A volta do pesadelo - Episódios inéditos - Enredo nem tanto

Ficha Técnica – Mogi Mirim 1 x 1 Corinthians
Local: Estádio Romildo Ferreira, em Mogi Mirim (SP) 
Data: 8 de fevereiro de 2012, quarta-feira 
Horário: 22h (de Brasília) 
Árbitro: Marcio Henrique de Gois (SP) 
Auxiliares: Risser Jarussi Corrêa (SP) e Ricardo Busette (SP) 
Cartões Amarelos: Jéferson Maranhão; Lucas Fonseca, Hernane (Mogi Mirim); Liedson (Corinthians) 
Cartão vermelho: Edson Ratinho (Mogi Mirim) 
Renda: R$ 278.070,00 
Público: 7.313 pagantes 
Gols: Emerson, de pênalti, aos 13 minutos do 1º tempo. Hernane, aos 41 minutos do 2º tempo 
Mogi Mirim: Anderson; Edson Ratinho, Tiago Alves, Lucas Fonseca e João Paulo; Val, Baraka, Renê Junior e Felipe; Jéferson Maranhão (Fernandinho) e Hernane. Técnico: Guto Ferreira. 
Corinthians: Júlio César; Welder, Wallace, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo (Jorge Henrique) e Alex; Emerson (Edenílson) e Liedson (Elton). Técnico: Tite.

Com uma péssima apresentação, o Corinthians voltou de Mogi Mirim com um mísero pontinho e sem a liderança do campeonato. Depois de estar vencendo por 1 a 0, com um gol de pênalti marcado por Émerson, numa falta em que o zagueiro do Mogi foi expulso, o adversário empatou a partida aos 41 minutos do 2º tempo. Mesmo com um jogador a mais e vencendo o jogo, o Corinthians não conseguiu segurar o resultado. Apenas administrando a partida, jogando sem objetividade, sem inteligência e com a maioria dos jogadores poupando-se em campo, levamos a virada. No final do 2º tempo, Roni chutou de fora da área, Júlio César espalmou e Hernane marcou no rebote. Aí o pessoal resolveu acordar e começou a correr, mas já era tarde.
Foi um jogo feio, monótono, tocando a bola de lado, sem nenhuma criatividade na armação, com abuso das bolas altas para nossos baixinhos atacantes, sem a descida dos laterais, com passes e finalizações errados  e com a maioria dos jogadores sem vontade e sem raça.
Não sei se os jogadores menosprezaram o adversário, se estavam se poupando para o clássico ou se estavam com medo de se lesionarem e ficarem fora da lista da neurose da Libertadores. As dificuldades na armação eram tantas que o Liedson foi buscar a bola na zaga e o Castán até arriscou chute a gol. Fazer gol de falta ou de escanteio, nem pensar. Deve ser proibido ou eles se esqueceram como faz. Denner e Antonio Carlos, agora que vocês foram promovidos, ensinem pra eles.
Também não vou generalizar. Alguns lutaram com vontade. Castán, apesar de limitado tecnicamente, foi raçudo como sempre. Liedson, arriscou lesionar seu joelhinho sem cartilagem, mostrando determinação e vontade e Émerson, mesmo vindo de contusão, não se poupou e jogou como um corinthiano de verdade. 
As substituições foram tardias e equivocadas. Com um a mais, ao invés de por o time pra cima e matar o jogo, colocando jogadores mais ofensivos, só aos 9 minutos do 2º tempo, Tite fez a 1ª mudança, substituindo Danilo por Jorge Henrique. Embora apareça como atacante no site do clube, Jorge Henrique, na prática, vem atuando mais como um jogador de marcação, toca a bola de lado e perdeu a pontaria. Luiz Ramires, que vai pra cima, e só perdeu o gol quando quis ser gentil com o Adriano, ficou no banco. Aos 29 minutos, com Émerson e Liedson extenuados, de tanto que se esforçaram para buscar a bola no campo de defesa, entraram Elton e Edenilson. E Ramires continuou no banco. Wallace, que pouco produzia na defesa ficou no campo. E Marquinhos no banco. E o Paulinho, pendurado com dois cartões, ficou se poupando em campo, pouco produzindo.
Por mais que doa afirmar, sou obrigada a reconhecer que o resultado foi justo. Era um jogo pra ganhar sem dificuldades e empatamos no sufoco. Não soubemos matar o jogo com um jogador a mais desde os 12 minutos da etapa inicial e, apesar da nossa superioridade técnica, tomamos o maior sufoco. Criamos muito pouco, não exploramos as jogadas pelas laterais, insistimos nos chuveirinhos na área, com nossos atacantes baixinhos, erramos passes, finalizações e cruzamentos, substituímos mal e tardiamente, enfim, fizemos tudo errado e mal feito.
Júlio César falhou no gol do Mogi, espalmando a bola para o centro do campo, uma falha que tem sido recorrente. Alô Mauri! Será que não dá pra corrigir esse erro? Pela falha quase foi crucificado e não faltaram Salomés pedindo sua cabeça na bandeja. Tem um fato que por mais que eu me esforce, não consigo entender. Quando o goleiro falha e toma gol todo mundo cai matando. Por que será que não acontece o mesmo quando atacante e meias erram as finalizações? 
Está certo que o Júlio falhou, mas a zaga vacilou, os volantes marcaram mal, os meias nada criaram, os atacantes erraram finalizações e o gol só saiu  de pênalti. Todo mundo falhou, o jogo foi horrível e só o Júlio vai pra cruz? Se fosse o caso de matar alguém pelo mal desempenho, não seria justo sacrificar o goleiro, manda a maioria do time pra fogueira, com o técnico puxando a fila.
Quanto ao técnico, tal qual um comandante de navio, ele é o maior responsável. Se ele não entrou em campo e não fez corpo mole, se ele não errou passes, finalizações e defesas, é ele quem indica ou aceita o jogador contratado, treina e escala o time, estabelece a tática, orienta os jogadores na beira do gramado e faz as substituições. Se quando o navio vai a pique, a maior responsabilidade é do comandante, quando o time falha como um todo, o técnico é o maior responsável. Os jogadores em campo refletem a ousadia ou a covardia de seus técnicos. Time apático, amorfo, sem garra, poupando-se em campo é resultado da acomodação de um técnico sem ousadia, retranqueiro, que se contenta com pouco, que joga com o regulamento debaixo do braço, adepto de um futebol pragmático e de resultados. De um técnico pouco motivador e que ainda não entendeu o que é Corinthians.
Mas, o que é preocupante não são os maus resultados e sim o péssimo padrão de jogo apresentado, a falta de raça, de empenho e de ousadia. Para Tite faltou concentração. Alex declarou que o time está jogando para o gasto. Discordo do meia, o time não está jogando nem para o gasto, inclusive ele, que além de uns poucos lampejos de craque, ainda não fez jus ao que custou para o Corinthians. Espero que com o Douglas fungando no seu cangote, ele e o Danilo resolvam ser mais produtivos.
Não tem nada perdido em termos de campeonato e apesar de todas as críticas, não considero nosso time um lixo. Temos um bom elenco, mantivemos a base e contamos com jogadores que podem ser decisivos. Domingo tem o clássico com a freguesia e na próxima semana começa a dita cuja, a neurose pandêmica da Nação. Quem sabe se o vexame do último jogo não dê o chacoalhão que jogadores e técnico precisavam para acordarem, voltarem das férias e começarem a jogar como Corinthians? Dizem que Deus escreve direito por linhas tortas. Tomara que o time e o técnico consigam fazer a leitura correta. 
O time tem condições de se regenerar e de dar a volta por cima. Eu sei que podem. O resgate da velha raça corinthiana só depende de uma nova postura da comissão técnica e da bolerada. Só precisa que voltem a jogar como Corinthians.


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