Primeiro tempo alucinante. Segundo tempo TITEtubiante



O jogo começou muito animado e num ritmo alucinante. Sufocando o adversário com jogadas ágeis e precisas, com menos de cinco minutos já vencíamos por 2 a 0, gols de Paulinho e de Émerson. Prenunciava-se uma goleada. O time jogava com raça, com vontade e determinação. O Corinthians sobrava em campo e jogava como um autêntico campeão. Não se escondia, ia pra cima, marcava e atacava. Jogando como Corinthians, redimia-se de erros anteriores, sob os aplausos da Fiel, num Pacaembu lotado e animado. O Corinthians mais parecia um tufão e o Furacão não era nem uma brisa levinha. O resultado da etapa inicial poderia até ser maior, se não fossem os erros de finalizações.
Mas, eis que chega o intervalo e os jogadores vão para o vestiário. Aí que mora o perigo. Nessas horas, sempre me dá um frio na barriga, pois para o 2º tempo, geralmente o time volta arriado e desanimado. Parece até que tomam algum calmante ou que passam por uma sessão de hipnotismo, tal a letargia e a sonolência que os jogadores acomete. Ou seria efeito de preleção em voz pausada e compassada, quase anestesiante? Ou quem sabe uma orientação no estilo  "já que o jogo está ganho, poupem- se para o próximo."
Na volta para o jogo, o adversário troca de atacante e logo no início, numa bobeada da nossa defesa, Júlio César pega a bola e não segura, Paulo Baier, mesmo impedido, pega o rebote e manda pro fundo das redes.  Mais uma vez, fomos vítima do apito inimigo. O bandeirinha ignorou o impedimento e a partir daí o Atlético Paranaense começou a gostar do jogo à medida que o Corinthians se encolhia. Tanto o Corinthians como o Atlético eram outros times. Do nosso lado, parecia até que o time do 1º tempo tinha ficado no vestiário e mandado em seu lugar o time que jogou em Uberlândia. Por sua vez, a entrada de Nieto mudou a qualidade do ataque do time paranaense que passou a ter mais objetividade, melhorou a marcação, a sair em velocidade e a oferecer mais perigo à meta corinthiana. Nesse pique, quase que empata o jogo, com duas bolas na trave, uma de Nieto e outra de Paulo Baier. 
O Corinthians, com dificuldades de segurar o resultado e mais frouxo na marcação, sofreu para manter o placar. Pressionado, conseguia sair nos contra ataques, mas criava poucas chances de gol. Quando tinha a bola, jogava com mais qualidade, mas errava nas finalizações enquanto o Furacão, embora chegasse menos, era mais perigoso nas suas investidas. No final do jogo o Timão passou a prender mais a bola no seu próprio campo e a administrar a vantagem. 
Tite, pra não perder o costume, errou nas substituições. Danilo, que  embora tenha dado o passe para o 2º gol, nada mais produziu, deveria ter sido substituído por Ramires. Liedson, sem férias e com o joelho baleado, vem jogando no sacrifício e deveria ter dado lugar ao Edenilson. William, a não ser que tenha sido substituído por problemas físicos, deveria ter permanecido em campo e Morais teria sido mais útil no banco. Adriano, embora esteja se sentindo mais leve, ainda não conseguiu fazer a sua estreia. Mas, Tite substituiu Liedson por Morais, William por Adriano e Welder por Wallace. Com certeza, este último entrou para segurar o resultado.
Individualmente, o nome do jogo, o diferencial em campo foi o Émerson, jogador que, embora prejudicado por contusões recorrentes, tem a cara do Corinthians e tem sido decisivo nos jogos em que participa. Contra o Furacão, sua atuação foi fundamental, não só pelo gol marcado, mas pela sua técnica, raça, experiência, comprometimento e dedicação. Teve a maior posse de bola e, como o meia estava meia boca, precisou movimentar-se muito para buscar o jogo, sofreu 10 faltas e liderou o time em campo. Na prática, foi um verdadeiro capitão, embora sem a braçadeira.
Paulinho desta vez foi bem, jogou acordado e foi eficiente. Pena que levou o 3º cartão amarelo e está fora do próximo jogo. Na entrevista pós jogo desabafou e disse que neste jogo calou a boca de quem disse que ele estava com a cabeça na Itália. Realmente, ele fez uma boa partida. Mas, como Arledo Braido, diretor esportivo do Milan estava no Pacaembu para observá-lo, não dá para ter certeza que ele não estava com a cabeça na Itália. Será que este diretor não poderia ficar no Brasil até o final do campeonato para continuar suas observações?
Do lado direito continuamos com problemas, pois, embora em melhor forma que o titular, ainda falta experiência ao Welder que não foi capaz de explorar a deficiência técnica e a atuação atrapalhada do lateral esquerdo do time paranaense, o que foi muito bem aproveitado por William.
Um dado preocupante é o desgaste físico dos jogadores na etapa final. Com raríssimas exceções, o time morre no 2º tempo e o jogo termina com a bolerada acabada, extenuada... Fora as contusões recorrentes com tanto jogador baleado. Tirando o caso do Liedson, que emendou, com apenas quinze dias de férias, Campeonato Português, Copa do Mundo, Campeonato Paulista e Brasileiro, aqui acumulando simultaneamente as funções de atacante e volante, e do Adriano, vindo de duas cirurgias consecutivas, é inadmissível tanta lesão, tantos incômodos e dores. Afinal, eles treinam num CT de 1º mundo, treinam e se tratam com profissionais renomados e, durante todo o ano, disputaram apenas um campeonato por vez, enquanto a maioria dos times passaram o ano disputando simultaneamente dois campeonatos. Só espero que ninguém esteja dando migué.
Mas, agora que só faltam quatro decisões, é preciso aguentar. Os jogadores vão ter que fazer das tripas o coração, buscar forças e, no limite, atuar no sacrifício, jogar com dor, com incômodo, com desconforto, com infiltração, com a alma e com o coração. Não dependendo de ninguém, a não ser de si próprio e sem correr o risco de entregadas dos rivais, agora vale qualquer sacrifício. É a hora de um por todos e todos por um, de fazer valer o símbolo mosqueteiro, de mostrar que são guerreiros. 


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Comentários

  1. Dona Maria esse sujeito precisa sair do corinthians voando,não da mais para aguentar ele não.
    Matador da fiel.

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  2. O time tem se resumido a Emerson e Wilian. São os únicos que "entram em campo" todo jogo.

    Fora isso, precisamos contar com um bom dia do Danilo, Paulinho e cia... Assim tá difícil!!!

    Precisamos do time todo jogo.... como foi o começo do primeiro tempo!!

    E VAI CORINTHIANS!!!

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  3. Maria Angélica, acredito que começamos arrassadores e deveríamos ter decidido a partida logo no início... pensei até em goleada, mas depois veio a pressão e aquele Deus nos acuda. Mas isso é Corinthians, somos sofredores e seremos assim até o final de nossas vidas.
    Não estou gostando do time também, mas não aguento mais Paulo André como nosso zagueiro, sendo que Chicão está à disposição. Mas agora só faltam quatro jogos para tirar o grito de campeão da garganta.
    Pra cima, Timão!

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  4. Matador
    Tem alguns sujeitos que precisam sair do Corinthians.

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  5. Marcos
    Suspensões e contusões estão nos atrapalhando muito. Mas, parece que tem gente trocando as chuteiras pelos chinelinhos. Assim não dá. Sobra muito para o Émerson e para o William, pois o Liedson está baleado, jogando no sacrifício e o Danilo e o Paulinho nem sempre estão acordados.

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  6. Kennedy
    Paulo André rende mais na zaga esquerda. Não sei se o Chicão está a disposição. Seus incômodos estão cheirando migué. Dá a impressão que ele e o JH só estão esperando abrir a janela para se mandarem pra Europa. Tomara que eu esteja enganada. Tem um menino da base treinando com o time principal, o Marquinhos, que é muito bom e tem tudo pra dar certo na zaga, desde que não seja emprestado pro Bahia.

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  7. Bom dia Maria Angélica. O time não mantém o mesmo ritmo durante uma partida por causa da natureza do treinador e também de alguns jogadores. O Danilo e o Paulinho só dois exemplos griantes. Aquele passe do Danilo para o Emerson no segundo gol, aliás, não foi nada demais. Para um jogador encarregado de abastecer o nosso ataque isto é muito pouco. Melhor, isto é muitíssimo pouco. Com relação ao esgotamento de alguns jogadores isto acaba se convertendo num grande mistério visto que temos o CT mais moderno da via láctea e os serviços de profissionais de alta eficiência. Em todo o caso, o Adenor poderia atenuar o problema lançando mais cedo o Edenilson e o Ramirez nos lugares do Paulinho e do Danilo. No caso do Liedson eu acho que a culpa é tanta do treinador quanto do jogador. Do treinador por exigir dele um esforço exagerado. Do jogador por aceitar bovinamente. Vamos lembrar que não se trata de um jogador em começo de carreira que precisa aceitar tudo para não se queimar e que o técnico em questão não é daqueles linha dura, que não se dispõe ao diálogo. O Adenor poderia usar mais o Taubaté no lugar do Liedson. Assim, ele daria um descanso ao levezinho. Eu cito, o Taubaté porque ainda não vejo o Adriano em condições de fazer alguma coisa de produtivo. Tomara que eu esteja enganado. E por fim, acho que o Chicão- caso esteja de má vontade- está jogando pro alto a chance de sair por cima do Corinthians, sair como campeão. Mas fazer o quê? Cada um pensa como quer. (Múcio Rodolfo)

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  8. Múcio
    Concordo com seu comentário. Uma falha do Adenor foi não ter utilizado os meninos durante o campeonato. Colocou-os pra jogar em poucos jogos e, sempre, em situações adversas. Não sei se colocá-los agora, na hora da decisão, seria uma boa, devido a inexperiência. Também não entendo a opção pelo Morais, tendo o Ramires no banco.

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