentino recebeu o 2º cartão e foi expulso. 
Na cobrança da falta, Alex, usando sua experiência e seu conhecimento do campo, do goleiro e da direção do vento, mandou uma bomba indefensável para as redes do Inter e empatou a partida, calando a torcida gaúcha. Assim, a torcida, que fervia como a água do chimarrão, levou uma ducha de água gelada que fez o chimarrão virar tererê e a gauchada, que já cantava vitória, sair do Beira Rio com cara de acompanhante de velório. E não poderia ser diferente. O gol de Alex acabava de sepultar a esperança do Inter continuar na briga pelo título do Brasileirão.
Nesta reta final do campeonato, após 31 rodadas, algumas situações são evidentes e devem servir de lições para melhorar o desempenho do time nas últimas partidas.
Entre elas, a mais explícita e contundente é o fato de Alessandro não apresentar a mínima condição de ser titular e muito menos capitão do Corinthians. Fora de forma física e técnica e sem ritmo de jogo, apesar de sua experiência, ele pouco tem contribuído e, até mesmo comprometido a atuação do time. Basta lembrar que na melhor fase do Corinthians no campeonato,  o garoto Welder foi titular na maioria dos jogos. Além disso, seu desequilíbrio emocional agrava a situação. Neste ano foi expulso duas vezes por jogo violento, uma no Paulistão, contra o São Paulo em Barueri e outra no último jogo. Se não serve pra titular não pode ser capitão. A função de capitão implica em liderança, em capacidade de comandar pelo exemplo e através de atitudes motivadoras, equilibradas e seguras, qualidades que, neste momento, Alessandro não vem demonstrando. Aliás, quando, num gesto desvairado, atirou a braçadeira de capitão ao chão, simbolicamente, ele já demonstrou não ter condições de assumir o posto.
Outro jogador que caiu muito de rendimento e, hoje, serve apenas para compor elenco, é Jorge Henrique. Perdeu muito da antiga ofensividade e objetividade, talvez pelo fato do técnico tê-lo escalado em posições equivocadas e lhe atribuído múltiplas e variadas funções. Creio que o mais racional no momento seria deixá-lo na reserva, substituí-lo pelo Edenilson ou pelo Ramires, até a recuperação do Émerson e do Adriano e na próxima pré- temporada tentar recuperá-lo, juntamente com o Alessandro e o Chicão. Tal medida poderá ter êxito, desde que o problema deles não seja prazo de validade vencido nem fadiga de material. 
Sobre a arbitragem é necessário que a diretoria se posicione de maneira propositiva junto aos órgãos competentes e à própria mídia para sustar os abusos dos quais temos sido vítimas em todos os jogos. Os outros times têm pressionado a arbitragem com maestria, enquanto nossa diretoria sequer reclama das arbitrariedades que sofremos sob os aplausos da mídia anti corinthiana. O apito amigo, dos outros times, já nos roubou outros títulos, inclusive o do Brasileiro de 2010 e, se ficarmos calados e coniventes com os desmandos da arbitragem, roubará mais um.
Que estes problemas e outros sejam devidamente equacionados e sanados, porque, mais do que nunca, estamos no páreo. O empate heróico que calou o Beira Rio mostrou nossa capacidade de superação e deverá ter, no final do campeonato, um efeito psicológico favorável, do qual precisamos saber tirar proveito. É essencial que o time mantenha a concentração, o equilíbrio emocional e a frieza necessária para enfrentar a pressão dos últimos jogos. Neste momento, tão importante quanto a técnica e a tática é a auto confiança, o entusiasmo, a vontade, a coragem, a garra, a raça, o amor à camisa, a atitude de vencedor... E, nada melhor para quem quer ser campeão do que acatar o conselho de quem já é um campeão consagrado:
  "Muita raça, nada de night e muita vontade." 
                                     (Anderson Silva)



Fontes de imagens
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Comentários

  1. Mais do que do resultado, eu gostei da postura do time. Não se abateu com o clima de guerra montado pelo chorolado e não tão pouco com a má vontade da arbitragem. O Alessandro vacilou repetindo e o erro cometido em Barueri, mas o juizão foi bastante rigoroso. Com isso o Alessandro maculou uma atuação que estava sendo boa. Aliás, embora o Jorge Henrique tenha errado as três primeiras jogadas da qual participou e embora o Danilon não tenha repetido as atuações anteriores, eu não vi nenhum jogador tendo uma atuação lastimável. O fato é que o Corinthians estão crescendo na hora certa. O pessoal está se baseando nos jogos finais do primeiro turno e está esquecendo que naquele momento o time atravessava um momento de instabilidade. Agora o time reencontrou o seu equilíbrio. Mesmo não estando 100% o Liedson está a disposição, o Alex está se consolidando no time apesar de não comemorar o importantíssimo gol que fez contra o chororado (eu estou me lembrando do gol do Bernardo), o Adenor largou aquela besteira de colocar trezentos jogadores na nossa áreas nos escanteios adversários......Pra ficar "xuxu beleza" só falta trocar o Alessandro pelo Welder e colocar o Edenilson mais cedo no time.
    (Múcio Rodolfo)

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  2. Concordo com você. Tirando o desequilíbrio do Alessandro, reincidente no ano, a postura dos jogadores foi positiva e contribuiu para o empate, apesar da pressão chorolada e da arbitragem parcial. Estamos no melhor momento e no momento certo. Vai Corinthians!

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  3. SE TIVESSEMOS FEITO MAIS JOGOS COMO ESSE,ESTARIAMOS SOBRANDO NA PONTA.
    MATADOR DA FIEL.

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  4. Com certeza. Vacilamos diante de adversários inferiores e fizemos alguns jogos excessivamente burocráticos. Agora temos que correr atrás do prejuízo.

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