Em Itaquera, um chocolate - Quatro bolas com direito à cobertura e Once Caldas escorrendo pelos ralos

Euforia, arbitragem melando o jogo, um a menos, gol contra anulado, susto e até um certo sufoco no 1º tempo. Acerto no vestiário, disciplina tática, compactação, jogo coletivo, muita raça e superação. E a Fiel jogando junto e apoiando sem parar. Quatro bolas de chocolate, com direito a cobertura, e Once Caldas escorrendo pelo ralo.
Eis um resumo do que vimos em Itaquera na noite desta 4ª feira, num jogo que começou fácil, complicou, quase se tornou dramático, mas acabou em goleada.
Emerson chegou chegando e aos 31 segundos já mostrou seu cartão de visitas.
-Muito prazer, Emerson Sheik, o Senhor Libertadores.
E marcou um belo gol, levando a Fiel ao delírio.
Com o controle alvinegro do jogo, os colombianos trocaram o futebol pelo MMA e bateram muito. Sem nada fazer para coibir os abusos, eles continuaram batendo, até que Guerrero, após ser agredido por Camilo Peres, perdeu a paciência e revidou uma agressão. Aí o juiz lembrou que tinha cartões no bolso e deu uma de macho. Mas, de macho equivocado ou mesmo mal intencionado. Deu cartão amarelo para o colombiano e vermelho para o Guerrero, que foi mais cedo pro chuveiro.
Usando dois pesos e duas medidas, o árbitro perdeu a credibilidade e parece ter incorporado o sinistro Amarilla. Vale registrar que o árbitro do jogo é o mesmo que nas eliminatórias da Copa do Mundo, em 2013, não deu nem cartão amarelo num lance em que Walter Gargano, com uma cotovelada abriu um corte na cabeça de Guerrero, que sangrou muito. Coincidência?
Está certo que com a experiência que tem, nosso centro avante errou ao entrar na pilha dos colombianos, mas o árbitro foi incoerente ao usar dois critérios diferentes.
Faltou malícia e malandragem ao Guerrero, malícia e malandragem que sobraram para o Emerson que marcou, driblou, provocou, cavou faltas, conseguiu escanteios e catimbou o jogo todo.
Com um a menos, o Corinthians se desnorteou em campo e o Once Caldas aproveitou a vantagem numérica para pressionar o time da casa. Mas, no intervalo, Tite pôs ordem na casa. Não mudou jogadores, mas mudou o esquema tático, colocando Renato Augusto como homem de referência, compactou o time para diminuir os espaços do adversário e fez um discurso motivador, que deu confiança aos jogadores para voltarem com uma postura mais segura e proativa. O time se reencontrou em campo e reassumiu o controle do jogo. Só faltava o 2º gol pra dar mais tranquilidade.
E ele chegou graças ao escanteio que Sheik conseguiu com sua experiência e esperteza, ao chutar, de propósito, uma bola em cima do zagueiro do Once Caldas. Na cobrança, Jadson colocou a bola na cabeça de Felipe, que de tão feliz, comemorou com uma cambalhota.
Depois veio o terceiro, que iniciou numa jogada com embaixadinha de Emerson, continuou com boa troca de passes, e terminou com uma bela assistência do Renato Augusto para Elias mandar para o fundo da rede. 
E ainda houve tempo para Fagner, encobrindo o goleiro, fazer o 4º, após receber um passe de calcanhar de Renato Augusto. 
E assim, um jogo que começou fácil e quase se tornou dramático, acabou em goleada, graças à capacidade de superação demonstrada em campo e às providências do técnico no vestiário.
Emerson Sheik foi o nome do jogo e o grande líder do time em campo. Merece também destaque a atuação de Renato Augusto que usando de sua experiência no futsal, foi improvisado como centro avante, fez muito bem o pivô e deu assistência para os dois últimos gols. Mas, todos os 10 que permaneceram em campo, estão de parabéns, pela disciplina tática e pela garra demonstrada. Honraram a camisa e jogaram como Corinthians.
Interessante que esse jogo fugiu totalmente do script, principalmente daquele que existia na cabeça de muitos torcedores. Guerrero, esperança de gol, foi imaturo revidando uma agressão e quase complicou o time, e os gols foram marcados pelos jogadores mais visados e cornetados pela torcida. Emerson, que após um 2013 desastroso e um 2014 turbulento, ainda não havia resgatado a confiança da Fiel; Felipe, com falhas na marcação, alguns gols contra e bolas nas costas no currículo; Elias, fora de forma e pouco participativo em jogos anteriores; e Fagner, muito cobrado por não conseguir marcar e abrir uma avenida com trânsito livre para os adversários. Situação inusitada, mas que amplia nossas esperanças para atuações futuras.
Fábio Santos foi outro que agiu como juvenil ao entrar de sola numa dividida com Arango já no finalzinho do jogo e também acabou sendo expulso, ficando assim impedido de atuar no jogo de volta. Em parte, até entendo a atitude do nosso lateral. Ele estava, literalmente, mordido no jogo. Dar pontapé não pode, certo. Mas, dar mordida, pode. #Taserto Sr Juiz!
Se o resultado empolgou e a superação do time nos encantou, nem tudo foram flores. A zaga bateu cabeça no 1º tempo, os colombianos levaram perigo ao gol de Cássio, principalmente em jogadas pelo alto. Nossa defesa precisa estar mais atenta, principalmente nas bolas paradas. Ralf fez um gol contra, numa cobrança de falta na área, felizmente anulado pelo árbitro devido ao impedimento de 2 colombianos.
Outro aspecto negativo foi o nervosismo e o descontrole de alguns jogadores. Libertadores é um campeonato pegado, de muita catimba e de arbitragem péssima. Os jogadores têm que atuar com inteligência e frieza, além de um mínimo de malícia e sem cair nas provocações dos adversários, principalmente sabendo que, geralmente, temos um apito inimigo tentando nos prejudicar.
Apesar das ressalvas, o jogo foi sensacional. Nossos jogadores foram valentes, o Tite foi inteligente e a torcida fez da Arena, mais que um caldeirão, uma verdadeira panela de pressão. Pressão que foi sentida pelos colombianos, que não conseguiram se impor mesmo quando tiveram os 11 homens em campo. Sem poder de reação, tomaram um chocolate do Timão. Quatro bolas de chocolate, com direito à cobertura, enquanto Once Caldas escorriam pelos ralos de Itaquera.
Ficha Técnica - Corinthians 4 X 0 Once Caldas
Local: Arena Corinthians, em Itaquera, São Paulo (SP)
Data: 4 de fevereiro de 2015, quarta-feira
Horário: 22 horas (de Brasília)
Árbitro: Patricio Loustau (ARG)
Assistentes: Gustavo Rossi (ARG) e Ivan Núñez (ARG)
Público: 35.236 pagantes (total de 35.757)
Renda: R$ 2.436.745,75
Cartões amarelos: Camilo Pérez, Luis Murillo, Hárrison Henao e José Cuadrado (Once Caldas)
Cartões vermelhos: Guerrero e Fábio Santos (Corinthians); Luis Murillo (Once Caldas) 
Gols: Corinthians: Emerson, aos 31 segundos do primeiro tempo; Felipe, aos 9, Elias, aos 25, e Fagner, aos 33 minutos do segundo tempo
Corinthians: Cássio; Fagner, Felipe (Edu Dracena), Gil e Fábio Santos; Ralf, Elias (Bruno Henrique), Jadson, Renato Augusto e Emerson (Stiven Mendoza); Guerrero; Técnico: Tite
Once Caldas: José Cuadrado; Marlon Piedrahita, Camilo Pérez (Patricio Pérez), Dayro Moreno e Luis Murillo; Jonathan Lopera, Hárrison Henao, Maicol Balanta (César Arias), John Valoy (César Quintero) e Johan Arango; Sebastián Penco; Técnico: Flabio Torres

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