Engasgamos com a refeição Comercial, puseram água no chopp, o Maestro sumiu e a orquestra desafinou




Voltamos de Ribeirão Preto engasgados com a refeição Comercial e muito bravos porque colocaram água no nosso chopp.
E para piorar, durante o espetáculo, o Maestro sumiu, a orquestra desafinou e o que poderia ter sido um belo concerto acabou se transformando num verdadeiro samba do crioulo doido. Jogamos sem harmonia, erramos a melodia, atravessamos a bateria, tropeçamos no palco e despencamos dois degraus na passarela. 

Ficha Técnica - Comercial 3 X 3 Corinthians
Local: Estádio Francisco de Palma Travassos, em Ribeirão Preto (SP)
Data: 18 de março de 2012, domingo 
Horário: 16 horas (de Brasília) 
Árbitro: Alessandro Darcie (SP) 
Assistentes: Caio Mesquita de Almeida e Humberto Lellis Talarico Leite (ambos de SP) 
Assistentes adicionais: Philippe Lombard e Fabio de Jesus Volpato Mendes (ambos de SP) 
Cartões amarelos: Marcel, Fabão, Leandro e Ricardo Conceição (Comercial); Ramon (Corinthians) 
Gols: Comercial: Elton, aos 31 minutos do primeiro tempo; Fabão, aos 6, e Marcelo Ferreira, aos 32 minutos do segundo tempo; Corinthians: Emerson, aos 37 minutos do primeiro tempo; Gilsinho, aos 44, e Ramon, aos 47 minutos do segundo tempo 
Comercial: Alex Santana; Marcelo Ferreira, Marcel, Fabão e Wellington; Ricardo Conceição, Rafael Tavares, Elton e Marcelo Labarthe (Jordã); Leandro (Enílton) e Elionar Bombinha (Rodrigo Costa). Técnico: Geninho
Corinthians: Danilo Fernandes; Welder, Marquinhos, Antônio Carlos e Ramon; Gomes, Cachito Ramírez (Gilsinho) e Douglas; Willian (Vítor Júnior), Elton (Bill) e Emerson. Técnico: Tite
Contra o ultimão, o Corinthians começou com tudo e até parecia que ia ser um jogo fácil. Ledo engano. O Comercial marcava forte, com 3 zagueiros e 3 volantes e parava o Corinthians com muitas faltas, a maioria do mesmo lado, todas batidas com chuveirada na área e... desperdiçadas. Émerson, um verdadeiro guerreiro, correndo muito e até carregando a bola sozinho chutou duas bolas na trave. Mas, aos poucos o Comercial foi se arrumando e virando a la carte, os laterais passaram a apoiar e deixaram a defesa do Timão em dificuldades e aos 31 minutos, Bombinha recebeu um longo lançamento pela direita, já dentro da área, e ajeitou para Élton marcar. O Élton deles e não o nosso.
Felizmente, após 6 minutos, o Corinthians chegou ao empate. E a jogada se iniciou do jeito que o Timão mais assustava e não aproveitava, nas bolas paradas. Em uma cobrança de falta de Douglas para a área, o volante Ricardo Conceição empurrou o zagueiro Antônio Carlos. Pênalti que Emerson bateu para empatar, aos 37 minutos.
E no 2º tempo, tomamos mais 2 gols e até os 44 minutos, perdíamos por 3 a 1. Algo inadmissível de se pensar quando o pior ataque enfrenta a melhor defesa do campeonato. Mas aconteceu. Aí os reservas dos reservas fizeram a diferença. Aos 44 minutos, Gilsinho (que havia substituído Cachito Ramírez) renovou as esperanças dos visitantes ao cabecear para o gol após cruzamento de Vítor Júnior. E, aos 47, Ramon tirou proveito de uma jogada de Bill seguida de falha do goleiro Alex Santana para empatar e redimir-se parcialmente da péssima partida que fazia até então.
Empate sofrido contra um time, que se o campeonato terminasse hoje, estaria rebaixado. Jogo decepcionante para quem já contava com a recuperação da liderança do Paulistão. Como entender como  a melhor defesa tomou 3 gols do pior ataque do campeonato? Prevíamos algumas dificuldades, mas não tanto. Vamos tentar entender o que aconteceu.
O gramado de má qualidade dificultou o toque de bola e segurou a batuta do Maestro, que foi, praticamente, durante todo o jogo, apenas um cobrador de faltas.
Os 3 gols aconteceram, principalmente, pela ineficiência dos laterais, que deram pouca cobertura aos jovens zagueiros. No 3º gol, a falha do Ramon foi desastrosa. Mas, não foi tudo culpa dos laterais. Faltou um cão de guarda mais firme e experiente e o toque de bola refinado do Maestro, não se manifestou no pasto de Ribeirão. Além disso o Douglazzzzzzzzzzzzzz aparentava estar desmotivado e desinteressado no jogo. Ramires, meia atacante, não se saiu bem de 2º volante. Deveria ter saído antes, pois a entrada de Vítor Júnior deu outra movimentação ao time. Ah! Tomamos um gol de escanteio, de novo. E, com 10 jogadores na área. Do jeito que o Tite gosta. E o Danilo Fernandes, que até então só tinha tomado gol de pênalti, desta vez tomou 3 com a bola rolando. Pela TV pareceu que poderia ter espalmado a bola do 1º gol.
O Comercial, em alguns momentos, pensou que estava no octógono de MMA e abusou da violência, principalmente o Fabão, que mereceu tomar o 2º cartão, mas o árbitro contemporizou.
Tite elogiou o time de Ribeirão e minimizou o sufoco, justificando que entrou com o time reserva e afirmou que o fraco time do Comercial fez um "baita jogo." E deu a seguinte declaração: “Quando a gente promove muitas alterações na equipe, é anormal dominar como fizemos contra São Caetano e Guarani. Tínhamos três meninos de 17 anos em campo. É difícil. Santos e Fluminense já tomaram de três quando jogaram com seus times mesclados.” E, elogiando os jogadores que entraram em campo, reiterou a confiança nos seus atletas, assinalou que estão adquirindo ritmo de jogo, elogiou Gilsinho, Víctor Júnior e Bill, que entraram com vontade e dinamizaram a partida e concluiu: "É fácil falar do resultado, mas precisamos ressaltar o desempenho"
Se o resultado não foi para arrancar os cabelos, não deixou de ser frustrante. O Timão tomar sufoco do ultimão é inadmissível para uma equipe que, apesar de não ser a principal, tem Douglas, William, Ramires e Émerson. Eu que tanto os defendo e peço que tenham mais oportunidade, após o jogo de domingo, só levaria o Émerson para jogar no meu time. Se todos tivessem a determinação e o empenho do Sheik, o pasto do gramado não teria atrapalhado tanto e teríamos conseguido a vitória. Eu sei que esse time não joga junto, só treina. Epa! Não é o 3º jogo  que atuamos com ele? E não treinam junto todo dia? 
Pesaram, também, algumas deficiências técnicas, principalmente dos laterais, por onde saíram os gols, e maior experiência do Gomes na proteção da zaga. Mas, os garotos da Copinha já mostraram que têm qualidade e experiência é questão de tempo. 
Se o empate não foi um desastre, também não dá pra comemorar e achar que foi empate com sabor de vitória. No fundo, ficou um gostinho amargo de termos perdido 2 pontos, tendo tudo para vencer a partida. Segue o jogo, ou melhor, segue o campeonato e bola pra frente. Temos tudo pra recuperar a liderança. mas, antes disso, foco total no jogo de 4ª feira contra o Cruz Azul.
Antes de terminar, ressalto que foi uma experiência incrível ter assistido o jogo nos estúdios da Rádio Coringão em companhia do Ginaldo, na técnica, de Sérgio Botarelli, na transmissão, de Denis Tassitano e Denise Bonfim, nos comentários. E ainda tiveram a gentileza de oferecerem o microfone para eu opinar sobre o jogo. Mais uma vez o Sérgio evocou o São Jorge e foi atendido. Dois gols em 3 minutos, só mesmo com a ajuda do Padroeiro. 
Tanta energia, tanta fé e tanto corinthianismo, só mesmo na Radio Coringão, a voz de uma Nação. 
Da nossa Nação. Do Corinthians.

Créditos e fontes de imagens
meutimao.com.br
mundoeducacao.com.br
blogdafutebola.blogspot.com
pjpontes.blogspot.com
globoesporte.globo.com
globoesporte.globo.com
Célio Messias/lancenet.com.br
sandrobaggio.com
Silva Júnior-Folha Press
Rodrigo Coca/Foto Arena/Agência Estado/globoesporte.globo.com 
radiocoringao.com.br

Comentários

  1. Bom, concordo com o que foi dito acima no post, mas acho que o fato de os jogadores terem conseguido um empate no final, nos acrescimos fez com que alguns torcedores esquecessem o desempenho em campo. Menos mal, porque foi o time reserva. Acho que seria em pior se fosse com o titular, por que convenhamos, empatar e tomar sufoco do Comercial, ninguem merece, não menosprezando a equipe de Ribeirão, mas o Corinthians tinha por obrigação ser bem melhor em campo! bjs da nova seguidora do blog!!!

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    1. Bem vinda ao blog. Concordo com você. Tínhamos obrigação de vencer o Comercial, até com o time da Copinha. Abraços.

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  2. Mestra, no alto da sua vivência, responda-nos sem pestanejar: Quando o Maestro vai entrar em forma ?

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    1. Quando o Tite entender o que é ser um meia de criação com um toque de bola refinado e souber distribuir as atribuições dentro de campo de acordo com a posição e as características de cada um. Acho que nunca, né?

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  3. 1- Eu penso que a gente tem que levar em conta o quanto este adversário costuma encardir para nosso lado. Em 1983 eles ganharam da gente com aquele time da democracia (Sócrates, Zenon, Casagrande, Wladimir....). Dois anos depois mais uma derrota diante deste mesmo adversário tirou a nossa famosa seleção de papel das finais do paulistão daquele ano. No ano seguinte, mesmo rebaixados enfiaram 4x0 na gente. E tradição no futebol é algo que deve ser considerado - mesmo que este adversário não esteja passando por um bom momento.
    2- Eu passei a maior parte do segundo tempo com raiva do pífio futebol apresentado pela equipe. Mas toda irritação se dissipou com a reação fantástica nos cinco ultimos minutos da partida, calando a boca daquele abutre que já computava três pontos na conta do Comercial e que já falava da tristeza da nossa torcida.
    (Múcio Rodolfo)

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    1. De fato, é um time encardido, mas, dava pra ter ganho. Se os mais experientes tivessem a garra e a energia do Sheik teria sido mais fácil. Pra mim, quem enterrou o time foi a péssima atuação dos laterais, que não deram cobertura pra zaga, e a falta de apoio do meio campo. Douglas, que eu tanto defendo, dormiu e o Ramires, improvisado de 2º volante foi um fiasco. Ainda bem que os que entraram deram um novo gás e decidiram a partida. Abraços

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