O post de uma tragédia anunciada

Aborrecida e preocupada, mas não surpresa com a tamancada que, em Campo Grande, tomamos da Portuguesa. Como "a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória," estamos colhendo o que plantamos após a conquista do Mundial. Quem acompanha o blog pode constatar que estamos alertando para esse desastre desde o início do ano. Não só eu, mas vários blogueiros que se recusaram a ficar deitados eternamente nos louros das conquistas do passado, que foram capaz de captar os sinais emitidos pelo time em 2013 e que recusaram a assumir a postura do avestruz, enterrando a cabeça na areia e fingindo que tudo estava bem, que não se deixaram iludir pelos títulos do Paulistão, que hoje apresenta um péssimo nível técnico, mas que perdemos jogos até do Ninguém Futebol Clube e onde atuamos bem apenas em um jogo e meio (contra a Ponte Preta e no 1º tempo do 1º jogo contra o Santos) e do outro título conquistado em dois jogos contra um time em queda livre. E que perceberam nitidamente as oscilações para baixo no Campeonato Brasileiro e sufoco na Copa do Brasil, contra um time de terceira divisão. 
Sobre o jogo contra a Lusa, foi um vexame total. Mesmo com uma estrutura e um elenco inferiores, com vários desfalques, inclusive do técnico, o time mostrou organização tática, raça, brio e vergonha na cara. Contrariamente, o Timão jogou como um timinho e tomou o maior vareio. Desestruturado, desorganizado, desorientado nos seus aspectos físicos, técnicos e táticos e desequilibrado emocionalmente, o time se superou nas falhas, apresentando um futebol varzeano e protagonizando mais um espetáculo de terror.
Diz um ditado popular, que "na hora de capar o porco, quem segura é o dono." Só que na entrevista coletiva após o jogo e na chegada em São Paulo, quem apareceram foram o capataz e os peões. Os donos estavam curtindo a ressaca da "Festa VIP," nem foram para Campo Grande e coube ao gerente Edu Gaspar, dar as explicações do inexplicável. E Émerson e Alessandro correram para defender o técnico, blindando um abalado Tite, que já não sabe mais o que fazer para sustar a queda livre do time milionário que tem a melhor e mais completa estrutura de treinamento da América, equiparada aos melhores centros de treinamento mundial. Edu disse que não é hora de buscar culpados e os jogadores assumiram a total responsabilidade pelos maus resultados, deste e de outros jogos. E prometeram reagir.
A história não conhece nenhum tratamento que deu certo sem ter havido um diagnóstico preciso. Por isso, mais que buscar culpados, tem que verificar as responsabilidades de todos os envolvidos nessa péssima fase que estamos atravessando e estabelecer a estratégia adequada para superar essa situação. Diretoria, comissão técnica, jogadores e torcida precisam detectar e assumir suas falhas, para poderem corrigi-las. Sem desculpismos e sem justificativas de calendário, contusões, viagens, frio, calor, altitude, grama sintética, contusões, suspensões, convocações, cansaço, arbitragem, etc.
No início da temporada, todos esses fatores já eram conhecidos e deveriam ter sido contemplados no planejamento do ano. Se não o foram, a falha é de quem planejou, de quem contratou e dispensou, de quem treinou e escalou, de quem jogou e de quem, irresponsavelmente, afastou o Corinthians dos jogos do Pacaembu.
A contratação do Renato Augusto, (excelente jogador), pelo seu histórico de contusões, foi uma tragédia anunciada e um erro da diretoria. A não utilização do Cléber e do Jocinei em momentos mais tranquilos para irem se ambientando aos poucos e não terem que estrear num momento tenso e com o time em queda livre, foi erro da comissão técnica. A contratação por 40 milhões de uma estrelinha em busca de sua recuperação física e de um lugar na seleção, ambos objetivos já alcançados, foi outra falha no planejamento. Resultado, mexeu com os egos da bolerada, contribuindo para tumultuar o ambiente. Talvez para tentar consertar o erro, equivocadamente, Tite está dando-lhe um tratamento pior ao que deu ao Teves e fazendo amargar reservas consecutivas. Se ele não rende tudo o que se espera dele, fez mais gols no Brasileiro que os outros atacantes. Em vários jogos, improvisamos meias, enquanto Ramires e Giovanni estão emprestados para um time potencialmente rebaixado. E ainda foram contratados, Maldonado, ex jogador em atividade e o Ibson, em má fase e reserva do reserva no Flamengo. E, descartamos Chicão, por renovação da idade do elenco, enquanto, na contramão deste argumento, renovamos com o Émerson, que não jogou mais nada depois da final da Libertadores, contratamos o master Maldonado e Ibson, com 30 anos, e perdemos Jorge Henrique por problemas disciplinares.

Ainda, na contratação do Pato, não se levou em conta suas características pessoais. Embora de muita qualidade técnica, não tem o perfil de marcador exigido pelo esquema tático TITEano e não consegue cobrir os laterais. Em relação ao esquema tático, mudaram-se algumas peças, outras estão visivelmente cansadas e estouradas e mal se arrastam em campo, mas o esquema continua o mesmo, com um corre corre desenfreado e improdutivo. Além disso, sem nenhuma variação, já está mais que manjado e tem sido anulado por qualquer técnico. Os últimos resultados atestam isso. E quando se tenta mexer no time, na melhor das hipóteses, troca-se 6 por meia dúzia. Nas escalações, tem jogadores que mesmo não jogando nada, têm cadeira cativa no time, enquanto outros amargam o banco e quando entram, entram em roubada. 
No gramado, alguns jogadores se arrastam, outros se escondem e outros se estressam. Poucos jogam pra valer. E o time continua perdido num esquema tático incapaz de tirar o que cada jogador tem de melhor.


É óbvio que os jogadores têm uma grande parcela de culpa nisso tudo, pois são eles que levam bolas nas costas, dribles, erram passes, faltas e finalizações e alguns até fazem corpo mole. Mas, quando a orquestra desafina e toca mal é preciso detetar se o maestro está sabendo lidar com seus músicos e orientar a afinação dos instrumentos. Passando para o futebol, será que o técnico está utilizando adequadamente os jogadores e potencializando ao máximo as qualidades de cada um, adequando o esquema tático às características individuais ou engessando o time numa tática que não está funcionando e que mutila o estilo dos jogadores?
Quanto aos jogadores assumirem suas responsabilidades, menos mal. Só temo que, ao blindarem o técnico, estejam advogando em causa própria e defendendo seu privilégios. Já imaginou chegar um técnico linha dura que os obrigue a treinar dois períodos, penalizem quem força cartão para ser suspenso e poder comemorar o aniversário com churrasco, ou ter que sair do time quando estiver mal? Já pensou ter que treinar cobranças de faltas, de escanteios à exaustão e não ter mais rachão? Fica Tite! Prometemos correr por você. E pelas nossas mordomias.
Mas, ainda tem mais gente pra fazer mea culpa. São os torcedores desequilibrados, espíritos atrasados que pensam estarmos vivendo ainda num mundo primitivo e que tentam resolver tudo na porrada.

Confundindo cobrança com agressão e danos ao patrimônio e ignorando os regulamentos, acabam penalizando o Corinthians que dizem amar e defender. E, graças a essas atitudes totalmente desnecessárias, corremos o risco de, neste ano, não mais voltarmos a jogar no Pacaembu. Nos últimos jogos, esses torcedores, que envergonham a torcida, passaram dos limites. E, no jogo em Mato Grosso, a arbitragem, apesar de alguns erros, não teve responsabilidade no massacre que sofremos. Perdemos por incompetência própria e não por um gol indevidamente anulado por estar na mesma linha. As falhas da defesa e os gols perdidos tiveram um peso muito maior no resultado. Mas, jogaram a garrafa na cabeça do bandeira e vamos perder novos mandos de campo.
Em 13º lugar no campeonato, em queda livre na tabela, muito mais próximo da zona de rebaixamento e com o pior desempenho do 2º turno, o Corinthians, após ter jogado a toalha quando ainda tinha chance para conquistar o hexa, tem agora a obrigação de começar a vencer para se manter longe da degola. Os jogadores, pelo menos no discurso, assumiram sua responsabilidade. Cabe à diretoria e à comissão técnica, fazerem a sua parte. E aos torcedores inconsequentes e de miolo mole, pararem de agir como crianças mimadas e adolescentes em busca de auto afirmação. Com suas atitudes de rebeldia estão tirando do campo o que o Corinthians tem de melhor, sua torcida, e acabando com a vantagem de jogarmos em casa com o 12º jogador, nossa torcida na arquibancada.
Torcida que sempre estará junto, que não mede distância nem esforços para apoiar o Timão. Mas, que nem por isso se torna cega e surda aos desmandos e não fica muda, diante do que está errado, cobra responsabilidade de quem a tem e não é conivente com os erros que estão minando nosso time.
Que todos assumam suas responsabilidade e que, a esta altura do campeonato, salvemos os dedos, porque os anéis já perdemos.

Créditos e fontes de imagens
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Rodrigo Coca/Agência Estado/globoesporte.globo.com
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