Um pequeno tropeço dentro de casa

Melhores momentos

Ficha técnica - Corinthians 1 X 1 Guarani

Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)

Data: 10 de março de 2012 (sábado)

Horário: 18h30 (de Brasília)

Árbitro: José Cláudio Rocha Filho

Assistentes: Márcio Jacob e Maria Núbia Ferreira Leite

Assistentes adicionais: Raphael Claus e Luciano Monteiro dos Santos

Cartões amarelos: Antônio Carlos e Gomes (Corinthians); Domingos, Neto, Fábio Bahia, Bruno Recife, Danilo Sacramento e André Leone (Guarani) 

Cartão vermelho: Domingos (Guarani)

Gols: Corinthians: Elton, aos 24 minutos do primeiro tempo

Guarani: Fumagalli, aos 43 minutos do segundo tempo

Público: 15.412 pagantes

Renda: R$ 458.349,00

Corinthians: Danilo Fernandes; Edenílson, Marquinhos, Antônio Carlos e Ramon; Gomes (Bill), Ramírez e Douglas (Vitor Júnior); Emerson, Willian (Gilsinho) e Elton. Técnico: Tite

Guarani: Emerson; Oziel (André Leone), Domingos, Neto e Bruno Recife; Wellington Monteiro (Medina), Fábio Bahia, Danilo Sacramento e Fumagalli; Fabinho e Ronaldo (Bruno Mendes). Técnico: Vadão

Estatística

Com um início em que o Guarani até parecia não se intimidar com o Corinthians, com a torcida nem com o Pacaembu, o Timão foi aos poucos se encontrando e recuperando a posse de bola e o domínio do jogo. Embora jogássemos com jogadores de maior qualidade técnica, o desentrosamento do nosso time era visível, fato previsível numa equipe ajustada em cima da hora e que nunca realizou sequer um jogo treino. O desentrosamento refletiu no resultado. Muitas chances foram perdidas e faltou eficiência e precisão nas finalizações. Das 15 finalizações, acertamos apenas 5 e somente uma resultou em gol. Mesmo com um jogador a mais, não conseguimos vencer o jogo.

Mas, não atribuo tantos erros apenas ao desentrosamento e à falta de treino de finalizações. O esquema tático TITEano, que exige que os atacantes atuem, simultaneamente, como volantes, laterais e até zagueiros, interfere na concentração dos mesmos, que acabam vacilando na hora de finalizar. O gol perdido do William evidencia bem essa situação. Correu e marcou tanto que na hora de finalizar faltaram pernas e tranquilidade pra matar a jogada.  

Preocupado mais em não tomar gols do que em fazê-los, estamos sempre correndo o risco de levarmos o empate e mesmo uma virada, além de estourarmos nossos atacantes. Se para Parreira, "o gol era um detalhe," para Tite é quase um acidente, em que pesem seus discursos e cobranças. Na tática TITEana, o objetivo não é fazer o gol e sim não tomá-lo. E, quando faz o 1º, põe 10 pra marcar, inclusive nas cobranças de escanteio. Ontem, nessas ocasiões, apenas o Émerson ficava próximo à intermediária e todos os outros, dentro da área. Aí acontece do adversário conseguir um escanteio, uma falta, ou mesmo um pênalti, como ocorreu sábado, e adeus vitória. Com um pênalti duvidoso, empatamos em pleno Pacaembu.

Aliás, a arbitragem tem sido sempre um grande complicador pro nosso time. A abutraiada, principalmente os que atuam na imprensa, seguindo à risca a premissa de Göebel, para quem "uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade," plantaram o mito do "apito amigo" a favor do Timão e, num testemunho contínuo de anticorinthianismo, insinuam maldosamente que sempre somos ajudados pela arbitragem. Consequentemente, os árbitros já entram acuados e em qualquer esbarrãozinho, nos punem com faltas e cartões e, na dúvida, sempre assinalam contra nós. E a arbitragem brasileira, que é muito ruim, insegura e despreparada, com medo das críticas, acaba nos prejudicando.
Mas, apesar de termos 56,66% de posse de bola e dominado o jogo, não conseguimos sair do Pacaembu com os 3 pontos. E, isso foi mais devido a um esquema tático ineficaz do que ao desentrosamento do time e a ansiedade dos novatos, embora o pênalti duvidoso tenha saído dos pés do estreante Antonio Carlos.

Individualmente, alguns destaques e observações. O trio de garotos da Copinha, apesar da ansiedade, não comprometeu, muito pelo contrário. Seria injusto atribuir o empate ao pênalti, pois, se não tivessem perdido tantos gols, o gol do Fumagalli não teria feito nenhuma diferença. Gomes mostrou que pode vir a ser um bom reserva para o Ralf e Marquinhos, mais uma vez, jogou com a frieza, a objetividade, a segurança e precisão de um veterano. Pela 2ª vez, foi eleito pelos ouvintes da Rádio Coringão o melhor jogador em campo. Realmente, é um jogador diferenciado. 

Douglas, fortemente marcado, teve uma atuação mais apagada do que se esperava. Ainda não se encontra em suas condições físicas ideais e, no 2º tempo, a batuta pesou para o Maestro, que teve que ser substituído pelo Vitor Júnior, que desta vez entrou sem afobação, movimentou-se bem e mostrou que tem qualidade.

Élton aproveitou sua chance, obedeceu o professor e veio marcar na defesa e até fez o gol. Creio que se tivesse ficado mais centralizado na área, isto é, se tivesse jogado apenas como centro avante, teria feito outros. 

Émerson mostrou mais uma vez que não pode ser reserva. Sua atuação foi fundamental. No lance do gol pedalou sobre um marcador, tocou de calcanhar para Ramon cruzar e Elton dominou, girou e bateu forte mandando a bola pro fundo da rede do Guarani.

Edenilson, volante de origem, quando chegou ao Corinthians, declarou que estava vindo pra ajudar e que, se precisasse, jogaria em outras posições e que só não jogaria de goleiro. E está se saindo bem de coringa do Coringão. É inegável que os problemas físicos limitam a atuação do Alessandro, hoje muito distante do jogador de 2009/2010, e que o Welder ainda não conseguiu se firmar na posição. Assim, Edenilson vai cumprindo o que prometeu na sua chegada, ajudando muito o time e até fazendo sombra aos laterais de ofício.

Tite, por sua vez, não gostou do resultado, mas, aprovou o desempenho. Elogiou a garotada, lamentou as chances perdidas e os erros de finalizações, minimizou o empate por ter jogado com uma equipe ajustada em cima da hora, considerando que o jogo foi consistente e com um bom número de oportunidades. Declarou  ter saído do Pacaembu com um duplo sentimento e com um gosto amargo e enalteceu a retomada de ritmo do Emerson, Willian e Douglas para o fortalecimento da equipe. Mas, em nenhum momento, questionou o esquema tático falacioso que interfere negativamente na atuação dos atacantes.

Apesar da chuva, a Fiel compareceu para apoiar e fez uma bonita festa na arquibancada. 
Mesmo com o empate e com os jogos de domingo, continuamos na liderança. Nosso próximo compromisso no campeonato será domingo, dia 18 de março, contra o Comercial na cidade de Ribeirão Preto. Defendendo a liderança, temos a obrigação de vencer. Mas, antes disso, temos o jogo com o Cruz Azul, no México, pela Libertadores. Mas, isso é assunto para o próximo post.
Apenas uma questão para refletir: O imbróglio Adriano interferiu no desempenho da equipe e, em especial, no comando do Tite? 


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