Vem Corinthians! Volta Corinthians!

Acho que gritamos tanto VAI CORINTHIANS que o Corinthians pensou que estivéssemos mandando ele embora e se mandou para um lugar desconhecido. E levou consigo seu futebol, sua raça, sua vontade. Será que isso explica tanta apatia e o futebol sem alegria e sem ousadia que temos visto em campo? Um time apático, sem alma, sem entusiasmo. Um time que não consegue vencer nem o lanterna do campeonato, que é derrotado pelo vice lanterna, que perde de time pequeno até no Pacaembu, que dos últimos 15 pontos disputados só conquistou 1 e que não apresenta a mínima capacidade de reação.
O que está acontecendo com o Timão? 
Na visita de representantes da torcida ao CT Dr Joaquim Grava, a diretoria não soube responder essa pergunta e o diretor de futebol Roberto de Andrade declarou não existir problema detectado. Se não conseguem detectar as causas dessa queda de rendimento e do futebol vergonhoso apresentado nas últimas partidas como irão resolver o problema do mau desempenho do time?
Apenas as contusões, suspensões e convocações dos jogadores não são suficientes para explicar o que vem ocorrendo, pois temos o elenco mais qualificado do campeonato e a melhor estrutura de treinamento do país.
O calendário irracional é ruim para todos os times, portanto, também não justifica.
Como quem está vivendo o dia a dia do Timão e tem livre acesso ao Bunker Dr Joaquim Grava não consegue enxergar o que está acontecendo, vamos tentar ajudá-los, levantando algumas hipóteses, a partir das observações e da análise do que vem ocorrendo.
Depois do título da Libertadores, não tivemos mais jogos com a mesma qualidade. Patinamos durante o Brasileirão, onde tivemos a faixa da Libertadores carimbada no 1º jogo e terminamos na 6ª colocação, com 57 pontos, 20 a menos do campeão. Vencemos o Mundial com duas vitórias de 1 a 0, vitórias importantes e suficientes, mas sem termos uma atuação brilhante. 
Em 2013 fomos campeões paulista, com uma atuação irregular, onde perdemos até para o Linense. Fomos eliminados da Libertadores, mas pelas condições que disputamos o campeonato, com o acidente na Bolívia e com a rapinagem da arbitragem, vamos deixar essa eliminação na conta da CONMEBOL. Depois ganhamos a Recopa, vencendo um adversário que naquele momento estava em queda livre e não conseguia ganhar de ninguém.
Na Copa do Brasil, perdemos do Luverdense, time da 3ª divisão e nos classificamos para a próxima fase pelo placar mínimo.
E agora no Brasileirão, terminamos a 22ª rodada na 7ª posição, com 30 pontos, 7 vitórias, 9 empates e 6 derrotas, 29 pontos atrás do líder Cruzeiro, nosso próximo adversário, 8 pontos atrás do último colocado no G4 e apenas com 6 pontos a mais do 1º colocado na zona de rebaixamento. E sem vencer os últimos 5 jogos.
Declarou o treinador em várias entrevistas que perdemos vários jogadores, o time está sendo remontado e ainda não encontramos o equilíbrio. Estamos em setembro e ainda não encontramos o equilíbrio.
Coincidentemente, ou não, o time piorou depois da saída de Chicão e Jorge Henrique e da mudança do auxiliar técnico. E essas saídas, principalmente a liberação do Chicão foram muito mal explicadas. O argumento de diminuir a média de idade do time bate de frente com a renovação do contrato do Émerson, mais velho que o Xerife, bem como com as contratações de Ibson e Maldonado. A justificativa que o salário pedido pelo zagueiro era muito alto para um reserva contradiz a afirmação do técnico de que não tem titulares e joga quem estiver melhor. Chicão perdeu a titularidade por lesão e pelas suas qualidades técnicas teria condições de vencer a disputa com Paulo André.
O time se ressentiu muito com a saída de Paulinho, a transferência mais anunciada e esperada do futebol brasileiro. Mas, além de não fazer uma reposição no mesmo nível, ainda emprestou Luiz Ramires. Para complicar ainda mais o meio campo, foi contratado Renato Augusto, um bom jogador, mas com um histórico de lesão muito grande, portanto uma contratação de risco. E o jogador é mais assíduo no DM que nos gramados.
Jovens promissores foram contratados, o zagueiro Cléber e o volante Jocinei. Mas, para preservá-los e não queimá-los, ainda não estrearam. E promessas da base foram promovidos, outros foram emprestados e os que ficaram, Igor, Paulo Victor e Léo, somente atuam quando o bicho está pegando, em último caso e geralmente com o time perdendo, nos últimos minutos. E a explicação é sempre a mesma. Para não queimar os meninos. Mas, se ao invés de colocá-los aos poucos, em jogos mais tranquilos para irem se entrosando, só coloca em momentos complicados, como esperar que possam render e evoluir no time?
Portanto, as falhas no planejamento estão interferindo, e muito, no desempenho do time.
E para complicar, o esquema tático utilizado, o mesmo desde 2011, já está mais que manjado e é facilmente desmontado por qualquer técnico. Deu certo no passado, mas hoje já descobriram como suplantá-lo. 
Outro problema são os erros frequentes nos fundamentos: passes, cruzamentos e finalizações; nas jogadas de bola parada e no posicionamento diante das faltas e escanteios adversários. A impressão que dá é que não treinam o necessário ou são mal treinados.
Mas, o mais grave é a forma de jogar, onde todos marcam e ninguém consegue marcar os gols. É um corre corre desenfreado, com os atacantes atuando de volantes e cobrindo lateral, com os atacantes e os meias de criação vindo marcar no campo adversário e sem ninguém pra receber a bola no ataque. E quando o atacante consegue voltar, chega extenuado, desconcentrado e erra o chute, perdendo gols imperdíveis. Além disso, por suas características ofensivas, atacantes não sabem marcar, cometem faltas desnecessárias e acabam levando muitos cartões. Irritados com os gols perdidos e com faltas consecutivas, perdem a cabeça, brigam com os jogadores adversários e discutem com o árbitro, tensionando o jogo sem necessidade. Daí tantas suspensões, causando desfalques no time.
Assim, os gols desaparecem e quando conseguimos vencer, é quase sempre pelo placar mínimo. Os meias e os atacantes quando chegam no time fazem muitos gols, mas depois que entram no esquema, os gols vão rareando e desaparecem, pois a prioridade é que todos marquem, não gols e sim o adversário. Muitos acabam se estourando fisicamente e ficam mais expostos às lesões frequentes. Bruno Cesar, Liedson, William, Romarinho, Émerson, Guerrero passaram por esse processo e rarearam seus gols. Hoje no Cruzeiro, podendo atuar como atacante, William fez as pazes com as redes enquanto os gols de Romarinho, Émerson e Guerrero são cada vez mais escassos e difíceis de ocorrer. Douglas, declarou em entrevista que não consegue render o que rendeu em 2008/2009 porque, como meia de criação, jogava livre, mas agora, se não marcar não terá lugar no time.
Outro problema é a falta de uma liderança em campo, corrigindo o posicionamento, orientando os jogadores, cobrando, enfim, a presença de um jogador que chame a responsabilidade e levante o ânimo dos demais nos momentos difíceis. Esse é o papel do capitão do time, coisa que não existe no Corinthians de Tite. Com o rodízio de capitães é impossível se firmar uma liderança efetiva, pois temos em cada jogo, um capitão de plantão. e todos sabemos que em qualquer profissão o plantonista, embora tenha as mesmas atribuições, dificilmente consegue ter a mesma atuação que o responsável pelo serviço. Alessandro e Chicão, pela sua experiência e por suas qualidades, exerciam uma liderança natural e mesmo quando não estavam com a braçadeira cumpriam esse papel. Isso se perdeu com as contusões frequentes do lateral e com a saída do Xerife.
O time apático, desestruturado, sem vontade, com jogadores emocionalmente desequilibrados e atuando sem prazer e sem vontade, não seria o reflexo de todos esses problemas? Atuar num esquema tático que inibe suas potencialidade e foge de suas características e qualidades individuais não seria um fator inibidor e desmotivador? As incoerências na renovação do elenco, as formas de contratação e a saída de jogadores antigos e com liderança, bem como a chegada de Pato, com status de estrela, não teriam influído negativamente e promovido a quebra de confiança e rachado o grupo? O corre corre desenfreado em campo e o acúmulo de tarefas ofensivas e defensivas não seriam responsáveis pelo desgaste físico e as perdas de jogadores por lesão? Até que ponto o esquema tático não seria o grande vilão e o maior responsável por essa queda do desempenho e dos maus resultados, agravados pela perda da coesão do grupo?
Percebe-se nitidamente que o Tite não tem mais o grupo na mão e que existe uma insatisfação muito grande por parte dos jogadores. Isso é visível pela postura em campo e pelo desequilíbrio do time como um todo. Se nós, que estamos de fora, percebemos essa insatisfação, será que os diretores e a comissão técnica não perceberam que tem carne debaixo desse angu e que pelo mau cheiro é carne podre? Ou perceberam e estão querendo tapar o sol com a peneira?
Nem vou comentar o desastre do último jogo, pois ele não fugiu do que tem sido a tônica do time e seria muito repetitivo. Apenas vou pedir que a diretoria, a comissão técnica e os jogadores tenham juízo e façam um diagnóstico preciso, detecte os problemas e tratem de corrigi-los. Que parem de se enganar e de nos enganar, pois se acabou nossa paciência, não acabou e jamais acabará o nosso amor pelo Corinthians. Exigimos, acima de tudo, transparência e respeito. Respeito à instituição Corinthians e respeito com essa camisa que para nós já se tornou a 1ª e não a 2ª pele. 
VEM CORINTHIANS!
VOLTA CORINTHIANS!

Créditos e fontes de imagens
globoesporte.globo.com

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