Devolvam o Corinthians para o povo! Abaixem os preços dos ingressos!
No último sábado, um grupo de torcedores fez um protesto pacífico nas imediações do CT, repudiando o alto preço dos ingressos e denunciando o processo de elitização da torcida nos estádios. Com toda a razão, pois os preços dos ingressos, principalmente da Libertadores, estão inacessíveis às camadas populares, que constituem a maioria da população e da torcida corinthiana. Cobrar R$ 50,00 por um lugar na arquibancada e no tobogã, além de ser uma extorsão, é uma forma de exclusão e elitização dos estádios, inadmissível para um clube que foi criado pelo povo e para o povo, enfrentando e vencendo as elites esportivas da época.
Mas, o pior de tudo, é que tem corinthiano desinformado ou mal intencionado, que considera o preço justo e necessário para a manutenção do Sport Club Corinthians Paulista. Este argumento é destruído pela simples análise do Balanço Financeiro do Corinthians, que demonstra que o principal da sua receita vem das cotas da televisão e dos patrocínios e não da venda de ingressos.
Outros, ainda mais desinformados, e ignorando as diferenças de renda entre o Brasil e os países europeus, afirmam que, comparado aos preços cobrados na Europa, nossos ingressos são baratos. Sobre essa argumentação falaciosa, transcrevemos, a seguir, estudo feito por um grupo de corinthianos puro sangue, que vêm lutando bravamente contra os preços abusivos dos ingressos bem como contra o processo de elitização dos estádios brasileiros, a Brigada Miguel Bataglia.
Outros, ainda mais desinformados, e ignorando as diferenças de renda entre o Brasil e os países europeus, afirmam que, comparado aos preços cobrados na Europa, nossos ingressos são baratos. Sobre essa argumentação falaciosa, transcrevemos, a seguir, estudo feito por um grupo de corinthianos puro sangue, que vêm lutando bravamente contra os preços abusivos dos ingressos bem como contra o processo de elitização dos estádios brasileiros, a Brigada Miguel Bataglia.
O Blog de Lutas em pró Corinthians Grande BRIGADA MIGUEL
BATAGLIA divulgou estudo sobre o preço dos ingressos praticados pela
Diretoria do Corinthians.
A conclusão: é o maior do mundo! Esse título nós não queríamos!
A Luta contra o aumento do preço dos ingressos deve se converter a luta
para a REDUÇÃO do preço dos mesmos.
Confira aqui: CAMPEÃO MUNDIAL DE INGRESSOS
CAMPEÃO MUNDIAL DE INGRESSOS
Quando se
faz uma crítica ao atual preço dos ingressos praticados pelo Sport Club
Corinthians Paulista é quase unanimidade o entendimento de que há abuso nos
valores praticados. Quase unanimidade porque ainda há uma parcela de torcedores
influenciados por teses falaciosas cujo objetivo é dissimular para usurpar
ainda mais o dinheiro do torcedor. Estas teses aos poucos vão sendo
desmascaradas.
Uma delas
é a de que o ingresso no Brasil é barato, porque “na Europa o preço... blá blá
blá, blá blá blá...”. E se é esse o argumento que escolheram para se contrapor
a nós, é esse argumento que vamos desmontar.
Quando
comparamos o valor nominal de um bem ou serviço podemos julgar a dificuldade ou
facilidade de sua aquisição não pelo soar assustador ou agradável do número
citado, mas pelo esforço de adquiri-lo via relação com a renda do indivíduo.
Valores nominais são apenas meras representações. Valores reais, estes sim, são
a proporção da relação esforço e benefício, ou o quanto o Torcedor se esforça
para fazer a aquisição, e o quanto a mesmo representa de seu orçamento.
Aí alguém
diz: “A cadeira lateral do Barcelona custa EU$ 137[1]. Aqui a Libertadores custa R$ 200 a
“similar” cadeira “Laranja”. A cadeira lateral central do mesmo Barça custa EU$
190, enquanto aqui a “similar” numerada coberta R$ 300”.[2]
Quem faz
a afirmação acima compara 137 Euros para um trabalhador Espanhol com o
equivalente 82 Euros[3] para um trabalhador Brasileiro. E
essa pessoa deve realmente achar que está correta em seu raciocínio e pagamos
pelo ingresso menos que eles. Porém, não contempla a outra perna da questão: se
compara custo de vida há que comparar nível de rendimento médio anual desses
trabalhadores. Do contrário vale a máxima: do que vale você ter um salário de 1
bilhão por mês se um copo de água neste lugar custa cem milhões? Seu salário
equivale a 10 copos d’água. “Simples assim...”.
Desmontando
o argumento...
Abaixo a
renda média anual dos Países mais relevantes em termos futebol:
Figura 1.[4]
A renda média anual per capita na Espanha em 2011 foi de US$ 32.545, que são equivalentes a R$ 59.300. Significa que um trabalhador Espanhol situado na camada média de sua população dedica 0,56% de sua renda anual para comprar o ingresso da cadeira lateral “equivalente” a cadeira Laranja do Pacaembu, ou 11,2 horas trabalhadas, ou cerca de 1,4 dias de trabalho.
Agora comparemos: o que é maior, 0,97% da renda anual, ou 0,56%? 19,4 horas de trabalho, ou 11,2 horas de trabalho? 2,4 dias de trabalho ou 1,4 dias? Agora sabemos que o Brasileiro paga 73% mais caro que o Espanhol.
Se considerarmos a numerada coberta veremos que o trabalhador Brasileiro paga ainda mais caro que o Espanhol, por uma posição similar em seus estádios. Mesmo que aquele pague R$ 462, ou 190 Euros, isso corresponde a 0,78% de sua renda anual, ou 15,6 horas trabalhadas, enquanto os R$ 300 que o Corinthiano para pela arquibancada coberta correspondem a 1,46% de sua renda anual, ou 29,2 horas trabalhadas, 87% mais caro que o Espanhol que vai assistir ao time do Messi.
Comparando com demais Países
Isso se tratando em termos de Barcelona, na Espanha. E se considerarmos França e Alemanha, países com economia mais robusta que esta primeira? Um torcedor do Lyon precisa trabalhar 3,5 horas e um torcedor do Bayern de Munique precisa de 3,3 horas para adquirir um ingresso similar à cadeira lateral. São países com renda per capita de US$ 33.655 e US$ 36.449 (respectivamente R$ 61.323 e R$ 66.414), e que cobram seus ingressos 44 e 45 Euros[9], idem.
Abaixo gráfico com a quantidade necessária de horas trabalhadas para de adquirir ingresso em setor equivalente do Pacaembu, ou seja, lateral do gramado em uma situação em que há níveis A e B, em que o A seria lateral coberta (numerada) e B a cadeira “Laranja”, descoberta, e arquibancada e tobogã os mais populares[10]:
Agora comparemos: o que é maior, 0,97% da renda anual, ou 0,56%? 19,4 horas de trabalho, ou 11,2 horas de trabalho? 2,4 dias de trabalho ou 1,4 dias? Agora sabemos que o Brasileiro paga 73% mais caro que o Espanhol.
Se considerarmos a numerada coberta veremos que o trabalhador Brasileiro paga ainda mais caro que o Espanhol, por uma posição similar em seus estádios. Mesmo que aquele pague R$ 462, ou 190 Euros, isso corresponde a 0,78% de sua renda anual, ou 15,6 horas trabalhadas, enquanto os R$ 300 que o Corinthiano para pela arquibancada coberta correspondem a 1,46% de sua renda anual, ou 29,2 horas trabalhadas, 87% mais caro que o Espanhol que vai assistir ao time do Messi.
Comparando com demais Países
Isso se tratando em termos de Barcelona, na Espanha. E se considerarmos França e Alemanha, países com economia mais robusta que esta primeira? Um torcedor do Lyon precisa trabalhar 3,5 horas e um torcedor do Bayern de Munique precisa de 3,3 horas para adquirir um ingresso similar à cadeira lateral. São países com renda per capita de US$ 33.655 e US$ 36.449 (respectivamente R$ 61.323 e R$ 66.414), e que cobram seus ingressos 44 e 45 Euros[9], idem.
Abaixo gráfico com a quantidade necessária de horas trabalhadas para de adquirir ingresso em setor equivalente do Pacaembu, ou seja, lateral do gramado em uma situação em que há níveis A e B, em que o A seria lateral coberta (numerada) e B a cadeira “Laranja”, descoberta, e arquibancada e tobogã os mais populares[10]:
Figura 2[11].
Em uma outra
visão, utilizando os mesmos dados, podemos observar quantos ingressos dos
demais times adquirimos com um ingresso Corinthiano:
Pagamos
pela arquibancada quase quatro vezes mais que o Francês, o triplo do Argentino
e o Português, o dobro que o Alemão e o Italiano... Por quê? É uma situação que
reflete a triste realidade da situação fiscal Brasileira em que o Trabalhador
possui alta carga tributária e não tem contrapartida de serviços públicos a
altura. Mais uma vez a arquibancada é o espelho da sociedade.
Desigualdade
social agrava o problema da exclusão nos Estádios
Um
agravante ao fato de o trabalhador Corinthiano pagar o ingresso mais caro é a
questão da desigualdade social no País, em comparação com os outros Países em
questão. O Coeficiente de Gini mede a distâncias das maiores e menores rendas
dentro de uma sociedade. Como vemos no gráfico abaixo, embora decrescente na
última década, a desigualdade social no Brasil ainda é alta e
significativamente maior do que os Países envolvidos nesta comparação.
Se no
Brasil a distância entre ricos e pobres é maior significa que é mais sensível a
população com menor renda qualquer elevação no preço dos ingressos, aumentando
o abismo entre aqueles que têm ou não tem poder aquisitivo para frequentar os
Estádios, contribuindo de maneira nefasta a exclusão de parte significativa de
sua Fiel Torcida.
Concluímos
que devemos nos mobilizar para impedir qualquer tentativa de aumento nos preços
atuais dos ingressos, aliada a ampla campanha de conscientização de que os
atuais preços já estão bem acima da realidade socioeconômica Brasileira.
Brigada Miguel Bataglia
[2] Este trabalho busca
majoritária representatividade nos setores dos Estádios referidos, excluindo
deste os serviços premium onde não há comparatibilidade, como
os setores VIP de Pacaembu e Camp Nou.
[3] R$ 200 convertidos em Euros
na cotação do Banco Central em 30 de Março de 2012. 1 EU$ = R$ 2,4300.
[4] Figura 1: dados do Banco
Mundial referentes a 2011. Produto Interno Bruto por Paridade de Poder de
Compra. Entende-se por PIB per capita o total de riquezas que um País produz
por ano proporcionalmente a quantidade de habitantes. Convenciona-se chamar
riqueza produzida de renda agregada, a mesma sendo deduzida da depreciação de
bens de capital e impostos indiretos. Se a regra valer a todos os Países
comparados, então usa-se PIB por Paridade de Poder de Compra.
[6] Cotação Dólar Comercial no
site do Banco Central do Brasil, referência 30 de Março de 2012. 1US$ = 1,8221.
[8] Considerando 250 dias úteis
por ano vezes uma jornada de 8 horas diárias = 2.000 horas / ano. Daí, temos como
renda média R$ 20.570 / 2.000 horas = R$ 10,28 / hora. R$ 200 da arquibancada
“Laranja” / R$ 10,28 = 19,4 horas trabalhados.
[10] Foram utilizados no cenário
do futebol mundial os principais centros e o clube mais relevante de cada país.
A Grécia ficou de fora porque em todos os meios de aquisição oficial de
ingressos são necessários login e senha, e não houve retorno a tempo de
confirmação de acesso.
Postado por Espírito Corinthiano - espiritocorinthiano.blogspot.com
Protestos como os de sábado, bem como os estudos e as atividades de conscientização do torcedor nas imediações dos estádios promovidos pela Brigada Miguel Bataglia, são instrumentos legítimos da luta pelo resgate do Corinthians e dos estádios pelo e para o povo. Os esportes em geral e o Corinthians, em particular, não podem ser encarados pelos seus dirigentes como meros produtos a serem vendidos nem regulados pelas leis do mercado. Por isso, conclamo a todos os corinthianos a se engajarem em ações semelhantes na luta pela democratização dos estádios e pela valorização do maior patrimônio da Nação Corinthiana que é a sua Fiel Torcida.
"O Corinthians é o time do povo e o povo é que vai fazer o time"
(Miguel Bataglia)
Créditos e fontes de imagens
Renato Cordeiro/lancenet.com.br
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gráficos:espiritocorinthiano.blogspot.com
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