Lances e gols
Ficha técnica - Corinthians 2 X 0 Nacional-Paraguai
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 7 de março de 2012 (quarta-feira)
Horário: 22 horas (de Brasília)
Árbitro: Enrique Osses (Chile)
Assistentes: Carlos Astroza e Juan Maturana (ambos do Chile)
Cartões amarelos: Leandro Castán e Fábio Santos (Corinthians); Javier Gonzalez (Nacional)
Gols: Danilo, aos 38 minutos do primeiro tempo, e Jorge Henrique, aos 21 minutos do segundo tempo
Público: 29.336 pagantes
Renda: R$ 1.829.930,00
Corinthians: Júlio César; Edenílson, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo e Alex (Douglas); Jorge Henrique (Émerson) e Liedson (Élton). Técnico: Tite
Nacional: Ignácio Don; Mazacotte, Miranda, Caniza e Mendoza; Orué, Riveros, Villarreal e Cáceres (Cano); Angel (Rodrigo Teixeira) e Javier Gonzalez (Bogado). Técnico: Javier Torrente
Num verdadeiro ataque contra defesa, o Corinthians conseguiu furar a retranca dos paraguaios e vencer a partida, sem sustos e sem sofrimentos. Apesar do nervosismo inicial, o time mostrou muito empenho. Enquanto o Nacional pouco exigiu da defesa corinthiana, o ataque teve muito trabalho pra chegar aos gols, exigindo muito do goleiro adversário. Muito superior ao Nacional, com 64% de posse de bola, o resultado poderia até ter sido maior, não fossem as defesas do goleiro Ignácio Don e se tivéssemos um meia mais criativo no meio campo.
Responsável pela criação, Alex ficou devendo mais uma vez. Errou passes, pouco criou, e teve apenas uma boa jogada, quando mandou uma bola por cima do travessão. Aí deu o maior piti. Mesmo assim, permaneceu em campo até quase o final, quando foi substituído por Douglas, há dez minutos do término do jogo. Alex não é um meia armador e pode render mais se jogar ofensivamente.
Danilo estava em dia de ZIDANIlo. Objetivo, preciso e com muita frieza, abriu o placar depois de um bate e rebate na área. Se fosse afobado teria perdido o gol. Eu, que muito já o critiquei, considero que, atualmente, está numa boa fase e é essencial para o time. Pena que não tem mais fôlego para dois jogos em seguida e nem sempre aguenta jogar os dois tempos
Edenilson, improvisado na lateral direita, embora pouco exigido na marcação pelo ataque paraguaio, surpreendeu pelo bom desempenho na função. Foi para a linha de fundo, avançou e fez o cruzamento para o gol do Jorge Henrique, que embora ainda não tenha a eficiência de antigamente, é o protótipo da raça corinthiana.
Ralf estava num dia inspirado e Paulinho também jogou muito, mostrando que de volantes titulares estamos bem servidos. O problema é não ter inscrito Gomes na Libertadores, pois Edenilson, com as contusões de Alessandro e Welder, agora está jogando de lateral.
Ainda não foi dessa vez que o Liedson marcou o seu gol, embora tenha participado da jogada do gol do Danilo e tenha sido parado na defesa do Don. Mas, lutou muito. Levezinho é um jogador de grupo e ajuda muito o time, acumulando as funções de volante e até de zagueiro. Ele é o menos responsável pela seca de gols. O esquema tático TITEano prejudica os atacantes, colocando-os pra marcar até na defesa da área adversária. Neste jogo, Liedson roubou a bola na defesa, avançou com ela e não teve para quem passá-la, pois, seria ele mesmo quem, se estivesse jogando na sua posição, deveria recebê-la. Foi um lance bizarro. Para "desencantar" Liedson precisa ser mais desobediente, ficar centralizado na área e se restringir a marcar a saída de bola do zagueiro.
Mais feliz foi o Jorge Henrique, que embora não seja o Motorzinho turbinado de 2009, encarna como ninguém o espírito do Padroeiro, fazendo jus ao seu nome. Guerreiro, ágil e habilidoso, correu e lutou muito. E foi premiado com um belo cruzamento do Edenilson e, após 7 meses sem balançar as redes, fez o 2º gol, dando mais tranquilidade a todos nós. Que seja o 1º de muitos, na Libertadores e no Paulistão.
Apesar do bom resultado, a falta de criatividade do meia Alex foi o nosso calcanhar de Aquiles. Embora tenha jogado um pouco melhor que no domingo (creio que jogar pior seria impossível), como já afirmei, Alex se sai melhor quando joga mais ofensivamente O pior é que no banco estava Douglas, um meia armador de ofício, capaz de colocar a bola onde precisa e deixar atacante na cara do gol.
Espero que não esteja sendo preterido pelo Tite por ter características mais de criação do que de marcação. Se o próprio atleta já declarou que se encontra em forma e emagreceu o que precisava, não existe razão pra deixá-lo no banco até os 35 minutos do 2º tempo, principalmente quando falta criação no meio campo.
Outro que já merece jogar mais que 10 minutos é o Émerson. Recuperado da pubalgia, precisa ser melhor aproveitado, principalmente na Libertadores, que é um campeonato mais pegado e catimbado. Jogador habilidoso, experiente, capaz de desestabilizar o adversário com um chapéu ou com uma caneta, será um contraponto nesse time bonzinho e educado, com alguns jogadores que mais parecem escoteiros do que jogadores de futebol. Como sempre digo, Émerson é o maloqueiro que nos faltava.
Embora o preço dos ingressos, em alguns setores, custassem os olhos da cara, a Fiel estava lá e preencheu os setores economicamente mais acessíveis. Mais de 30 mil loucos estiveram no Pacaembu, (29336 pagantes), torcendo, vibrando, cantando, pulando e apoiando o time e que saíram satisfeitos com o que viram, pois, viram um time com raça, vibrante e determinado. Viram um time de guerreiros, de mosqueteiros, de lutadores, tal qual o Padroeiro, Um time que incorporou o Espírito de Jorge da Capadócia, um time que jogou como Corinthians.
Créditos e fontes de imagens
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