Com time misto e com 10, vencemos 12

Talvez seja injustiça falar em time misto, pois nossos reservas seriam titulares se atuassem em outros times. Mas não é exagero falar que com 10 vencemos 12, pois nunca vi árbitro expulsar um goleiro por cera, ainda mais num lance duvidoso. Se Cássio foi autorizado pelo juiz a amarrar as chuteiras, como poderia amarrá-las de luvas? E precisa de um mínimo de tempo para tirá-las e colocá-las novamente. Se ele não viu a bola jogada pelo gandula, como mostrou a TV, aonde está a cera do 2º cartão. Só poderia estar na cabeça do árbitro, o mesmo que, mal posicionado trombou com o Petros em jogo de 2014, árbitro caseiro e mal intencionado, que tentou prorrogar o jogo até o Palmeiras empatar.
Mas, o importante foi ter mantido a cabeça no lugar, segurado o resultado, mesmo com um jogador a menos, e carimbado o Pepa's Park, (ou seria DAniALLIANZ Parque?), vencendo o 1º derby na casa do rival. 
Depois do imbróglio de querer jogar com torcida única, vimos um 1º tempo com, praticamente, um time único. Melhor entrosado e mais organizado taticamente, o Corinthians não deixou o Palmeiras criar, além de ameaçar mais. Mesmo com o apoio de sua torcida, a grande maioria na Arena, os donos da casa batiam cabeça e nas suas investidas, eram travados pela bem postada defesa corinthiana.
Mas, foi em um erro da defesa alviverde que o Corinthians abriu o placar, silenciando a torcida palmeirense e fazendo explodir a Fiel. Aos 32 minutos de jogo, numa bola mal recuada por Vítor Hugo, Petros se antecipou a Fernando Prass, passou a bola para Danilo que, de pé direito, só rolou para a rede. 
Na etapa final, os palmeirenses voltaram mordidos e babando, pressionando os visitantes, pressão que aumentou após a expulsão do Cássio, obrigando Tite a sacar um jogador de linha, Guerrero, para a entrada do Walter. Tentando aproveitar-se da superioridade numérica, Oswaldo de Oliveira trocou um volante por um meia e colocou o time pra frente. Mas, mesmo assim, os palmeirenses continuaram a bater cabeça e os atacantes trombavam entre si, criando poucas oportunidades, enquanto o Corinthians,  mais entrosado, com seus jogadores em melhores condições físicas e taticamente bem postado, ocupou os espaços do campo e segurou o resultado até o apito final. Com 31 desarmes, contra apenas 06 do Palmeiras, o Corinthians não se deixou intimidar, mesmo quando ficou em desvantagem numérica. Desvantagem numérica, mas em nenhum momento, em desvantagem técnica e tática. Eu, que sempre critiquei a escola gaúcha, reconheço que Tite, em seu ano sabático, evoluiu muito. Pelo que temos visto neste início de temporada, ele não põe mais o time pra jogar por uma bola e não mais recua os jogadores após o gol.
Danilo foi o melhor em campo, não só pelo gol, mas pela sua disciplina tática, inteligência e visão de jogo. Edu Dracena compensou a falta de ritmo de jogo com sua experiência, habilidade, principalmente pelo alto, e maturidade. Petros, de início parecia estar amarrado, talvez pelo fantasma do árbitro da trombada, mas depois deslanchou, marcou, atacou e foi co autor do gol do Danilo. Bruno Henrique foi seguro na marcação e efetivo no ataque, quase fez um gol e mostrou que pode dar trabalho ao Elias. Mendoza poderia até ser multado por excesso de velocidade. Esteve em todos os lugares do campo, marcando e atacando, mostrando muita habilidade e disposição. Lembrou-me o saudoso Jorge Henrique. Walter, sem tempo para se aquecer, entrou frio na fogueira, mas não deixou a peteca cair, tendo feito uma defesa sensacional com os pés num chute de Lucas. Edilson ressentiu da falta de ritmo, pois estava sem jogar desde que saiu do Botafogo, mas melhorou na etapa final e demonstrou ter potencial para render mais. 
Cássio ia bem, até a expulsão. Mesmo essa tendo sido injusta, como bem mostraram as imagens da TV, ele precisa estar mais atento, pois existe uma predisposição da arbitragem de nunca aliviar para o Corinthians. E o senhor que apitou este jogo já deve ter entrado predisposto, pois não gostou da diminuição da pena do Petros e já entrou esperando dar o troco.
O importante foi que, mais uma vez, contra tudo e contra todos, o Timão mostrou que não é um timinho. Peitou o Ministério Público, o Paulo Nobre, cuja única nobreza está no nome, a FPF, a torcida anfitriã e, em campo, mostrou sua superioridade física, técnica e tática. E não se intimidou diante das pretensas lambanças dos que tudo fizeram para desestabilizar o nosso futebol. 
Lamentável foi a ação de uma minoria de vândalos travestidos de torcedores, que quebraram algumas cadeiras, (contra 250 que os palmeirenses quebraram na Arena Corinthians em 2014) e picharam os vestiários, mesmo após o presidente de uma das torcidas organizadas ter pedido na quadra que se respeitasse a Arena adversária. Mesmo o estrago sendo bem menor do que eles fizeram em Itaquera, o ato não se justifica e demonstra a falta de educação e selvageria dos que assim procederam. Outro ato a lamentar foi a briga de representantes de duas torcidas organizadas pelo espaço para a colocação de suas faixas. Neste momento, não foram corinthianos, apenas mal educados. 
Lamentável também, foi a ação de parte da torcida alviverde que tentou invadir o espaço reservado à torcida visitante, bem como a reação exagerada da despreparada Polícia Militar, colocando em risco a integridade física de pessoas não envolvidas na invasão, inclusive de transeuntes e moradores da vizinhança. Todos aqueles que se envolveram em atos belicosos, palmeirenses, corinthianos e policiais que exageraram na sua ação, demonstraram ser espíritos primitivos, que ainda pensam como na época das cavernas, que não sabem viver e conviver civilizadamente, envergonhando o mundo esportivo e a sociedade. 
Apesar de alguns terem tentado estragar a festa, apesar de termos que lutar em várias frentes, mesmo antes da bola rolar, o Corinthians foi o grande vencedor do Derby e testemunhou toda a sua grandeza, sua raça bem como sua capacidade de superação. Não se intimidou diante das arbitrariedades daqueles que tentaram expulsar a Fiel do jogo e foi buscar seus direitos via judicial. Não se intimidou diante da maioria da torcida alviverde, fazendo-a calar e dominando a casa do rival, no gramado e na arquibancada. Não se intimidou diante da arbitragem tendenciosa e com 10 em campo, venceu 12, ou 14. Cresceu na adversidade, vencendo todos os desafios, transpondo todos os obstáculos e mostrando a todos que se a casa era deles, a festa foi nossa.
Ao final, só restou comemorar, degustando o prato do dia. E ao rival, se lamentar.
Ficha Técnica - Palmeiras 0 X 1 Corinthians
Local: Arena Allianz Parque, em São Paulo (SP)
Data: 8 de fevereiro de 2015, domingo
Horário: 17 horas (de Brasília)
Árbitro: Raphael Claus (SP)
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Anderson Jose de Moraes Coelho (SP)
Quarto Árbitro: Antonio Rogério Batista do Prado
Público: 28.869 pagantes
Renda: R$ 2.646.893,75
Cartões amarelos: Robinho, Alan Patrick (Palmeiras); Bruno Henrique, Cássio 
Cartão vermelho: Cássio (Corinthians)
Gol: Corinthians: Danilo, aos 32 minutos do primeiro tempo
Palmeiras: Fernando Prass; Lucas, Tobio, Vitor Hugo e Zé Roberto; Amaral (Alan Patrick) e Gabriel; Allione (Rafael Marques), Robinho e Maikon Leite (Dudu); Leandro Pereira; Técnico: Oswaldo de Oliveira
Corinthians: Cássio; Edílson, Edu Dracena, Gil e Fábio Santos; Ralf, Bruno Henrique, Petros (Cristian), Danilo e Mendoza (Luciano); Guerrero (Walter); Técnico: Tite

Créditos e fontes de imagens
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