Pagando o preço por priorizar a Libertadores

Tite chama os clássicos de campeonatos à parte e entre dois campeonatos, sua opção foi pela Copa Libertadores. E diante de um um Santos inteiro e descansado, optou por escalar um Corinthians remendado e desentrosado. Escalou mais de meio time reserva com o objetivo de ter o time inteiro para o próximo desafio do torneio continental. E o resultado não foi surpresa pra ninguém. Mesmo torcendo, mais desejando que acreditando numa vitória em Santos, creio que depois de ver a escalação, ficou difícil esperar um resultado favorável no clássico. 
Com a bola rolando vimos um Corinthians desarrumado, sem entrosamento, sem criação, sem garra e sem precisão. Não creio que faltasse vontade, mas o time estava tão perdido em campo que não conseguia nem fazer falta para parar o ataque adversário, tanto que foi para o intervalo zerado em faltas. E zerado, também, em futebol. No 1º tempo, o time mais parecia uma massa amorfa e ir para o vestiário com 1 a 0 foi lucro. No gol santista, a defesa dormiu e Cássio teve seu momento Júlio Cesar, espalmando para o meio e não para os lados, deixando a bola nos pés do Ricardo de Oliveira, livre de marcação corinthiana. Mas, a falha começou bem antes, numa jogada que se iniciou com o goleiro Vanderlei e que foi construída de pé em pé, sem ninguém do Corinthians conseguir atrapalhar. 
Se o 1º tempo foi horrível, o 2º foi sofrível. A entrada do Alan Mineiro, apesar do meia ter falhado ao permitir o contra ataque para o 2º gol santista, melhorou o meio campo, que teve alguns lampejos de criação. O Timão até esboçou uma reação e tentou reequilibrar a partida, mas não conseguiu. O 2º gol do Peixe matou o jogo, bem como as esperanças de sair da Vila com, pelo menos, um empate. 
O resultado, embora adverso, foi justo, num jogo em que deu tudo errado, do início ao fim, da escalação ao resultado final, passando por algumas substituições equivocadas. Lucca errou tudo e continuou em campo, mesmo tendo a opção de adiantar o Luciano e colocar o André de centro avante. Bruno Henrique não consegue proteger a zaga, não marcou e errou passes e chutes a gol. Se o Ralf era o Pitbull, Bruno Henrique é pior que cãozinho de madame, que pelo menos faz barulho e assusta o ladrão. Mas ele não late e nem morde. Não assusta ninguém. Uma opção seria colocar Willians, (que mesmo não sendo top, marca melhor) na cabeça de área e substituir o Bruno Henrique pelo Maycon. E o Danilo, mesmo pregado e cansado, ficou até o final do jogo.
O Santos dominou todo o jogo e mesmo com a melhora do Corinthians na etapa final, não chegou a ser ameaçado. Seus meias atuaram livres, leves e soltos e ninguém conseguiu anular o Lucas Lima. No ataque finalizamos 10 vezes, mas quando não erramos, apenas atrasamos a bola para o goleiro santista. Enquanto isso, o centro avante deles, (aquele que foi oferecido de graça e por um baixo salário para o Corinthians, que rejeitou por achá-lo velho e fora de forma), acertou seus dois chutes a gol. 
A estreia de Alan Mineiro, que melhorou muito a atuação do meio campo, foi para o Corinthians, a ação mais importante do jogo. Mesmo não tendo conseguido reverter o resultado adverso, pois uma andorinha só não faz verão, evidenciou ser mais uma opção para um meio campo ainda carente. Com mais entrosamento e ritmo de jogo, poderá vir a ser uma alternativa para o setor. 
Mas, pelo que acompanhei nas mídias sociais, a maioria da torcida parece estar conformada com a derrota, porque continuamos com a liderança do Grupo D e do campeonato. Desafiando o coro dos contentes, acho que marcamos uma grande bobeira e que perdemos o jogo, não porque o Santos foi brilhante, mas porque, ao desvalorizarmos o Paulistão e priorizarmos a Copa Libertadores, já entramos em campo derrotados. E, numa política de redução de danos, considero que vencer o Cerro Portenho na quarta feira é obrigação. Afinal, metas prioritárias têm que ser alcançadas. 
Com o resultado o Santos chegou a 15 pontos e é líder do Grupo A, com 4 vitórias, 3 empates, uma derrota e 63% de aproveitamento. O vice líder é o Linense, com 13 pontos. O Corinthians permanece com 17 pontos e na liderança do Grupo D e do campeonato. Mas perdeu a invencibilidade e tem agora 5 vitórias, 2 empates, uma derrota e 71% de aproveitamento. O vice líder do Grupo D é o Red Bull Brasil com 13 pontos. 
Melhores momentos
Ficha Técnica - Santos 2 X 0 Corinthians 
Local: Estádio Urbano Caldeira, Vila Belmiro, em Santos (SP)
Data: 6 de março de 2015, domingo
Horário: 16:00 horas (de Brasília)
Árbitro Principal: Flávio Rodrigues de Souza
Árbitro Assistente 1: Daniel Paulo Ziolli
Árbitro Assistente 2: Miguel Cataneo Ribeiro da Costa
Quarto Árbitro: Rafael Gomes Felix da Silva
Público: 9.635 pagantes
Renda: R$ 322.880,00
Cartões amarelos: Victor Ferraz e Lucas Lima (Santos)
Gols: Santos: Ricardo Oliveira, aos oito minutos do primeiro tempo e aos 40 minutos do segundo tempo
Santos: Vanderlei; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo (Luiz Felipe), Gustavo Henrique e Zeca; Renato, Thiago Maia, Gabriel (Rafael Longuine), Lucas Lima e Serginho (Paulinho); Ricardo Oliveira; Técnico: Dorival Júnior
Corinthians: Cássio; Fagner (Edílson), Balbuena, Yago e Guilherme Arana; Bruno Henrique, Willians, Romero (Alan Mineiro), Danilo e Lucca; Luciano (André); Técnico: Tite

Créditos e fontes de imagens e vídeo 
globoesporte.globo.com/Guilherme Dionízio-Gazeta Press/Marcos Ribolli-globoesporte.globo.com/MAON 
Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians/globoesporte.globo.com
youtube.com/globo.com 

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