Derrapando no gramado artificial

Melhores momentos
O que era para ser um record, acabou sendo uma derrapada. Perdemos o jogo, a invencibilidade e o equilíbrio emocional. Vários fatores contribuíram para o nosso mau desempenho. Podemos apresentar várias justificativas como atenuantes, mas não podemos escamotear nossa responsabilidade na derrota. 
Todos sabemos que a maior dificuldade da Copa Libertadores não está no seu nível técnico, mas na sua desorganização, principalmente na sua estrutura, na falta de segurança, condições dos estádios e dos aeroportos e no péssimo nível de sua arbitragem. Recuso-me a chamá-la de torneio varzeano, em respeito à várzea, cujos campeonatos são muito mais organizados e estruturados.
Somados a isso, nós corinthianos estamos sob uma terrível pressão emocional, em decorrência do acidente ocorrido na Bolívia, temos um calendário de jogos irracional, sofremos com uma arbitragem tendenciosa e despreparada e não estamos acostumados a jogar em gramado artificial. E para complicar mais um pouco, fomos para o México com o time de futebol e não com o de showbol nem com a equipe de MMA. 
Por outro lado, não entramos em campo com a mesma motivação do adversário, que jogava o seu jogo da vida. Sabíamos que iríamos jogar na grama sintética e, embora existindo no Parque São Jorge, dois campos com gramado artificial, não treinamos lá e, por isso, apanhamos da bola, não conseguindo controlar sua direção e sua velocidade. 
Mas, não foi só isso. Nossa tática já está ficando manjada, tanto que temos sido anulados por times bem fracos e ontem, pra piorar, a arbitragem anulou dois gols do Paulinho, acusando impedimento e validou o gol do Tijuana, também impedido. Além disso, cometemos falhas gritantes. Nossos laterais ficaram devendo, Alessandro não fez um cruzamento e perdeu várias corridas, Fábio Santos inaugurou uma avenida livre de qualquer obstáculo e perdeu todas para o Riascos. A defesa bobeou geral no gol, o meio campo não conseguiu fazer a ligação com o ataque, erramos todas as jogadas ofensivas de bola parada, quase não arriscamos chutes de longa distância e pouco chutamos pro gol (8 finalizações, 3 certas). E pra complicar, mesmo sabendo ser necessário um tempo para o jogador se adaptar ao gramado artificial, Tite demorou para mexer no time.
Outro problema foi que no MMA do Tijuana, acabamos entrando na pilha dos mexicanos e o árbitro, caseiro e despreparado, além de validar o gol impedido deles e anular os nossos, não teve pulso pra acabar com a pancadaria.
E antes que me cobrem que temos que apoiar o time, que ficamos 23 anos sem títulos e a torcida só cresceu nesse período, que na queda pra série B não deixamos de apoiar, lembro que vivenciei todos esses momentos. Mas, nem por isso fiquei cega, surda e muda, nem perdi a capacidade de análise e discernimento. Apenas entendo que apoiar o time implica em reconhecer suas dificuldades e cobrar que os erros sejam corrigidos. Para isso é necessário apontá-los, principalmente aqueles que não são pontuais, mas recorrentes. Até porque, alguns erros podem ser evitados com ajustes no planejamento. Por exemplo, se tivéssemos treinado nos campos de grama sintética do Parque São Jorge, os jogadores não teriam tido tanta dificuldade e apanhado da bola.
Agora, com 5 pontos atrás do líder e apenas com 1 ponto à frente do 3º colocado, temos que correr atrás do prejuízo. Se está difícil a liderança do grupo, a classificação só depende de nós. Talvez esse tropeço sirva pra acordar o time, mostrando nossos pontos vulneráveis. Três jogos, um empate, uma vitória e uma derrota são resultados que não condizem com a grandeza de um campeão mundial. É preciso, mais uma vez, superar as adversidades. Mas, para isso, é necessário, mais uma vez, seguir o conselho do sambista: reconhecer a queda, não desanimar, levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima.
Sabemos que o Corinthians vem sendo prejudicado na Libertadores pelas longas distâncias entre os locais de disputa dos jogos, problemas de altitude na Bolívia, gramado sintético no México, punição da Conmebol em resposta ao estardalhaço da mídia anti, arbitragem despreparada e tendenciosa, etc. Mas, isso pra nós não é novidade e se constitui em mais um desafio a ser enfrentado, exigindo preparo, concentração e equilíbrio. Como disseram alguns jogadores, "vai ter volta". E a volta será no Pacaembu, com o time completo e com a presença maciça do 12º jogador, a Fiel Torcida.
Ficha Técnica - Tijuana 1 X 0 Corinthians
Local: estádio Caliente, em Tijuana (México)
Data: 6 de março de 2013, quarta-feira
Horário: 22 horas (de Brasília)
Árbitro: Victor Hugo Carrillo (Peru)
Assistentes: Jonny Bossio (Peru) e César Escano (Peru)
Cartões amarelos: Alfredo Moreno, Javier Gandolfi e Pablo Aguilar (Tijuana); Paulinho, Fábio Santos e Guerrero (Corinthians)
Gol: Javier Gandolfi, aos 19 minutos do segundo tempo
Tijuana: Cirilo Saucedo; Juan Carlos Núñez, Javier Gandolfi, Pablo Aguilar e Joshua Ábrego; Fernando Arce, Cristian Pellerano, Joe Corona e Fidel Martínez (Greg Garza); Duvier Riascos (Raúl Enríquez) e Alfredo Moreno (Richard Ruíz). Técnico: Antonio Mohamed
Corinthians: Cássio; Alessandro (Edenílson), Gil, Paulo André (Romarinho) e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Renato Augusto (Douglas) e Danilo; Alexandre Pato e Guerrero. Técnico: Tite

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