Ressuscitando defunto
O adversário parecia estar morto. Mas o desfibrilador Corinthians é poderoso e não decepciona. Foi lá pra Goiás e tirou o time da casa da zona de rebaixamento. Quando esperamos engrenar, damos uma empacada. Perdemos a chance de entrar no G4 e com o empate subimos uma posição na tabela, com a diferença de três pontos do líder do campeonato. Ainda dá pra recuperar, se conseguirmos acertar o gol. Mas para isso é preciso a bola chegar ao ataque e saber finalizar. Bater forte, colocado e não apenas atrasar para o goleiro adversário.
Até começamos bem, com bons passes, infiltrações e triangulações. Mas, chutamos pouco, chutamos fraco e aí ficou fácil para o Renan. Caímos de rendimento na etapa final. O time cansou e, no final do jogo, parecia morto. As substituições não deram o novo gás que o time precisava. Não tivemos capacidade de aproveitar o mau momento do Goiás, desperdiçamos a chance de entrar no G4 e ainda o tiramos da zona de rebaixamento.
Faltou ao time maior aproximação entre o meio campo e o ataque, bem como ser mais incisivo nas finalizações. E quando o Goiás conseguiu ajustar a marcação, perdemos o meio campo e a força ofensiva, além de desperdiçarmos os contra ataques. O adversário ainda conseguiu chegar, obrigando o Cássio a trabalhar.
Mas o pior de tudo é ter que aturar desculpas esfarrapadas, tais como "Do outro lado tem a qualidade do Goiás, com homens de frente de velocidade e finalização de média distância." Que qualidade é essa de um time que não vence há oito jogos e se encontrava na zona de rebaixamento? Ou então colocar a culpa no tamanho do campo, no calor ou nas defesas do Renan. Embora tenha feito algumas boas defesas, muitas bolas foram fracas e outras foram para fora.
Mas o que é mais irritante é a postura apática do time diante de um adversário tão fraco e fácil de vencer. Uma postura displicente aparentando se contentar com o empate. Faltou garra. Alguns jogadores pareciam estar a passeio e não em horário de trabalho. Elias apático e andando em campo, Rodriguinho inoperante como sempre e o time todo morto no 2º tempo. Tite não é um técnico capaz de desafiar o time, de deixar os jogadores pilhados, com sangue nos olhos. E até ficou satisfeito e achou que o time teve um bom desempenho. E, pelo que vimos na etapa final, a preparação física está deixando a desejar. Pelas diferenças técnica e estrutural entre os dois times, era um jogo pra ganhar fácil, sem sofrimento. O time deles é fraco, inexperiente e sem nenhum jogador de qualidade. Perdemos dois pontos que poderão ser decisivos no final do campeonato.
Sei que não tem nada ganho nem nada perdido. Mas, para sonhar com o título, ou com uma vaguinha na Libertadores, o time tem que reagir e começar a vencer fora de casa, principalmente quando joga com times inferiores. Mas, isso só ocorrerá se a comissão técnica, diretoria e jogadores pararem de ignorar ou justificar os erros para poder corrigi-los. Com desculpas esfarrapadas e justificativas pueris não chegarão a lugar nenhum. É preciso deixar de lado o comportamento de avestruz, desenterrar a cabeça da areia e encarar os problemas de frente.
Ficha Técnica - Goiás X Corinthians
Local: estádio Serra Dourada, em Goiânia (GO)
Data: 5 de julho de 2015, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Heber Roberto Lopes - SC (FIFA)
Árbitro Assistente 1: Kleber Lúcio Gil - SC (FIFA)
Árbitro Assistente 2: Nadine Schramm Camara Bastos - SC (FIFA)
Quarto Árbitro: Bruno Rezende Silva - GO (CBF-2)
Delegado: Antonio Pereira da Silva - GO (000)
Cartões amarelos: Alex Alves, Fred (Goiás). Bruno Henrique e Fagner (Corinthians)
Goiás: Renan; Clayton Sales, Alex Alves, Fred e Diogo; Rodrigo, David (Juliano), Liniker e Felipe Menezes (Arthur); Murilo e Wesley (Carlos Eduardo); Técnico: Augusto César
Corinthians: Cássio; Fagner, Felipe, Gil e Uendel; Bruno Henrique; Jadson (Rodriguinho), Elias, Renato Augusto (Danilo) e Malcom; Vagner Love (Romero); Técnico: Tite
Créditos e fontes de imagens
globoesporte.globo.com
Ricardo Taves/Agência Corinthians/meutimao.com.br
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