EMPAtiteBILIDADE: 7º episódio

Melhores momentos
O último episódio da série EMPAtiteBILIDADE foi deprimente. A cada empate, o Corinthians se supera na arte de irritar o torcedor. Aliás, neste último, a irritação já começou antes do jogo, com Fábio Santos e outros projetando 4 pontos em 2 jogos e afirmando que o empate fora de casa seria um bom resultado. E, se foram pro jogo com esse pensamento, foram coerentes e conseguiram atingir o objetivo almejado. Empatar com um time com 9 desfalques, recheado de juniores e jogando os 15 minutos finais com um jogador a mais é algo inexplicável e injustificável.
O jogo foi um filme de terror. Com o desfalque de seus principais jogadores, Luxemburgo armou o time pra se defender. E, apesar de estar quase completo, com Alexandre Pato no lugar de Guerrero e com Renato Augusto no lugar do Danilo, portanto com reservas de grande qualidade, o Tite, fiel à retrancabilidade, também armou o time pra se defender. E aí o jogo ficou de doer. Defesa contra defesa, zero criação, com o Pato não vendo a cor da bola, com o Romarinho correndo pra lá e pra cá, com o Émerson sendo caçado o tempo todo, com todo mundo marcando e quase ninguém atacando. Atacantes virando volantes e cobrindo lateral diminui muito as chances de gol. E quando consegue chegar, cansados do corre corre, acabam errando a pontaria e desperdiçando a jogada.
A molecada do Fluminense deu conta do recado e não se encolheu diante do campeão mundial. O time jogou de igual para igual e as poucas investidas do Corinthians, a maioria com o Émerson, pararam no experiente Cavaliere. 
É inacreditável como um time experiente, campeão mundial, consegue jogar tão mal e apenas empatar com um time remendado e recheado de garotos. Altos salários e em dia, ótima estrutura e muita mordomia. Se tudo isso e a camisa do Corinthians não motivam o time, o que mais poderá motivar?
Não é falta de capacidade, pois temos um elenco de muita qualidade e com esses mesmos jogadores, mesmo sem muito brilho, já ganhamos vários campeonatos. O que explica essa bi polaridade do Corinthians, que alterna bons e mal resultados, essa vocação pra ressuscitar times mortos, essa irregularidade, essa EMPAtiteBILIDADE?
Várias hipóteses podem explicar esse comportamento.
  • tática equivocada e mais que manjada, centrada na defesa onde todos marcam, todos se estouram, mas quase não atacam e os gols não saem;
  • falhas nos treinamentos, pois erram muito os fundamentos: passes, lançamentos, cruzamentos e finalizações. Gol de escanteio é uma raridade e de falta, quase uma impossibilidade;
  • salto alto e displicência diante de adversários considerados mais fracos;
  • futebol pragmático, burocrático, sem ousadia, sem alegria e sem magia;
  • respeito excessivo aos adversários, quase dó. Nada de dribles, canetas, chapéus e lençóis. É proibida a ginga, a provocação capaz de desestabilizar o jogador rival, colocar na roda... Garrincha, Vampeta, Edilson e muitos outros, levariam uns bons puxões de orelha e. talvez, até seriam punidos por desrespeito. Parece que o troféu fair play é mais importante que o próprio título;
  • falta de raça, de garra, de comprometimento e de entusiasmo em jogos considerados não decisivos, esquecendo-se que, num campeonato de pontos corridos, todo jogo é decisivo e que cada ponto perdido vai fazer falta no final do campeonato
Obviamente, alguns jogadores não se enquadram em todas essas hipóteses e muito do que foi acima enumerado reflete a postura da comissão técnica e da diretoria, principalmente dos responsáveis pelo futebol. Mas, tal postura determina a atitude dos jogadores em campo, exigindo inclusive que os da linha de frente atuem defensivamente, aumentando o corre corre e diminuindo os gols, além de os estourarem fisicamente. Não sou contra os atacantes ajudarem na marcação, mas acho inadmissível que se transformem em volantes e laterais. Pelo menos dois jogadores precisam ser liberados dessa tarefa, o meia responsável pela criação e o centro avante, que, no máximo, pode marcar a saída de bola dos zagueiros.
O que mais preocupa é que depois de cada mau resultado, (pois empatar com time de poucos recursos é sempre um mau resultado), não se assumir a responsabilidade e tentar justificar o injustificável, como se o empate fosse com um time de alto padrão. É não se reconhecer que o time jogou mal, não diagnosticar as causas do mau desempenho nem corrigi-las através de novas estratégias, da melhoria técnica e de uma mudança de atitude. 
Essa instabilidade, esses maus resultados sinalizam  ser necessário dar uma boa mexida no time, trocar algumas peças, dar uma chance aos mais novos e, principalmente, respeitar as características e a posição de cada jogador e não formar um time só de volantes.
Sobre o jogo em si, apenas merecem destaque as atuações do Gil, do Ralf e do Émerson, este, o único do setor ofensivo que buscou o jogo o tempo todo. 
Tite errou nas substituições. A bola não chegava para o Pato e quando entrou Douglas, o único com capacidade de dar um bom passe, ele tirou o Pato e deixou o Romarinho, que só corria e nada fazia.
Depois de tanta lambança, só podemos lamentar que, mesmo com um jogador a mais e precisando de um gol, tenhamos terminado a partida jogando no 4 5 1. E o resultado foi óbvio: mais 2 pontos perdidos, neste campeonato de pontos sofridos. Com o empate, caímos duas posições e passamos para o 6º lugar na tabela, mas ainda continuamos com a diferença de 4 pontos do líder do campeonato.
Resumo da partida
Ficha Técnica - Fluminense 0 X 0 Corinthians
Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 14 de agosto de 2013, quarta-feira
Horário: 21:50 horas (de Brasília)
Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (GO)
Assistentes: Altemir Hausmann (RS) e José Antônio Chaves Franco Filho (RS)
Público: 10.558 pagantes
Renda: R$ 341.740,00
Cartões amarelos: Edinho, Igor Julião (Fluminense); Guilherme (Corinthians)
Cartão vermelho: Gum (Fluminense)
Fluminense: Diego Cavalieri; Igor Julião, Gum, Leandro Euzébio e Ronan; Edinho, Diguinho, Willian e Felipe (Wagner); Rafael Sobis (Biro-Biro) e Kennedy (Samuel). Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Corinthians: Cássio; Edenílson, Gil, Paulo André (Ibson) e Fábio Santos; Ralf e Guilherme (Danilo); Romarinho, Renato Augusto e Emerson; Alexandre Pato (Douglas). Técnico: Tite

Créditos e fontes de imagens e vídeos
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gazetaesportiva.net
Daniel Ramalho/esportes.terra.com.br
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