O povo está perdendo seu time: Vamos resgatá-lo?

Miguel Bataglia, 1º presidente do Corinthians, autor da célebre frase "o Corinthians é o time do povo e o povo é que vai fazer o Time" jamais poderia prever que o time responsável pela democratização do futebol, que conquistou para as classes populares o direito de participar do esporte bretão, excluísse o povo de participar da vida do próprio clube que tanto ama.
E jamais imaginaria, também, que a realização do sonho da casa própria fosse o maior fator de exclusão das camadas populares do estádio. Por incrível que pareça, a Arena Corinthians, embora com maior capacidade de público, teve drasticamente reduzido os lugares reservados aos setores populares, os únicos ainda acessíveis à maioria dos corinthianos, através do programa Fiel Torcedor. Assim, a maioria dos corinthianos, que já não mais consegue comprar os caros produtos oficiais do clube, agora tem dificuldades de ver seu time jogar.
A justificativa é que o estádio precisa ser pago e disso ninguém discorda. Só que a Nação Corinthiana não precisava de um estádio com mármore e vidros importados, cadeiras retráteis e outros luxos. Para aqueles que acompanham o time, que o empurram e o apoiam durante todo o jogo, basta uma arquibancada com muitos lugares, banheiros limpos e lanches a preços acessíveis. Isto é, bastava um mínimo de conforto. 
Nada contra quem gosta de luxo, lugares marcados, de ver futebol como se fosse um espetáculo de ópera ou um concerto de orquestra sinfônica, aplaudindo os gols com palmas e, educadamente, gritando bravo. Para essa minoria, reservem-se camarotes, setores VIPs e similares e cobre-se o conforto adicional do luxo e de maior conforto. O que não é justo é fazer com que todos paguem por um luxo desnecessário ao desenvolvimento do espetáculo futebolístico.
O interessante é que os setores mais caros não lotam nos jogos, o que obrigou a redução dos valores dos seus ingressos. Mas, para os setores populares, os ingressos disponíveis em menor número e mais caros do que no Pacaembu, nenhuma alteração.

Resgatando o ideal de Bataglia, ocorreram várias manifestações de torcedores e foi lançado o movimento "Por um Corinthians Popular" com o objetivo de tornar mais baratos os ingressos na Arena Corinthians em Itaquera. Um manifesto e uma página em rede social foram criados para divulgar as ideias do grupo.
A Nação Corinthiana, tal como a sociedade, é composta de todos os segmentos sociais e não pode excluir ninguém por critérios econômicos e sociais. Mas, nossa origem é popular e coube ao Corinthians, a partir dos operários que o criaram, abrir as portas do esporte bretão ao povo humilde e trabalhador. Não podemos trair nossa origem humanista e libertária. Temos a obrigação de contrapor ao futebol business, ao futebol moderno, o autêntico futebol popular, resgatando a garra e a magia do espetáculo nos gramados e a alegria e o entusiasmo da arquibancada, através da possibilidade de acesso popular ao estádio.
Que se encontrem outras formas para pagar o estádio, para que o luxo e o supérfluo não caiam na conta dos torcedores dos setores populares. Que se tenha competência para vender o naming rights, que vendam os camarotes, que consigam ampliar a publicidade no estádio, enfim, que consigam meios para pagar o luxo e o supérfluo que o povão não pediu, sem prejuízo do acesso e da participação popular nos jogos na Arena.

Créditos e fontes de imagens
loucoporticorinthians.com.br
globoesporte.globo.com
facebook.com/porumcorinthianspopular

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