O que é isso meu Timão? Que papelão!

A Libertadores já acabou e o Brasileirão já começou
Aliás, não só começou, como já está na metade. E ainda estamos só comemorando, preocupados com mosaico e ostentação e o futebol, que é o que interessa, continua oscilando e patinando.
Embora tenham ocorrido modificações no elenco e a troca de alguns jogadores, o problema é mais de postura do que de entrosamento. Temos levado sufoco até de times considerados pequenos e de fregueses. Não é porque ganhamos a Libertadores invictos, que somos a última bolacha do pacote e a azeitona da empada e vamos ganhar um jogo a qualquer momento e quando quisermos. 
Mesmo com os títulos de melhor da América e do Brasil, temos algumas deficiências e não estamos em nossos melhores momentos. Não temos mostrado competência para aproveitar nossa superioridade técnica, não temos conseguido manter a pegada, perdemos o pique, o ritmo, nos desconcentramos, perdemos bolas e erramos passes de curta distância, erramos finalizações, deixamos de marcar e nos dois últimos jogos, nossa defesa foi um verdadeiro queijo suíço. Em dois jogos, tomamos o mesmo número de gols do que em 14 no torneio continental. Digo o mesmo número, considerando apenas os gols legítimos, (quatro), pois se contássemos o gol roubado, que entrou no cômputo do saldo oficial de gols, seriam cinco. Mas, para efeito de análise da defesa, valem os quatro.  
Na partida de domingo começamos com um jogo arrasador e acuamos o adversário. Depois do gol, caímos de produção, tomamos o empate e fizemos um 2º tempo desastroso. Mantivemos a posse de bola, mas, nosso desempenho foi o mesmo de um latifúndio improdutivo.
Não tivemos competência para aproveitar o bom momento para fazer o resultado, perdemos gols imperdíveis e o time parecia achar que ganharia o jogo na hora que quisesse. Era óbvio que ninguém consegue jogar 90 minutos naquele ritmo alucinado do início e que um time experiente, como o do adversário, não ficaria acuado o tempo todo. 
Na etapa final, com a saída de Douglas, que jogou gripado, e a entrada de Martínez, ganhamos na marcação, mas perdemos na criação. Danilo não estava em seus melhores dias, Émerson, voltando de contusão e sem ritmo de jogo, cansou, o Ralf esteve muito longe de ser o Pitbull de jogos anteriores, roubando bola, mas também perdendo-as na mesma proporção e Paulinho passou de marcador para marcado, jogando mais como ala do que como volante. E time sem meio campo, não chega a lugar nenhum. Como nossos laterais pouco ajudam ofensivamente, a situação ficou crítica. Para piorar, o São Paulo voltou melhor, tomamos o 2º gol, nos desestabilizamos, demoramos pra nos reequilibrar e não conseguimos nem o empate.
Tite mexeu no time tarde demais, além de ter posto o Guilherme numa roubada, colocando-o aos 41 minutos da etapa final. Paulo André não estava bem e deveria ter saído antes. Tite poderia ter deslocado o Ralf para a zaga e colocado o Guilherme de 1º volante, reforçando a marcação e melhorando a mobilidade.
Para Gaciba foi pênalti
E, mais uma vez, para não variar, houve uma ajudazinha dos árbitros, (do bandeira, do espantalho de quero quero e do Seneme), deixando de marcar um pênalti quando o Émerson foi derrubado dentro da área. Além de espantar os quero quero, para que serve aquele árbitro atrás do gol? Mas, com isso já estamos acostumados, razão pela qual nosso esforço tem que ser dobrado, e não adianta reclamar. 
Uma avaliação mais ampla do jogo e do momento atual do Corinthians permite-nos detectar alguns problemas sérios, que se não forem corrigidos a tempo, ocasionará nosso fracasso no Brasileirão 2012 e no Mundial do Japão.
Com a saída do Castán e a entrada do Paulo André, ficamos com dois zagueiros mais técnicos e perdemos em força e velocidade. 
Depois da crítica do Mano, Ralf ou ficou muito abalado com a mesma ou está fugindo de suas características de cão de guarda da zaga para sair mais para o ataque, como quer o professor, e cacifar-se para a seleção. Perdeu qualidade na marcação e não tem conseguido ter bom desempenho quando se aventura no ataque, perdendo-se, assim, a sintonia anterior, quando Ralf marcava e Paulinho avançava. O tiro está saindo pela culatra, pois perdeu-se o que tinha de bom sem nada acrescentar.
Paulinho pode ser decisivo e muitas vezes já foi, mas parece que a seleção mexeu com a sua cabeça. Ainda nem foi e já está com a síndrome da amarelinha.
No ataque, Romarinho é habilidoso, já foi decisivo, mas, ainda é um jogador em formação, falta-lhe experiência e precisão para finalizar as jogadas. Ramires é pouco utilizado e carece de entrosamento. Tite poderia, pelo menos, experimentar utilizar a dupla Ramires e Guerrero, aproveitando o entrosamento já existente na seleção peruana. Martinez não foi tão bem quanto no jogo anterior, mas com mais entrosamento tende a render mais. No momento a situação é crítica. Ainda não sabemos se temos um centro avante goleador e continuamos perdendo muitos gols.
Embora o Brasileirão não possa ser encarado como simples preparação para o Mundial de Clubes, se os problemas da equipe não forem solucionados, fracassaremos nos dois. Apesar da negação no discurso, a prática indica que o campeonato nacional deixou de ser prioridade, pois o time tirou o pé e perdeu a pegada.
Os jogadores, embora chateados com a derrota, não admitem que jogaram mal, acham que tiveram um bom desempenho e Chicão chegou até a elogiar e a parabenizar a postura da equipe. Se eles não conseguem perceber a queda do próprio rendimento, Tite vai encontrar muita dificuldade para corrigir os erros e resgatar a técnica, a pegada e o pique dos jogos da Libertadores. Isso não deixa de ser preocupante. Sem humildade  e sem consciência das limitações e  dificuldades, os problemas jamais serão sanados. Pelo contrário, serão agravados e poderão descambar para o excesso de confiança e para a soberba.
Ficha Técnica - Corinthians 1 X 2 São Paulo
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP) 
Data: 26 de agosto de 2012, domingo 
Horário: 16 horas (de Brasília) 
Renda bruta: R$ 1.035.952,56 
Público: 36.644 espectadores; 34.843 pagantes 
Árbitro: Wilson Luiz Seneme (Fifa-SP) 
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (Fifa-SP) e Herman Brumel Vani (SP) 
Cartões amarelos: Rafael Toloi e Maicon (São Paulo); Chicão, Paulo André e Romarinho (Corinthians) 
Gols: Corinthians: Emerson, aos cinco minutos do primeiro tempo São Paulo: Luis Fabiano, aos 23 minutos do primeiro tempo e aos 16 minutos do segundo tempo
Corinthians: Cássio; Alessandro (Ramirez), Chicão, Paulo André (Guilherme) e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo e Douglas (Martinez); Romarinho e Emerson. Técnico: Tite 
São Paulo: Rogério Ceni; Paulo Miranda, Rhodolfo, Rafael Toloi e Douglas; Denílson, Paulo Assunção, Maicon (Cícero) e Jadson; Lucas e Luis Fabiano (Casemiro). Técnico: Ney Franco
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