Guardando as cornetas e apoiando como sempre #VaiCorinthians



O campeonato aproxima-se do seu final. Estamos todos exaustos, mas cheios de esperanças. Entre tapas e beijos, fomos do céu ao inferno elogiando e criticando, mas, na hora H, nunca deixamos de apoiar o time, mesmo quando ele não jogou bem. Nessas ocasiões, sempre esperamos o jogo acabar para apontar os erros, criticar o técnico, os jogadores, o preparo físico, a diretoria e quem mais merecesse. Em nossos espaços virtuais, não poupamos ninguém da crítica merecida e, às vezes, no calor de uma derrota, até com mais veemência do que o necessário. Mas, nos 90 minutos e seus acréscimos, lá estava a Fiel Torcida cantando, dançando, pulando, incentivando...
Virtualmente, demitimos e contratamos técnicos, colocamos jogadores na reserva, cobramos empenho, raça, garra e determinação. Mas, também, elogiamos, aplaudimos, apoiamos e incentivamos. Tanto que no final de alguns jogos, com os nervos em frangalhos, sentíamo-nos tão cansados e exaustos como se tivéssemos entrado em campo e corrido os 90 minutos. Com licença de uma das nossas torcidas organizadas, podemos afirmar que realmente fomos, e somos, a camisa 12. Indubitavelmente, demos a nossa contribuição para o time chegar onde chegou.
Agora só faltam dois jogos e só dependemos de nós. Embora com o time todo a disposição, têm jogadores exaustos e baleados, jogadores sem férias, vindos de contusões e vindos de cirurgia. Também não temos um elenco de craques, de galáticos, de grandes estrelas brilhando no firmamento do futebol. Nosso técnico também não é nenhuma sumidade, é visto como retranqueiro e tímido demais, não ostenta grandes títulos, embora seja um trabalhador esforçado e responsável. Mas, já vencemos campeonatos com elencos sem craques, em que a raça dos jogadores fez a diferença, com times de operários guerreiros bem como com técnicos de menor qualidade que o atual. 
Temos que nos lembrar que foi com este time e com este técnico,  e com suas limitações, que lideramos quase todo o campeonato e que chegamos ao seu final, dependendo só de nossas próprias pernas e pulmões. Por isso, afirmo que este time tem qualidades maiores que as de seus adversários, pois foi capaz de superá-los. Tem algo maior que a técnica, que o esquema tático e que as condições físicas de alguns jogadores, que insistem em jogar no sacrifício para ajudar o time ser campeão. Uma prova disso foi que domingo, no momento do sufoco, os gols saíram da cabeça do exausto Liedson sem férias, com o joelho esquerdo  recém operado e quase sem cartilagem e dos pés do gordo, fora de forma e sem ritmo Adriano, em passes do Alessandro e  do Émerson, ambos sem condições ideais. Na hora do "vamo vê," valeu o esforço, a garra, a determinação.
Uma força maior parece emergir, reabastecendo as energias combalidas e, nos instantes finais, tal qual Fenix renascida das cinzas, a força mosqueteira se faz presente, evitando o pior. Quando não, nosso adversário também tropeça e voltamos a respirar aliviados. Sorte? Não acredito. Predestinação? Sou mais pelo livre arbítrio. O que será então? É a força do pensamento de toda uma Nação, capaz de transmitir toda a energia necessária à busca da vitória. Para o pensamento não existe barreira e onde quer que o time jogue, mais de 30 milhões estão antenados, torcendo, vibrando, jogando junto. Sabemos das nossas deficiências e que muita coisa precisa mudar para o próximo ano. Mas, agora não é hora  de discutir reforços nem transferências, agora não é hora de questionar nem de cornetar, mas sim de nos unirmos numa corrente de vibrações, apoio, confiança e esperança. É a hora da superação, inclusive de nossas implicâncias e desconfianças. É com esse grupo que chegamos até aqui e será com ele que poderemos ganhar o título. Não há tempo para mudanças, apenas para ajustes pontuais. Chegou a hora do sprint final, portanto, de recarregar as baterias e cabe a nós, Fiel Torcida, mais uma vez, o papel de apoiar, empurrar e incentivar. E isso, ninguém sabe fazer melhor do que nós. Eis uma amostra.




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Comentários

  1. O Blog do Dr. Osmar tem publicado alguns dos mais belos textos sobre a essência do corinthianismo.

    Recentemente, teve aquele do "Zezinho"...

    A última postagem é esta aqui:

    ===============================

    http://drosmar.com/historia-de-arrepiar/

    Sempre tenho contado histórias aqui. De todos os tipos. De toda gente. Mas histórias que envolvem torcedores me encantam mais. Hoje, respondendo a perguntas no site Tod0 Poderoso, recebi uma que indagava sobre isso. E prometi ao internauta que iria contá-la no blog. É o que faço agora.

    Pacaembu. Corinthians x CRB. Primeiro jogo do Corinthians na série B, maio de 2008.

    Era a semana de aniversário de meu neto. Eu e um dos filhos, preparamos uma comemoração especial para o Bruno. Seus 12 colegas corintianos colegas de classe foram os convidados. Com antecipação comprei ingresso para o batalhão, no setor laranja, bem no meio de campo, ao lado das torcidas organizadas. Cansei de tirar fotos e dar autógrafos. Faz parte. E atendo a todos com respeito e compreensão. Faltando uns 10 minutos para começar o jogo, vejo um senhor idoso caminhando na minha fileira, dirigindo-se e olhando para mim. Devia ter mais de 70, pardo, magrinho, roupas simples e um boné branco. Estava um pouco ofegante. Pediu licança para minha neta e sentou-se ao meu lado. Cumprimentou Bruno e disse : “Dr. eu não quero foto nem autógrafo, mas queria que o senhor escutasse a minha história. Sou corintiano desde menino e moro em Guaratinguetá. Ano passado tive dois enfartes do coração e quase morri. Faz 20 dias, tive o terceiro. Um dia, eu estava na UTI, fechei os olhos e fiquei pensando na vida, na família, nos amigos e no Corinthians. Minha mulher sentada ao lado, pensou que eu estivesse dormindo. Entrou o caridologista e continuei de olhos fechados. Ele também pensou que eu estivesse dormindo e disse para minha mulher, que ia ser difícil escapar dessa, mas do próximo, eu morreria mesmo. Não abri os olhos para eles não se sentirem culpados por eu ter escutado aquilo. Mas melhorei, tive alta e hoje tomo uma porção de remédios. Mas sei que meu fim está próximo. Então pedi a meu cunhado ( e apontou o dedo para um senhor que estava um pouco abaixo e prestava atenção, sem poder ouvir, aquela conversa) que me trouxesse a este jogo. Sabe o que eu vim fazer aqui, doutor ?”

    Eu não tinha resposta para aquela pergunta e ele concluiu :

    “Vim me despedir do Corinthians, doutor ! ” Me deu um abraço e foi-se em passos curtos, alquebrado, pedindo licença às pssoas daquela fileira. Minha neta Giulia sentou-se e com o carinho de sempre, apertou minha mão e disse : ” Não vai chorar vô, que o jogo já vai começar.

    Tenho as feições desse homem perfeitamente gravadas na minha memória. Seria capaz de reconhecê-lo num Pacaembu lotado. Sempre pensei muito nessa conversa e nunca poderia imaginar que alguém fosse se despedir do time que torce. Mas já tomei uma decisão. Um dia vou fazer a mesma coisa !

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  2. Acompanho o Blog do Dr Osmar e sempre me emociono com suas histórias e sobre o que ele escreve sobre o Corinthians. Sou sua fã de carteirinha. Seus escritos são uma importante vacina contra o anti corinthianismo da nossa imprensa.

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