Rodizio - Pizza ou Churrasco?

Tem algumas coisas que acontecem no Corinthians que, por mais que eu tente, não consigo entender. Uma delas é o rodizio de capitão, onde em cada jogo, um atleta diferente recebe a braçadeira. 
O capitão precisa ter certas qualidades, sem as quais seu papel será prejudicado, com sérias consequências para o rendimento da equipe. Com as atribuições de comandar a equipe dentro do campo, motivar e incentivar os companheiros, chamar a atenção e orientar posicionamentos, manter o equilíbrio emocional e o ânimo dos colegas em situações difíceis, acalmar o time em momentos tensos, mediar conflitos e conversar com o árbitro sobre as regras do jogo, a função de capitão exige de quem a exerce alguns requisitos e qualidades.
O Doutor Sócrates, em uma das suas últimas participações na revista Carta Capital, chamou a atenção para a necessidade do capitão do time possuir liderança perante os jogadores, ser uma pessoa emocionalmente equilibrada e estar em boas condições técnicas, pois, antes de comandar tem que dar exemplo. 
O capitão, como comandante do time dentro do campo, como o porta voz do técnico, deve ser o jogador experiente, que além das qualidades acima citadas, tenha uma identidade com o clube que defende, com o conjunto da equipe e com os torcedores, sendo respeitado por todos. Deve conhecer o esquema tático do jogo e suas possíveis e necessárias variações, para que a comunicação com o técnico seja fácil e imediata. Aliás, a sintonia entre ambos deve ser perfeita, bem com a sintonia com os jogadores.
Obviamente, para que isso possa ocorrer, é necessário um tempo mínimo no exercício da função, um tempo de adaptação e de integração entre os vários agentes, comissão técnica, capitão e equipe. Assim como qualquer jogador precisa de uma sequência de jogos para adquirir ritmo de jogo, o capitão da equipe precisa de uma sequência de jogos nesta função para firmar-se na liderança dentro de campo e para estabelecer a sintonia necessária para atuar como elo de ligação entre o técnico, os jogadores e a arbitragem. Responsável direto pelo equilíbrio e pela atuação segura da equipe, o capitão deve manter uma interação imediata com seus comandados. Com a agilidade do desenrolar de uma partida, é fundamental que a comunicação ocorra de maneira rápida, através de diferentes códigos, que com um olhar, um gesto, um sinal e com poucas palavras banco, capitão e jogadores consigam se entender. 
O rodizio de capitães que vem ocorrendo no Corinthians dificulta essa interação e essa sintonia. Há momentos em que a falta de comando e de liderança são evidentes, resultando num time descontrolado, afobado e inseguro, principalmente em momentos de decisão. E a situação torna-se ainda mais grave quando o capitão de plantão não reúne as mínimas condições para a função. Nesse rodizio, receberam a braçadeira jogadores que não têm sequer condições de titularidade e/ou em péssima forma física e técnica e/ou inexperientes e sem identidade com o clube, equipe e torcedores. E até mesmo jogadores sem controle emocional, campeões de cartões e de expulsões foram contemplados com a braçadeira.
Nenhum veículo caminha a salvo sem um comando único, seguro e competente. Da mesma maneira, é muito mais difícil manter o equilíbrio e a segurança de uma equipe com a rotatividade de liderança em campo, principalmente quando quem tem o status de líder não tem a capacidade de exercer essa função ou não teve o tempo necessário nem o preparo para isso.
Já passou da hora de se definir quem deve comandar a equipe dentro do campo. Com o rodízio feito já foi possível perceber quem tem condições de ser o capitão do time e viabilizar uma equipe mais segura e equilibrada.
Rodízio? Só de pizza e de churrasco.

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