Estádio de 1º mundo, futebol de várzea

O cenário estava lindo. A plateia, animada, fez a sua parte. Mas os artistas esqueceram suas falas, erraram o script, o diretor confundiu o enredo, errou na marcação e o que era pra ser uma obra prima da dramaturgia futebolística foi um drama para o torcedor que viu um futebol mambembe e decadente. 
A festa era nossa, mas bobeamos e o convidado, mais esperto, colocou água no chopp. E, nosso time, desarrumado, desentrosado e nervoso, conseguiu a façanha de tomar gol e perder do lanterna do campeonato, que até então não havia conseguido marcar nenhum gol. Jogando em casa e tendo feito três treinos na Arena Corinthians, o Timão conseguiu perder vergonhosamente. No início do jogo, parecia estar dormindo e ninguém se entendia. Na etapa final, depois que levou o gol, acordou. Mas sem organização, com um esquema tático confuso e inoperante e errando em todos os setores, nadou, nadou e morreu na praia.
Sem criatividade na armação, os jogadores abusaram das chuveiradas na área, que geralmente eram cortadas pelos zagueiros do Figueirense. 
Das 12 finalizações do Corinthians, 3 foram defendidas, (Jadson, Guilherme e Romarinho), uma foi bloqueada, (Jadson) e 8 foram para fora, (Guerrero, 3, Guilherme, 2, Luciano, 2 e Cléber, 1). Ou eles não treinam finalizações ou atuam sem a minima concentração.
Ao final do jogo, todos lamentaram o resultado e reconheceram que jogaram mal. Saíram tão desnorteados quanto entraram, ao ponto de Ralf até trocar o nome do técnico.
Como todos os torcedores, eu também estou frustrada, não só pelo resultado, mas pelas atitudes que não entendi.
Por que insistir com o Guilherme e não dar uma chance para o Bruno Henrique?
Com o mau desempenho da dupla Renato Augusto/Jadson, por que não colocar o Petros, que fez uma boa dupla com o Jadson em outros jogos?
Por que insistir o jogo todo com o Renato Augusto, que quase nada produziu?
Por que substituir o Fagner pelo Danilo. Se ele pediu pra sair, por que não entrou o Ferrugem?
Será que o Danilo ainda tem gás ou lenha pra queimar?
Por que Guerrero e Romarinho preferem cair e tentarem cavar falta do que jogar?
Por que Cléber sempre se envolve numa encrenca? Ah! Se jogasse o tanto que briga, seria um Gamarra e não sobraria tudo pro Gil.
Por que, em campo, o Ralf deixou de ser o temido pitbull?
Cadê o Jadshow do Paulistão? E o Guerrero do Mundial do Japão?
Mas, estou frustrada, também por umas tristes constatações.
Técnicos da Escola Gaúcha de Futebol são todos iguais. Só mudam os endereços.
O Renato Augusto está recuperado fisicamente. Mas tecnicamente ainda não ressurgiu.
Temos Libertadores, somos bi mundiais, temos um belíssimo estádio. Agora só nos falta ter um time. O último que tivemos não voltou do Japão.
Quando eu penso que o time está evoluindo, temos uma recaída. Mas, somos muito caridosos e até fazemos milagre. Adoramos ajudar os fracos e  ressuscitar os times mortos, e seus jogadores. Aí estão o Figueirense, o Thiago Heleno e o Thiago Volpi pra comprovar.
Com essa diretoria, com essa comissão técnica e com esses jogadores, este ano não nos classificaremos nem para a Sul Americana. Elias pode melhorar o time, mas não joga sozinho. Precisamos de reforços para todos os setores do campo, de um bom zagueiro, de um meia armador e de atacantes. Mas, como fazemos a caridade de pagar para reforçar os rivais, como temos que pagar o estádio com mármore de carrara, não temos dinheiro pra bancar jogadores de ponta. E como iremos com essa diretoria até dezembro, continuaremos nesta mesmice, pois Mano é da total confiança do Gobbi e só sairá se houver uma hecatombe. 
Com alguns reforços pontuais e com uma nova mentalidade, daria para melhorar o time e obter bons resultados, pois o nível dos adversários não está em patamares tão elevados. Mas, para isso teria que mudar a postura do time e um mínimo de organização tática, além de amor à camisa, garra e determinação, atitudes raras de se ver hoje, no Corinthians em particular e no futebol em geral. Para o futebol moderno, business, segundo Mário Gobbi, o que interessa é o dinheiro na conta bancária e não a camisa do time. Lamentavelmente.
Gol e lances
Ficha Técnica - Corinthians 0 X 1 Figueirense
Local: Arena Corinthians, em São Paulo (SP)
Data: 18 de maio de 2014, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília) 
Árbitro: Jaílson Macedo Freitas (BA) 
Assistentes: Alessandro Álvaro Rocha de Matos (BA) e Adson Lopes Leal (BA) 
Cartões amarelos: Guilherme, Cleber, Romarinho e Jadson (Corinthians); Leandro Silva, Ricardo Bueno e Everton Santos
Público: 36.694 pessoas (36.123 pagantes)
Renda: R$ 3.029.801,70
Gol: Giovanni Augusto, aos dois minutos do segundo tempo
Corinthians: Cássio; Fagner (Danilo), Cleber, Gil, Fábio Santos; Ralf, Guilherme, Renato Augusto e Jadson (Paulinho); Luciano (Romarinho) e Guerrero; Técnico: Mano Menezes
Figueirense: Tiago Volpi; Leandro Silva, Marquinhos, Thiago Heleno e Guilherme Lazaroni; Luan, Paulo Roberto, Rivaldo (Jefferson) e Giovanni Augusto (Dudu); Ricardo Bueno (Jonathan) e Everton Santos; Técnico: Guto Ferreira
 
Entrevista do Mano Menezes

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