"Boi de Piranha"

Depois do último vexame, a corda rompeu no lugar mais fraco e o presidente do Corinthians demitiu o técnico Cristóvão Borges. Por justiça e hombridade, a diretoria e, também o gerente de futebol e o diretor adjunto, deveriam ter a humildade de reconhecer que faliram na condução do Corinthians e renunciarem coletivamente. Mas, é mais cômodo e vantajoso para eles manterem seus status, seus cargos, suas boquinhas e jogar na água um "boi de piranha", do que admitirem suas falhas. Cristóvão nunca foi um técnico top e foi contratado por ser um técnico barato, disponível no mercado e, possivelmente, por seu temperamento pacato, por ser "boa praça", por não criar encrenca, por aceitar um contrato sem multa rescisória. 
E foi defenestrado no vestiário, após a derrota para o Palmeiras, como se fosse o único ou o maior responsável pelo vexame, pela oscilação do time, pela inoperância e moleza da bolerada em campo, pela falta de qualidade dos contratados pós desmanches promovidos pela diretoria e por todos os desmandos cometidos. 
Demitir Cristóvão foi a solução mais fácil, mas não vai resolver o problema do Corinthians, porque ataca um dos seus efeitos, mas não a causa real, que é a má administração, a incompetência e a omissão de seus diretores, do seu conselho e de maus profissionais. Daqueles que foram incompetentes e omissos ao elaborar os contratos dos jogadores vendidos sem que o Corinthians tivesse alguma vantagem nessas transações, que foram incompetentes e omissos nas reposições pós desmanches e no preenchimento dos cargos de técnico, diretor adjunto e gerente de futebol. De quem contratou um técnico que não conseguiu se impor, de um diretor adjunto que sofre de diarreia mental, de um gerente que, por seus erros e inoperância, está jogando no lixo sua bonita história como jogador, e de jogadores sem condições técnicas, sem garra e sem as mínimas condições de vestirem nossa camisa. De uma diretoria que transformou o Parque São Jorge num balcão de negócios e no paraíso dos empresários. De um presidente que desrespeita o maior patrimônio do clube, sua torcida, e que se administrasse sua agência de automóveis como administra o Corinthians, estaria falido. 
Sobre o jogo só resta lamentar a falta de técnica, padrão tático, de organização e de vontade. Com raríssimas exceções, o time não entrou em campo. Faltou técnica, padrão tático, mas principalmente faltou o que no passado foi a marca do Corinthians. Faltou garra, faltou raça, faltou ser Corinthians. Não seria exagero dizer que perdemos por WO, pois o que vimos em campo não foi o Corinthians, mas sim um amontoado de jogadores sem alma, um bando de zumbis, subjugado por um time que nem precisou se esforçar para nos derrotar. 
Derrota que caiu nos ombros do elo mais fraco da corrente, o técnico, que tem sua responsabilidade no resultado, mas não a única nem a principal. Enquanto isso, o presidente ainda tem o desplante de afirmar não ser o responsável pelo caos que se instalou no Corinthians e para livrar-se da sujeira que essa diretoria produziu, lança-a aos técnicos Tite e Cristóvão Borges, responsabilizando-os pelas péssimas contratações na reposição dos desmanches. Mas, omite que entre os inúmeros jogadores solicitados e monitorados, contratou os mais baratos e não os melhores. Comprou na xepa da feira e reclama porque os chefes de cozinha não conseguiram, com os ingredientes de qualidade duvidosa, preparar um banquete. Na realidade, com alguns desses ingredientes não dá nem para fazer um sopão. 
A oscilação do time e o futebol apresentado nos últimos jogos, a falta de qualidade, a falta de garra de jogadores que andam em campo e que se escondem atrás de um desconforto muscular, parecem indicar o descompromisso dos mesmos com Corinthians e a ausência de profissionalismo, ou mesmo uma ação deliberada para derrubar o técnico. 
Mas, com certeza, toda essa desorganização, má vontade e o caos reinante refletem o caos administrativo implantado pelo grupo que se intitula Renovação e Transparência, mas utiliza métodos análogos ao que o antecedeu, portanto sem renovação, que não apresentou até hoje as contas da construção da Arena, portanto, sem transparência, o que nos faz temer pelo futuro do nosso Coringão.
Já passou da hora da torcida assumir sua responsabilidade e exigir que o Corinthians retome os ideais de seus fundadores e que seja refundado como time do povo e não do grupo que dele se apropriou. É urgente resgatar nossas origens, nossa identidade, nossa raça, nossa essência e nossa marca. 
QUERO MEU CORINTHIANS DE VOLTA

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