Escancarando as deficiências e as limitações

Está certo que a arbitragem deu uma ajuda para o Cruzeiro com um pênalti Mandrake, escanteios inventados, inversões de faltas, vistas grossas à cera dos mineiros, juiz atuando como gandula e sem tomar nenhuma providência com as bolas desaparecidas na reposição, além de dar menos tempo no acréscimo do que seria correto pelo tempo em que o jogo ficou parado. Mas, não podemos creditar a derrota apenas às falhas de arbitragem, pois o futebol apresentado pelo Corinthians nada fez para superá-las e nossos erros foram fundamentais para a derrota e a eliminação. Muitos jogadores, (nem todos) até tentaram, mostraram raça e vontade, mas faltou qualidade técnica, faltou atenção do sistema defensivo, faltou equilíbrio emocional e sobraram falhas individuais. Nosso miolo de zaga é uma mãe e, para piorar, o Fagner ainda deu na bandeja o 1º gol cruzeirense. Com um mal posicionamento, bobeamos na marcação e demos espaço para o ataque adversário, nossa defesa esteve péssima, nosso ataque pouco eficaz e acabamos perdendo para nós mesmos. 
Depois de termos batido em cachorro morto e vencido o Ninguém Futebol Clube, nos iludimos com uma possível reação e com a possibilidade do entusiasmo do novo técnico ressuscitar o time. Mas nenhum psicólogo será capaz de acrescentar qualidade técnica num time tão limitado e que sobrevive na temporada de alguns lampejos individuais. Com apenas 6 dias de trabalho, não dá para colocar esta eliminação na conta do Oswaldo de Oliveira, embora ele tenha a sua responsabilidade por ter demorado para mexer no time, ter tirado o Guilherme e não o Marquinhos Gabriel, jogador improdutivo que parece ter suco de maracujá e não sangue em suas veias. 
Na realidade o mau momento do time só tem um responsável e esse não se encontra no CT Dr Joaquim Grava e sim no 5º andar do Parque São Jorge. É a diretoria corinthiana, ou melhor, o grupo que a representa e que com sua incompetência e ambição, traindo nossa origem e nossa História, optou pela opulência de um palácio de mármore para a Copa do Mundo em detrimento de um time vencedor. Dividas da Arena e outras decorrentes de má administração, gastos fora de propósito com jogadores que por falta de qualidade e de perfil não vingaram, ou que chegaram bichado, recuperaram-se graças aos bons profissionais que tínhamos atuando no CT e se mandaram em busca de novos ares e melhores salários são apenas alguns indicadores de seus desmandos. Como "em casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão", já tem gente tirando o corpo fora e implodindo o grupo Renovação e Transparência. 
Estamos pagando o preço da incompetência, da ambição e do mau planejamento que nos levou a desmanches sucessivos e a perda de mais de 20 jogadores e da metade da comissão técnica na temporada. E nos deixou com um time limitado tecnicamente, tendo que improvisar jogadores em funções carentes e subir jogadores da base, mas não utilizá-los. Lembrando que a maioria desse elenco foi pedido ou avalizado pelo idolatrado Tite, lamentamos o fato de continuarmos comprando promessas de times da Série B e desprezando as nossas próprias. 
Algumas falhas do time são gritantes e nem todas poderão ser corrigidas este ano, pois dependem de novas contratações para a próxima temporada. Assim, sobram poucas opções para o Oswaldo e poucas esperanças para a torcida. 
Camacho é 2º volante, improvisado de 1º, porque temos apenas o troglodita Willians, o Cristian, um ex jogador em atividade mantendo sua forma física e batendo uma bolinha no SPA Dr. Joaquim Grava e o Jean, que não poderia atuar na Copa do Brasil, e ainda nem sabemos como vai se comportar com a pesada camisa do Timão. Fagner, que estava sendo uma boa referência até ser convocado pelo Tite, deve ter deixado seu futebol nos treinos da seleção, pois está mal, cometendo pênalti, dando gols de presente, falhando na marcação e apoiando pouco. Nosso miolo de zaga vacila muito, Balbuena, embora vá bem pelo alto, não ganha uma corrida, Vilson falha muito e Pedro Henrique ainda carece de experiência. Não entendo porque Arana é reserva do Uendel. Rodriguinho é oportunista e tem marcado gols, mas só joga com a bola nos pés, perde muita bola e pouco participa da marcação. Giovanni Augusto, nervosinho e pouco participativo só dá toquinho de lado, Marquinhos Gabriel frio, paradão e omisso, e Guilherme, ainda irregular, mas com uma sequência pode engrenar. Marlone, entre os meias, é o mais técnico e efetivo. No ataque Romero, apesar de limitado tecnicamente é pura raça e oscila muito. Rildo tem boa movimentação e faro de gol, mas foi prejudicado pelo excesso de contusões, Lucca é muito irregular e Isaac, uma incógnita, pois ainda não saiu do banco. Para o Brasileirão ainda contamos com o Gustavo, que quando entrou em campo, quase nada produziu. No gol, Walter tem que se virar sozinho, pois a 1ª linha de 4 não ajuda e até atrapalha. 
Eis o tamanho do desafio do Oswaldo que para esse ano vai ter que fazer omelete com poucos ovos e preparar a refeição com ingredientes adquiridos na xepa da feira. Talvez, dependendo das contratações, dá para ter esperanças para 2017, pois em 2016 corremos o risco de nem classificar para Pré Libertadores. 

Crédito e fonte de imagem
globoesporte.globo.com 
Felipe Rodrigues/LipeUnião/jornalprimeirominuto.com.br

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